segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

QUADROS ALGARVIOS - Continuação

(Palácio de Estói - Desenho antigo)

Capítulo 5 – O Instável Poderio Árabe

Movido ou não pela inveja perante os repetidos êxitos de Tariq Ibn Ziad, Muça passou pessoalmente ao ataque, atravessando o Estreito em Julho de 712 à frente de 18.000 guerreiros maioritariamente árabes.
Há opiniões contraditórias sobre o ano da tomada de Ossónoba, embora Garcia Domingues considere como mais credível que ela se tenha verificado “logo depois da queda de Sevilha”.
Muça tomou Sevilha após alguns meses de assédio, depois do que avançou sobre Mérida, Viseu e Lugo. Enquanto isso, seu filho – Abdalaziz – conquistava Beja e a região de Ossónoba, o que é muito provável que tenha ocorrido ainda em 712.
Apenas para nos situarmos em relação ao período árabe, diremos que foi uma presença marcada por forte instabilidade, motivada sobretudo pela grande diversidade tribal, geradora de graves conflitos. É nesse quadro que entre 716 (ano em que Abdalaziz, primeiro governador muçulmano de Al-Andaluz, foi assassinado) e 756 (ano em que Abderramão I se proclamou emir) existiram 20 governadores diferentes.
Entre 852 e 912 assiste-se a uma série de revoltas internas e a uma autentica crise no emirato, situação a que só Abderramão III, o fundador do califato omíada independente de Córdova, viria a pôr cobro pelo estabelecimento de um poder central forte.
De 1008 a 10031 o califado desmembrou-se em 27 pequenos estados independentes – as taifas – que, degladiando-se fortemente, acabariam por ser incorporados pelos almorávidas ao longo de um processo de anexação em que se consumiram vinte anos (1090 – 1110).
Quando este império sucumbiu teve lugar um novo período de crise (1145 – 1170).
Dominadas pelos almóadas, em 1172, as taifas reapareceriam em 1223.


A seguir: 6 – UM VALI AMBICIOSO
Libertário Viegas


(Colaboração escrita de Rogério Coelho)

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