quinta-feira, 3 de abril de 2008

QUEM NÃO SE LEMBRA DELE?







ZECA

Foi professor na Escola nos anos cinquenta.

Foi nessa altura que lançou o seu primeiro disco “O MEU MENINO É DE OIRO”
Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo, inspiraram-lhe para a sua balada «Menino do Bairro Negro».

Em 1958, José Afonso grava o disco "Baladas de Coimbra". Grava também, mais tarde, "Os Vampiros" que, juntamente com "Trova do Vento que Passa" (um poema de Manuel Alegre, musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira) se torna um dos símbolos de resistência antifascista da época.

Foi neste período (1958-1959) professor de Francês e de História na Escola Comercial e Industrial de FARO.

Não serei eu a pessoa mais indicada para falar do professor Dr. Zeca AFONSO, porque apenas o via na Escola e nunca fui seu aluno.

POR ISSO PEÇO A QUEM FOI SEU ALUNO QUE DIGA COISAS DO PROFESSOR Dr. Zeca Afonso.

O Professor Zeca Afonso além de professor de costeletas era cunhado do costeleta Teotónio da FUZETA.

Texto de
João Brito Sousa

3 comentários:

avlis disse...

O Zeca

Eu fui aluno do Zeca. Disciplina de Francês.
Pessoa incrível! No trato, na relação com os alunos, na sua postura como professor e como Homem.
Naqueles tempos, se bem se lembram, os professores apresentavam-se nas aulas, de vestimenta muito clássica e convencional, fato e gravata, como o sempre altamente apresentável Dr. Furtado. Um dia, aguardávamos a apresentação do professor de Francês, no reboliço habitual aquando da ausência de professor na sala ou da esquisitice do contínuo, salvo erro sala DOIS do primeiro andar e, surpresa das surpresas, eis que faz a sua entrada na sala, sem ares triunfais nem intimidações para nos sossegarmos, um indivíduo de óculos de aros pretos, sem gravata, casaco com coteveleiras nas mangas, uns livros e papéis na mão. Dirigiu-se à secretária dos professores e aguardou, paulatinamente, que a turma se apercebesse da sua presença e se acalmasse. Tal, naturalmente, era difícil de acontecer, de motum próprio, se não se soubesse como reagia cada professor. Lembram-se?!
Então, com o ar mais natural que um ser humano pode pôr nas suas relações com os outros seres humanos, que respeita, num tom de voz meramente coloquial, o Zeca disse: "Meus caros amigos, ainda que não pareça, está um professor na sala!". A rapaziada, pouco habituada à ausência da prepotência , que caracterizava os professores de então, levou o seu tempo a acomodar-se. O Zeca aguardou pacientemente, quase fleumáticamente, como que compreendendo bem o que significava ser adolescente e a energia que necessitávamos expelir quotidianamente.
Acalmada a turma, o Zeca apresentou-se: "Sou o vosso novo professor de Francês, ainda que a minha formação seja em História. As ironias da vida, e não só, trazem destas coisas. Espero que nos venhamos a dar bem, como bons camaradas que vamos ser".
E fomos!
A singeleza e a simplicidade do Zeca cativou a turma naquele preciso momento. E ele foi um grande camarada; nas aulas e na Gardy, onde passava connosco muitas tardes de agradável lazer.

Que viva o Zeca! Sempre! E os seus ideais, igualmente!

Arnaldo silva
Felizmente reformado

PS - Um dia destes tentarei repetir aqui uma aula de História, que nos deu, a propósito do Caminho Marítimo para a Índia e o comportamento e a personalidade do Vasco da Gama. Sublime, considerando a data em que tal aula é dada.

Anónimo disse...

MEU CARO SILVA,

Muito bem descita essa aula de apresentação do ZECA.

Que venha essa do VASCO DA GAMA.

abraço

João BRITO SOusa

Anónimo disse...

Boa Noite,
Ao ler este seu texto "estive presente" nesta aula de apresentação dada pelo Dr. Zeca Afonso.
Descrição muito bem conseguida.
Parabéns.

AGabadinho