quinta-feira, 27 de março de 2008

A PROCISSÃO DO SENHOR por Jaime Reis

(café aliança)

Publiquei este artigo do bife Jaime Reis, como comentário ao meu texto “A PROCISSÃO DO SENHOR MORTO”.

A malta gostou tanto, que entendi ser de toda a justiça colocá-lo como post.

Porque é muito engraçado e vale a pena ler e rir também..

Aí vai:

AZEITÃO, 2008.03.22


A Precissão do Senhor MorteTava a ficar empachade por nã poder ir a Fare desta altura das endoenças

Aprevete sempre pra recordar tudo o cavia conde era môsse.Mas nam pude ir e fequei meme desagorçoade.

Mas cande lese o que tu escreves, sente-se cá um arrepie da espinha, e um gaje arrecua uma data danes, e começa a lembrase daquilo que já nam salembrava .Assim já na fequei tam xaringade

Moss Brite, há gajes, que cande escrevem só letras, letras e figuras denhumas, a gente é só bocejes, e nam acha graça denhuma daquile.

Mas tu meme sem figuras lê-se tude sem parar, Mó, comé que nam tesqueceste do nome da malta toda.

E do nome dos padres e tude.Lembras-te do cmandante da plicia., e dos otres gages fines quiam da precissão?

Cande era moce, desta noite do senhor morte, moss aquile era calquer coisa cagente sentia que só dava pra fecar segado.

Tude parade, parade do passei, a olhar com respete.Bichas e bichas de gente, tude de tocha com luzinhas da mão.

Velas das grandes muitas de metre, tude aceze, era das premessas, cande tavam daflição. Metia respete.

Cum camandro tamem ainda nã te desqueceste cagente engraxava os sapates em casa. Era meme assim.

E vestiase a ropa do demingue, e punha-se brilhantina come cande a gente ia ó balhe.Tamem marrepiava do balhe cande era a musica do bole, e um gaje sem denhere, fugia fugia ca moça candava a dançar, pra nam ser apanhade po gaje dos boles. Arrecordaste?Na Precisão as moças quiam das bichas com as luzinhas, só olhavem em frente.

Os sminaristas todos de prete.

E os anjinhes de asas todes de branqueE os cavales da guarda cás vezes esgorregavam do chão ?

Poça, da Rua de Sante Antoine.o chão até zulia., era false, esgorgava.Parcia conde tava da vasante e a malta ia ao cangrje e tamem escorgava do lode.Bem. Cá tô sempre arrgaçade pra ler o que amandas no coise do. do … daquile que escrevem da malta dos costletas.Abraces pra malta do nosse tempe.

Bifes e Costletas.

Jaime Reis

PUBLICADO POR
João Brito Sousa

3 comentários:

Anónimo disse...

Achei delicioso este texto, escrito em algarvio.De tal forma que me lembrei de imediato que na minha biblioteca tinha um livro de António Algarve intitulado "Gente de Olhão, o seu humor e a sua graça" onde o autor faz uma recolha de várias estórias olhanenses, algumas com os diálogos também em algarvio.Deliciosas! Um dia destes partilharei convosco excertos destes diálogos, verdadeiros, passados numa linda terra que deu muitos costeletas (e bifes) ilustres.
Parabéns Jaime Reis!

João Bica

Anónimo disse...

FROM WASHINGTON

Viva o Jaime,

Tudo optimo... gostei bastante dessa cena do Jaime,essa do "senhor morto"....muito bem conseguida.

Móss, aí vai um abrace para ti , déb....

DIOGO

Com um grannde abraço a es ebife do catano que tem enorme graça

Anónimo disse...

PORTO, 2008.03.27

GRANDE JAIME,

Quero associar-me ao João Bica e ao Diogo, no reconhecimento do belo texto que é esse do JAIME REIS.

Móss, quand fores ó balhe vê lá se pagues os boles à móça.

ABRAÇÃO

João Brito Sousa