sábado, 29 de dezembro de 2007

POESIA COSTELETA

Por Isabel Coelho
Poema do "Costeleta" Orlando Augusto da Silva

SILÊNCIO

Eram tão brancas, brancas de neve,
As cabeças já curvadas para a frente...
Dum branco do papel em que se escreve,
As letras a alguém que está ausente.

Dois idosos, "Velhos", - Como se chama?
Ambos de bordão, marido e mulher?!
Que num gesto, como quem clama,
Prostrados, se sentaram sem poder.

Era vê-los, eu vi-os, - estava perto!
Havia entre eles, como que um deserto,
Mudos ficaram tempos sem falar.

E ali, naquela imensa avenida,
Onde tudo se movia e era vida,
Só eles, juntos, estavam sem estar.

15/11/2006
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1 comentário:

Anónimo disse...

ESTAVAM SEM ESTAR!...


Se bem percebi eram velhos já...
E estando... estavam sem estar!...
Esperando a ida para a banda de lá
Quando a malfadada hora chegar.

Será isso?... talvez ... está escrito....
Não nos admiremos do acontecido.
Porque isso já foi muitas vezes dito
E nas páginas Bíblicas foi lido.

A viagem está garantida e lá vamos
Para onde não se sabe, mas estamos
Com bilhete comprado para esse lugar.

E todos sairemos da grande avenida
Onde efectivamente tudo foi vida
E estamos lá todos, mas ... já sem estar.


João Brito Sousa