sábado, 5 de abril de 2008

RECORDANDO COSTELETAS QUE TOMBARAM


(Fernanda e Eusébio)

COSTELETAS QUE TOMBARAM NO ULTRAMAR PORTUGUÊS

JOÃO MANUEL PINEIRO CANAL
HELDER MARTINS FAÍSCA
EUSÉBIO SILVA

È COM GRANDE EMOÇÃO QUE RECORDAMOS ESTES COSTELETAS QUE CAÍRAM NO CAMPO DA HONRA E NA DEFESA DA BANDEIRA PORTUGUESA.

QUEM SABE COISAS DESTES COMPANHEIROS QUE POSSA TRAZÊ-LAS ATÉ NÓS ?.....

CONHECI O EUSÉBIO,

como se de um irmao se tratasse....Era de Querenca,vivia na Rua Pe' da Cruz, um pacifista ,um rapaz calmo ,um estudante inteligente e aplicado um bonzao !...pertencia ao nosso grupo donde faziam parte tambem o Anselmo,o Jorge Pinheiro,o Joao Alberto Rita o Jorge Albricoque ,que me perdoem os que me escapa a memoria.

Foi da industria, dos serralheiros e das seccoes,fez a admissao ao instituto industrial ...claro passou mas nunca o frequentou.......decidiu fazer o setimo ano do liceu enquanto se empregou nas financas.

Nao queria sair de Faro,de junto da sua querida Fernanda. Fez o segundo e terceiro ciclo dos liceus num ano.Casou-se tambem por essa altura.

Veio o tempo da obrigacao militar e, serviu como oficial miliciano de infantaria.......Mobilizado foi para mocambique ,mais propriamente para Moeda onde acabou morrendo em combate...morreu de pe'.

Como amigo de familia foi -me facilitado o accesso a uma carta de um colega que assistiu ao desenlace e,decidiu escrever a' viuva , a nossa colega costeleta e amiga de sempre Fernanda Ramires.

Cito de cor a ideia transmitida na missiva.

"Estas palavras sao para o filho do alferes Eusebio Silva para que saiba que o pai morreu como um heroi,de pe ,combatendo,socorrendo um soldado seu a quem se tinham acabado as monicoes e, uma bala perdida levou-o para sempre" ...

a carta na totalidade nao recordo, ela existe,a Fernanda conserva-a para sempre conforme no's os que tivemos o previlegio de com ele conviver guardamos o seu sorrir e a sua vontade de viver.
Por aqui me fico...um no' na garganta e os olhos humidos

Adeus amigo...costeleta sempre fiel.Paz onde quer que estejas

Texto de DIOGO COSTA SOUSA
HELDER MARTINS FAÍSCA

Apareceu-nos no 1º ano 1ª turma do Curso Geral de Comércio, para aí em 1955/56.

Cativou-nos a todos. Aqueles que tiveram o privilégio de contactar com o Faísca tinham nele um amigo.

O HELDER MARTINS FAÍSCA foi um grande homem, que morreu no campo de guerra em defesa da Pátria.

Disseram-me que foi um acidente estúpido; que tirou a cavilha da granada e ficou com ela na mão. Ou foi mais ou menos assim. A verdade é que os costeletas perderam um grande amigo.

Com capacidade para fazer qualquer curso superior, foi para Lisboa e ingressou nos CTT. Depois a tropa levou-o.

Recordo-o com saudade na aula de Francês com o Dr. Proença, quando Prof lhe dizia: _ “anda cá Faísca que tu tens a mania que chabes...”

Não voltaste mas nós ter contigo. Oportunamente.


Texto de
João Brito Sousa
PUBLICAÇÃO de
JOÃO BRITO SOUSA

1 comentário:

avlis disse...

Partidas Prematuras

A vida é uma besta negra. Imprevisível e indomável. E esvai-se pelas razões mais imcompreendidas, quando bem lhe apetece, sem pedir licença, sem ouvir apelos, sem se importar, nesse esvair-se, com injustiças e infortúnios. E só nos resta um encolher de ombros e exclamar que "a vida é assim!".
Fui colega do Faísca num 2º., 4ª. Convivi com a sua afabilidade, a excelência da sua camaradagem e a genorosidade do seu carácter. Tinha uma presença sempre calma e uma palavra sempre pronta e amiga para contemporizar nas divergências de opiniões. Mais velho do que eu, embarcou para Angola um ano antes de mim. Só tive conhecimento do acidente que o vitimou muito mais tarde, quando regressei da guerra. Foi um choque enorme! Mesmo para quem levou vinte e sete meses a conviver diariamente, no Hospital Militar de Luanda, com as agruras e as consequências daquele estúpido conflito. Porque o Faísca era um bom amigo. Porque o Faísca havia sido um daqueles colegas 'costeletas' de quem é proíbido esquecer-se.

É a vida!

arnaldo silva
felizmente reformado