sábado, 2 de fevereiro de 2008

LITERATURA

(BAPTISTA-BASTOS não é costeleta mas é seguramente um grande escritor)


O MEU ESCRITOR PREFERIDO

BAPTISTA-BASTOS.
“... um grande escritor português do nosso tempo”

Manuel da Fonseca.

Baptista-Bastos é um homem sem medo e sério. O soneto que vai a seguir é testemunha disso e da grande admiração que nutro pelo escritor Armando Baptista-Bastos. Li toda a sua obra e percebo-a lindamente.

NÃO TENHAS MEDO ...

Se tiveres que lutar, luta... vai, não tenhas medo!....
Faz como o Baptista-Bastos e o Manuel da Fonseca fizeram.
Vieram dois e diz o Bastos:- Manuel, não é tarde nem é cedo.
Vai-te aquele que eu fico com este e logo ali começaram...

A porrada foi tanta que os dois saíram vencedores,
Não há hipóteses quando há seriedade, honradez e razão.
Características essas próprias destes dois grandes escritores
Que, apesar de tudo... no final, aos vencidos apertaram a mão.

É assim, não há alternativa, serás feliz se fores homem de bem
Exige-se ainda que nunca tenhas faltado o respeito a ninguém
Foi assim que procedeste?... Se foi , não tenhas medo de nada.

E olha em frente amigo e vais ver que te sentes bem contigo...
Fundamental!... só assim tens direito a ter esse porto de abrigo
Sabes, é a tua consciência a não a considerar a tua vida errada...

A sua obra é uma obra limpa, tecnicamente correcta, fresca e actual. Ler Baptista-Bastos é estar em contacto com a realidade e aprender. Aprender coisas difíceis. Diz ele, em tudo há associações de coincidências.

É a isso que muitos chamam sorte. Eu percebo-as como desígnios da Divina Providência. É preciso ser bom em Psicologia para se perceber tal. Sorte, qual sorte?!...Sorte é o destino que acompanha cada um de nós. BB diz que percebe isso na óptica do desígnio (tenção ou intenção) recebido da Divina Providência, ou seja do Além.

Gostava de poder captar a felicidade, diz um dos seus personagens. Mas é Tckékov que diz que a felicidade não se alcança, não se capta, está no patamar seguinte. Felicidade é um sentimento na óptica de BB e captar a felicidade é estar atento à passagem do sentimento do interior para o exterior.

Curioso é a opinião de BB sobre Aquilino Ribeiro, escritor que só agora pude ler (estou no quarto livro) e que admiro pela linguagem terra a terra que utiliza.

“- Conheces o Aquilino? Este é que tem uns colhões que descem o Chiado e chegam até ao Rossio. É contra a Situação, está sempre a conspirar. Até se diz que foi bombista; até se diz que era a terceira carabina do Terreiro do Paço quando do Regicídio. Se o Buíça e o Costa falhassem, lá estava o Aquilino de atalaia.” Aquilino, diz BB, regressa às fontes arcaicas e clássicas da nossa cultura, e diz-nos que a moral não é relativa. Salazar, Fernando de Sousa, Forjaz de Sampaio, o próprio Aquilino, são negadores, cada um à sua maneira de que a fé abraça várias verdades.

Como desmontar isto?

Aquilino foi um escritor que olhou para esses grandes de Portugal e pintou-os, como Velasquez fazia, com as tintas do arco-íris. Aquilino, todos o sabem, é um pesquisador do inédito.

João Brito Sousa

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