quarta-feira, 12 de novembro de 2008

OS PROFESSORES/ TEMA PARA DEBATE


PROFESSORES
retirado de APGorjeios

e solicitado autorização ao

ADOLFO PINTO CONTREIRAS


Assisti, desde a passagem da cabeça da manisfestação no Rossio até à passagem da cauda nos Restauradores, durante cerca de duas horas, à grande manifestação de má-vontade dos professores contra a avaliação e não carreira única.

Quem passou pelos vários graus de ensino sabe, de experiência própria, que em cada e todas as escolas há um restrito núcleo de bons e dedicados professores vocacionados para ensinar e que valem ouro, enquanto um largo grupo cumpre o dever a que está obrigado mais preocupado consigo próprio e a carreira do que com a escola e o ensino, e ainda resta um razoável naipe de professores feitos a martelo que o são apenas como modo de vida e futuro garantido que nem a receita pré-estabelecida são capazes de aplicar devidamente.

Estes últimos são irrascíveis quanto a qualquer mudança, os cumpridores indiferentes deixam-se arrastar pelo medo a alguma perda de privilégio e fazem grupo com aqueles e tornam-se, em algumas escolas, grupos activos maioritários enquadrados e dirigidos por sindicalistas com objectivos partidários.A síntese perfeita do espírito da contestação está nas declarações da professora Beatriz Duarte ao "Público" do dia 9 : -Se for preciso, manifesto-me todos os fins-de-semana-.

Nem mais nem menos, o trabalho de avaliação é uma canseira insuportável para a qual não está disponível, para tal peditório não dá o seu tempo, mas se for preciso dará todos os fins-de-semana para desfilar semanalmente em Lisboa ou qualquer lugar do país. A professora acha que dar algum do seu tempo extra ao serviço do ensino estorva insuportavelmente a sua vida pessoal ou familiar, mas está alegremente disponível para, durante a semana reunir, discutir, estudar, preparar e organizar a deslocação e sobre esse tempo ainda dá mais tempo, e duro, para desfilar um dia inteiro em marcha lenta cantando, dançando e apregoando slogans. E se entender necessário fá-lo-á todas as semanas, e viva a festa.

publicação de
João Brito Sousa

7 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite João
Um abraço
O retrato que fazes da situação é
real e verdadeiro.
Lamentávlmente a nossa juventude
está entregue a grande parte desses "martelados "
Concordo com a selecção de valores e que se escolham os mais habilitados para transmitirem o saber aos alunos, mas isso devia ter sido feito no acto do recruta-mento e admissão dos professores.
Tinhamos poupado todo este espe-ctáculo vergonhoso, incitando até
crianças a colaborarem na cena.
E as outras profissões, os engenheiros , os médicos e os agentes do serviço público ?
A grande maioria limita-se a cumprir horários e a receber o salário ao fim do mês,sem se importar em exercer o seu mister
com o dever que têm para com os alunos e a Sociedade .
O PROFESSORADO devia ser um sacerdócio, uma profissão nobre, e
não me parece que o seja. Vejo-a como
se fosse a actividade de um simples
funcionário público, limitando-se
a cumprir os horários.
Tudo o resto deixo à vossa con-sideração e espírito observador.

Um abraço mais do
MAURÍCIO S. DOMINGUES

Anónimo disse...

O QUE EU PENSO,

O alvo do texto retirado do APCgorjeios, do ADOLFO PINTO CONTREIRAS, parce-me ser o professor.

E isso não me parece justo.

PORQUE,

será que o prof. não terá direito a manifestar-se? Quanto a mim tem.

a classificação de bons professores, prof. mais preocupados consigo próprios e um naipe feito a martelo, sempre houve, portanto esta classificação não trás mais valia ao processo.

Resta-nos a avaliação.

O texto diz que os professores a rejeitam. Eu não enetndo assim.

Além de terem legitimidade para isso, o que os professores rejeitam é esta avaliação que o MINISTÉRIO QUER, o que é diferente de não quererem ser avaliados.

