segunda-feira, 28 de abril de 2008

À CONVERSA COM O COSTELETA



INÁCIO FERNANDES

Desta vez saí do Hotel Eva por volta das onze horas. É domingo, O dia está solarengo e já estou no Aliança a tomar café. O Reinaldo Tarreta ainda não chegou, talvez depois do almoço.

Todavia, antes de entrar, mas já na esplanada, cruzei-me com o vendedor de óculos, que vindo do Norte, aparecia muito regularmente pela baixa da cidade, com o seu “xonante” pregão «Óculos para bista cansada ou miopia!».

Já sentado, então, solicitei do senhor Américo os serviços de engraxadoria para limpeza dos sapatos, na esperança que entretanto alguém chegasse. Sentia-me frustado. E a malta?... Onde é que raio para a malta?

Entra nesta altura o chinês vendedor de gravatas, o Lê On, simulou um esboço de cumprimento a que eu correspondi e, estava quase a perguntar ao chinês pelos costeletas, quando vislumbro uma cara que me pareceu conhecida doutros tempos, fiz alto com a mão direita e perguntei-lhe, tu não és costeleta?....o homem atrapalhado disse, costeleta?.... sim homem, disse eu, pareces-me que frequentaste a Escola Comercial não foi... sim foi, disse o amigo acabado de chegar. E eu disse... estás com tempo?... então senta-te aqui nesta cadeira. E o amigo sentou-se

O teu nome? perguntei-lhe eu..

INÁCIO GUERREIRO FERNANDES, disse o amigo acabado de chegar.

Casado com a costeleta Maria Estrela?
Sim.
Então é com muito prazer que vais tomar um café na minha companhia e, como eu gosto de ouvir malta antiga, vamos trocar aqui umas impressões para publicar no blogue «oscosteletas»

Bem, sabes quem é que me falou de ti? Foi o Zé Dias Lucas do BNU dali de Boliqueime, que mora em ALMADA. Lembras-te dele?.

Sim, esse Lucas foi meu colega de turma.

E conversámos sobre muita coisa.

As tantas fiz-lhe esta pergunta.

INÁCIO, como sei que ainda gostas de futebol, diz-me uma coisa, o FARENSE , como vai?

O Farense tem tido alguns problemas de gestão, passaram por aí uns tipos que deram cabo disso tudo, mas a coisa está a compor-se. Tenho esperança que brevemente ainda vamos colocar o clube na primeira Divisão. Tenho essa fé. A cidade precisa do clube e o clube precisa d a cidade. Tem havido um certo divórcio mas acreditamos que vai haver de novo casamento. Não esquecer que a cidade viveu bons tempos quando o clube estava na primeira divisão. Falo assim porque sou o sócio do clube há muitos anos.

Qual o melhor jogador do Farense de todos os tempos., na tua opinião.

O Farense teve grandes jogadores, desde os de antigamente como o Aurélio e o João Coelho, o Isaurindo e o Gago, o Rialito e o Queimado, o Garcia, o Tarro e o Catoira, o Campos e muitos outros. Mas o melhor, a tratar a bola, foi o costeleta Zé Gonçalves. Nunca vi nada igual. O futebol do Zé, era arte pura, suavidade, génio, talento, elegância. O Zé, era daquele tipo de jogadores que levam as pessoas aos estádios para ver bom futebol.

Do Sporting ou do Benfica?

Sportinguista sempre, desde o tempo dos violinos. Aquela linha avançada hoje ganhava a toda a gente.. Hoje fala-se em Cristiano Ronaldo que ainda há dias falhou um penalty. O Albano não falhou nenhum. Era uma equipa homogénea. Aliás o Travassos em 55 foi á selecção da Europa e deu cartas. Continuo sportinguista. No futebol não se muda.

Literatura. Qual a obra que mais te impressionou?

Li umas coisas, sobretudo o Eça de Queiroz. Gostei muito do “Crime do Padre Amaro”. Mas li os clássicos todos. Tenho um modelo de leitura que é, leio os livros e faço resumos das leituras e depois faço compilações. Não queria deixar de referenciar aqui quatro grandes escritores costeletas: Maria José Fraqueza, Mário Zambujal, Casimiro de Brito e o Norberto Cunha e ainda dois grandes jornalistas: o João Leal e o Zé Marcelino Afonso Viegas.

O melhor filme que viste?

ZORBA, el Grego com o grande Anthony Quin- E está tudo dito.

Um grande amigo?

Franklin Marques. Um grande amigo sem dúvida nenhuma.

A tua carreira profissional?

Estive no Banco do Algarve e no BPA onde cheguei a Gerente aqui na dependência de Faro. È uma profissão de alto risco. Fui colega dos costeletas Aníbal Pereira, Zé Marcelino e Mário Leonardo.

O blogue dos costeletas, conheces?

Sim, considero oscosteletas o ponto de encontro dos alunos da Escola. É ali que nos podemos encontrar, trocar ideias, confraternizar. Vou enviar uns artigos..

E despedimo-nos

Texto de
João brito Sousa

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