segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

QUADROS ALGARVIOS - continuação

(arco da vila)
Capítulo 4. A Presença Àrabe

Vamos agora ocupar-nos da presença árabe no termo de Ossónoba.
Na designação árabe, a mais vulgarmente utilizada,, incluem-se muitos povos que, na maior parte dos casos, só tinham de comum o serem muçulmanos. Efectivamente, como salienta J. Garcia Domingues, no Algarve estiveram presentes iemenitas, hadramitas, maharitas,, coreixitas, calcitas, ansaris, azditas, gassânidas, lácmidas, eg´pcios, berberes...
Para já não falar de muladis e moçárabes.
Um autentico mosaico!
Os árabes começaram a cobiçar a Península por virtude da fraqueza que sempre caracterizou o império visigótico, minado por divergências várias, designadamente relacionadas com lutas de sucessão dinástica.
Foi no âmbito de mais uma dessas crises, ocorridas em 710, que o governador árabe do Noroeste de África se terá decidido pela conquista. Um desembarque de reconhecimento teve lugar em Julho de 710, na zona onde hoje se situa a localidade andaluza de Tarifa, assim designada, aliás, em função do nome (Tarif) do comandante daquele primeiro destacamento muçulmano de cerca de 400 homens.
Os invasores beneficiaram, como viria a suceder depois, de diversos apoios internos, entre os quais o dos judeus, que eram vitimas de perseguição religiosa por parte dos visigodos.
O reconhecimento de Tarif terá sido um êxito, já que em Abril/Maio de 711 Tariq ibn Ziad, comandante de tânger e lugar tenente de Muça ibn Noçair, desembarcou perto da actual Gibraltar à frente de 7.000 guerreiros, predominantemente bérberes, a que pouco depois se juntaria um outro contingente de cerca de 5.000 homens.
Rodrigo, o último rei visigodo, fez-lhe frente à testa de um exército bem mais numeroso mas pouco disciplinado. A batalha teve lugar em Guadalete (perto do rio Barbate) e Rodrigo foi derrotado e provavelmente morto. Estávamos a 19 de Julho de 711 – data que ficou a assinalar o desmoronar da organização central dos visigodos.

Libertário Viegas


A seguir: 5. O INSTÀVEL PODERIO ÁRABE


(Colaboração escrita de Rogério Coelho)

1 comentário:

Anónimo disse...

Para o ROGER,

Aló MANO,

Viva,

Os meus parabéns pela dedicação à causa costeleta.

Igualmente ao Libertário, pelos cuidabos textos de investigação científica produzidos.

Saudações costeletas.

Aí vai um abraço do

João Brito Sousa