Penso que o que está em causa e será objecto debate é um sistema de ensino e não, fulano, beltrano ou cicrano.

JOÃO BRITO SOSUA




Estou do lado dos professores.

Anónimo disse...

Muito boa tarde !

"PROFESSORES TEMA PARA DEBATE"

Tudo a que assistimos no quotidiano, é a triste realidade ao que este País chegou.
Quem ingressou na carreira por mérito próprio, por amor à profissão, não tem quaisquer problemas em ser ou não avaliado.
Quem se revolta, quem contesta, (há excepções) são na sua maioria aqueles que ingressaram por apadrinhamento, favores, etc.
Mas não é só no ensino. Se percorrermos o Serviço Nacional de Saúde defrontamo-nos com "quadros" muito mais tristes. Convido todos a visitarem o rés do chão do Hospital Distrital de Faro, mais parece um necrotério do que um serviço de urgências dum hospital.

Cumprimentos
Lídia Machado

Anónimo disse...

Boa Tarde,

Inteiramente de acordo com a análise feita pela Dª. Lídia Machado.Está lá tudo !

Cumprimentos para TODOS.

AGabadinho

Anónimo disse...

Sou visita assídua deste blog, uma vez que as pessoas mais importantes na minha formação como Homem e tendo-as como referência, resolvi escolher seguir a via profissional do ensino, são também professores e membros desta associação.

Senhor Adolfo Contreiras, é notória a falta de conhecimento de V. Exa pelo que se passa actualmente nas escolas do nosso país, o mesmo acontece em relação ao Sr. João Sousa que concordando consigo, fez a publicação deste texto. Vejo nele um pouco da cegueira e do autismo da nossa Ministra da Educação.

Apelidar de “manifestação da má vontade” ao que aconteceu na tarde do dia 8 nas ruas de Lisboa, só revela que o senhor desconhece o que o M.E. tenta impor aos professores. O conjunto de imposições a que me refiro, e ao contrário do que seria de julgar não foram tomadas tendo como preocupação os nossos estudantes e não visam de forma alguma o seu sucesso educativo. São somente um instrumento para uma enviesada avaliação do estado da educação e das suas estatísticas em Portugal.

Esta manifestação foi ao contrário do que os senhores pensam, um enorme sucesso, um verdadeiro exemplo de força e união, ou o senhor também é daqueles que pensa que os 120 mil foram convocados pelo PC?? Tenho as minhas dúvidas.

Um pequeno exemplo de como este Modelo de Avaliação do Desempenho, é condenável, para além de configurar uma arquitectura burocrática absurda e desajustada daquilo que é relevante no processo de ensino/aprendizagem, pode desencadear, no quotidiano escolar, processos e relações de extraordinária complexidade e melindre, mercê de contingências disparatadas, como os avaliadores de hoje serem avaliandos amanhã, e vice-versa, avaliadores com formação científico-pedagógica e académica de nível inferior aos avaliandos, ou ocorrerem avaliações da qualidade científico-pedagógica de práticas docentes empreendidas por avaliadores oriundos de grupos disciplinares muito díspares (os quais, nem sequer foram objecto de uma formação adequada em supervisão e avaliação pedagógica, quanto mais científica).

Alerto ainda o Sr. Adolfo e Sr. João Brito para os graves problemas de indisciplina que se vivem nas nossas escolas e que são mais que muitos e não se resolvem como na década de 50, quando os membros desta associação ocupavam os bancos da escola. E que este modelo de avaliação de desempenho imposto pelo ME, quer avaliar os professores em função da sua relação com a comunidade escolar.

Sou professor com muito orgulho e preocupo-me com o sucesso dos meus alunos, quando me sinto prejudicado e injustiçado, sou capaz de abdicar do meu descanso semanal, as vezes que forem necessárias para me deslocar sem medo a Lisboa, e reivindicar justiça. Sim, porque agora podemos fazê-lo, ao contrário do que acontecia nos saudosos anos 50 e 60, sempre recordados neste blog, em que poucos, mas bons tiveram coragem de o fazer.

