domingo, 16 de março de 2008

UM COSTELETA PERGUNTA


FROM WASHINGTON

PERGUNTA DE DIOGO COSTA SOUSA,

Em as coisas do SER II….dizes: De amor sei pouco e o
pouco já esqueceu… traduz-me isto para que um não poeta alcance ! como podes saber pouco de amor ?.... desespero?... Saudade?... diz-me..

AS COISAS DO SER (II)
Sou aquilo que tiver de ser, mas sempre eu!
Não há volta a dar; sei bem o que sei fazer
Do amor sei pouco e e o pouco já esqueceu
Mas recordo carinhos e ternura com prazer

Que de tudo era o melhor e do melhor sabor
Quando rolava ao sabor da vontade e de tudo
Convencia-me que aquilo era mesmo amor
E tudo foi esquecido como se fosse entrudo

Estou pronto e aqui nada faço tenho de ir
Em direcção ao estado de espírito do fluir
E retomar a alma mudando de parecer...

Porque as manhãs continuarão a surgir
E o meu amor por ti já tomou a estrada do ir
E só com amor se percebem as coisas do ser.


MEU CARO AMIGO DIOGO COSTA SOUSA

Esperava de toda a gente essa pergunta menos de ti. Porque apesar de, depois da primária em MAR e GUERRA , por uma questão natural, tivéssemos percorrido diferentes caminhos, de vez em quando chegavam - me notícias “dioguinas” hablando de usted. ...

E sempre favoráveis. O Costa Sousa é um valente. Aquela cena do “pull over vermelho e do polo preto foi uma moça amiga que me referiu”. Portanto, concluí, na altura que saberias tudo de amor....

Fui buscar essa frase ao António Lobo Antunes, que a escreveu inserida num artigo publicado na revista Visão.

Ei-la:

“... tive que enterrar grandes valores para sobreviver. Foi difícil e talvez indigno mas não encontrei outra saída. Uma hipótese era a de aceitar a mentira e conviver com ela; outra era não pactuar. E as duas hipóteses eram particularmente dolorosas.. Entendo tão pouco de amor...”

Acho que o escritor António Lobo Antunes não será um especialista na matéria do amor e noutras ... é ele que diz que não sabe comer e outras coisas....

A coisa mais linda que li sobre o amor, foi aquela frase de Raul Brandão, lá nas Memórias , quando ele diz, referindo-se à mulher. “Foi ela que me ensinou o amor”....e foi nessa altura que eu compreendi que o amor é feminino.

Porque meu velho, a palavra amor encaixa na palavra ternura.... e aí talvez as coisas se tornem mais fáceis..

Estou convencido que há muitos homens como o António Lobo Antunes, que entendem tão pouco de amor .

Sabe-se tão pouco de amor.. porque cultiva-se pouco o amor e há pouco amor para dar. Estou convencido que o homem não nasceu para amar?

Quem desmente e comenta?

Texto de
João Brito Sousa

1 comentário:

avlis disse...

O Homem não nasceu para Amar?!
Há pouco Amor para dar?!
Cultiva-se pouco o Amor?!


O Brito, poeta de nascimento, ora dedicado às coisas da escrita por opção e vocação, deixou no ar aquelas questões, "jogando o barro à parede", lançando o isco, mui certamente na expectativa de que muitos o viessem a morder. Mas, presumo, não será fácil pescar neste mar de revoltos sentimentos onde hoje se vai vivendo. A vida hodierna inculcou no espírito de cada um de nós, como medida prioritária de conduta, a necessidade de obter bens materiais que comporte e possibilite uma vida desafogada, sem problemas de ordem económica. Como a possibilidade de chegar a esse estádio de vivência está ficando, cada vez mais, muito difícil, o Homem de hoje preenche a quase totalidade do seu tempo concentrado em atingir aquele objectivo.

Disponibilidade e predisposição para outros sentimentos não estão, por isso, muito próximas de cada um e, até mesmo, se encontram muito arredadas. Na verdade, a tal prioridade, gera, isso sim, um sentimento de necessidade de atropelamento dos direitos do vizinho, deixando muito pouca margem de manobra a outro tipo de afeição.

Mas o Homem, digo eu, nasceu para amar e tem muito amor para dar. Não fora o empedernir dos corações a que esta vida nos força, o Homem estaria sempre disponível para as coisas do amor.Cultiva-se, portanto e por isso, pouco o amor.
Faz parte de si mesmo, da sua condição de humano, amar e ser amado. Que não hajam dúvidas!

Os considerandos virão noutra altura. Por agora deixo apenas esta certeza: há sempre, em cada Homem, muito amor para dar! O que falta é, simplesmente, oportunidades para o fazer.

Arnaldo silva
Felizmente reformado