terça-feira, 15 de janeiro de 2008

PASSAGEM DO ANO


Do nosso associado nº 312-Dr. Manuel Inocêncio da Costa recebemos este poema, com desejo de publicação
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É noite do fim do ano - o tempo corre,

O ser humano ilude-se - divertir-se finge.

É assim dede que nasce até que morre,

Faz-se parecer folgazão - mesmo com cara de esfinge.

Escolhe certas épocas do ano para explodir,

Fim do ano, Carnaval, férias são férias,

Mesmo de coração apertado põe-se a rir.

A vida é difícil e curta - o resto são lérias!

Nessa noite desaperta a máscara - coração ao vento;

Vai com os amigos, vai com a mulher,

Grita, salta - para trás qualquer desalento,

O resto do ano é longo - basta de tanto sofrer!

Não interessa quanto custa - é preciso aparecer,

No outro dia aos amigos tudo relatar,

Quem viu, quem não viu, onde e com quem foi ter,

Se não comeu ou se se enxarcou quase até rebentar!

As horas passam - foge-lhe o pezinho para a dança,

A cara está vermelha - bebeu até fartar;

Vai à casa de banho aliviar a pança,

E, depois, senta-se um bocado para descansar,

Para a meia noite faltam apenas segundos,

A sala agita-se - o champanhe explode,

Agora está no apogeu, no melhor dos mundos,

Bebe uma, outra taça, e, grita, grita, quanto pode!

Está bêbado como um cacho - fora está neblina,

São seis da mabhã - ouvem a última melodia,

A mulher chama um taxi - a habitual rotina,

Dormem como uma pedra - amanhã é um novo dia!
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Manuel Inocêncio da Costa

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia,

Desconhecia esta veia poética do Dr.Inocêncio Costa, pessoa que conheço desde os seus tempos de tropa, em FARO.

Os meus parabéns.
joão Brito Sousa

Anónimo disse...

Soube hoje da existência do blogue e fico feliz por estar tão completo, e também por aqui encontrar este meu poema.
João Brito Sousa, obrigado pela tua apreciação! Um abraço

Manuel I. Costa