sábado, 8 de março de 2008

DA IMPRENSA/ Expresso

(Escola Comercial e Industrial de Faro)

SEIS SUGESTÕES PARA REVOLUCIONAR AS ESCOLAS.
jornalista Henrique Monteiro
hmonteiro@expresso.pt


A ineficiência do nosso ensino não é culpa desta ministra nem de 99 por cento dos professores.

Vem de trás, muito de trás, e passa pela centralização excessiva das decisões e pela imposição central de conceitos errados

A guerra dos professores contra a ministra da Educação poderia ser aproveitada para fins benéficos. Tais como reorganizar as próprias escolas, a sua autonomia e a sua gestão. Em tempo de guerra as posições extremam-se e só há duas saídas: ou a rendição de uma parte ou a superação do conflito

É neste último sentido que se pode avançar uma série de sugestões que poderiam devolver independência, rigor, e proficiência às escolas. Medidas assim:

1) Liberdade para os pais escolherem a escola dos filhos. O Estado subsidia o ensino através de cheques-educação e não através de transferências para as escolas que, muitas vezes, se transformam em subsídios à gordura das instituições e ao desperdício;

2) Descentralização da gestão das escolas, através de um gestor nomeado por uma Comissão do Agrupamento escolar. Essa comissão deve ter professores, pais e responsáveis autárquicos locais. Como é óbvio, quanto melhor escola mais alunos e recursos conseguirá;

3) As contratações, nomeações e avaliações dos professores (deverá haver exame para se ser professor) deixam de ser feitas pelo Ministério para o serem pelo gestor da escola;

4) Os manuais escolares, que devem estar de acordo com um programa nacional, passam a ser propriedade das escolas e entregues anualmente aos alunos, que os devolvem em condições no final do ano (caso contrário, pagam-nos). Os manuais, ao contrário do que tem acontecido, não devem ter espaço para preencher pelos alunos nem mudar constantemente. É preferível ensinar bem a matéria já estabelecida do que andar sempre à procura da última moda (é assim na Bélgica ou na Holanda e noutros países onde a Educação é exemplo);

5) Exames nacionais de fim de ciclo (4º, 6º 9º e 12º anos) em todas as disciplinas fundamentais, de acordo com o grau. Isto significa no 9º ano, por exemplo: Português, Inglês, terceira língua, História, Matemática, Geografia, Ciências e, no 12º ano, exame de Filosofia;

6) Ensino obrigatório até aos 16 anos. Possibilidade de retenção (chumbo) e passagem compulsiva para o ensino profissional em caso de mais duas retenções no mesmo ano (caso tenha duas retenções no profissional, perde o direito ao cheque-educação e, se tiver menos de 16 anos, passa para os serviços sociais).

Claro que isto é uma revolução. Nem sindicatos, nem ministério nem editores aceitam. Mas, se guerra é guerra, que seja por bons motivos.

MEU COMENTÁRIO

Não me revejo nestas notas do jornalista Henrique Monteiro. Entendo que só deverá falar de educação quem percebe. E isso só os professores. Pessoas que estejam por fora só podem dar palpites. Como é o caso deste rapaz Henrique Monteiro.

Não há ninguém mais interessado em que as coisas corram bem do que os professores.

Mas por incrível que pareça, os professores são, ou ignorados ou maltratados ou acusados de coisas e situações a que nunca se furtaram.

Estou com os professores na greve de hoje, contra as péssimas condições de trabalho e injustiças que vêem sofrendo há dezenas de anos.

Quem não é ou nunca foi professor, nunca poderá perceber um professor, que lutou toda a vida pela sua realização pessoal e terminou a carreira frustado por não poder fazer bem, o que gostava.

Publicação d e
João brito SOUSA

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