Francisco José Marques Alves Miguel

Anónimo disse...

Boa tarde João.
Os professores merecem-me todo o meu respeito e admiração,especialmente aqueles que nos ensinam as primeira letras e contribuem grandemente para a
formação do cidadão.
A minha filha foi durante sete ou oito anos professora do Ensino Secunário, que abandonou a seu pedido, requerendo a exonera-
ção,por discordar com a politica do Ensino durante o consulado do Ministro Roberto Carneiro.
O mal já vem e longe e pena foi
que este Ministro e outros que o
seguiram não tivessem tomado medi-
das que se foram arrastando anos
seguidos e tivessemos chegado a
este caos, cujo tratamento é dolo-
roso para Professores, Alunos e
pais.
Confio e creio que a selecção
será feita, desta ou de outra maneira,mas com a preocupação de
melhorar o Ensino em Portugal.
O comentário anterior foca também o caso da Saúde. Não é só
o Hospital de Faro. Visite o Hospital de Cascais, onde eu pró-
prio estive dois dias numa maca, nos corredores, por não haver camas .
É nas Autarquias, nas Repartições
Públicas, onde Técnicos Superiores
arrogantemente impõem as suas leis
e interesses para conseguirem benefícios pessoais, etc, etc.
Todos os dias a imprensa, a rádio
e a Televisão nos mostram a imagem
triste e vergonhosa a que chegámos.
Fico-me por aqui hoje.

MAURÍCIO S. DOMINGUES

Anónimo disse...

A MINHA OPINIÃO É,


Sou visita assídua deste blog, uma vez que as pessoas mais importantes na minha formação como Homem e tendo-as como referência, resolvi escolher seguir a via profissional do ensino, são também professores e membros desta associação.
Senhor Adolfo Contreiras, é notória a falta de conhecimento de V. Exa pelo que se passa actualmente nas escolas do nosso país. Vejo nele um pouco da cegueira e do autismo da nossa Ministra da Educação.

Apelidar de "manifestação da má vontade" ao que aconteceu na tarde do dia 8 nas ruas de Lisboa, só revela que o senhor desconhece o que o M.E. tenta impor aos professores. O conjunto de imposições a que me refiro, e ao contrário do que seria de julgar não foram tomadas tendo como preocupação os nossos estudantes e não visam de forma alguma o seu sucesso educativo. São somente um instrumento para uma enviesada avaliação do estado da educação e das suas estatísticas em Portugal.

Esta manifestação foi, ao contrário do que o senhor pensa, um enorme sucesso, um verdadeiro exemplo de força e união, ou o senhor também é daqueles que pensa que os 120 mil foram convocados pelo PC?? Tenho as minhas dúvidas.

Um pequeno exemplo de como este Modelo de Avaliação do Desempenho, é condenável, para além de configurar uma arquitectura burocrática absurda e desajustada daquilo que é relevante no processo de ensino/aprendizagem, pode desencadear, no quotidiano escolar, processos e relações de extraordinária complexidade e melindre, mercê de contingências disparatadas, como os avaliadores de hoje serem avaliandos amanhã, e vice-versa, avaliadores com formação científico-pedagógica e académica de nível inferior aos avaliandos, ou ocorrerem avaliações da qualidade científico-pedagógica de práticas docentes empreendidas por avaliadores oriundos de grupos disciplinares muito díspares (os quais, nem sequer foram objecto de uma formação adequada em supervisão e avaliação pedagógica, quanto mais científica).

Alerto ainda V. Exa. para os graves problemas de indisciplina que se vivem nas nossas escolas e que são mais que muitos e não se resolvem como na década de 50, quando os membros desta associação ocupavam os bancos da escola. E que este modelo de avaliação de desempenho imposto pelo ME, quer avaliar os professores em função da sua relação com a comunidade escolar.

Sou professor com muito orgulho e preocupo-me com o sucesso dos meus alunos, quando me sinto prejudicado e injustiçado, sou capaz de abdicar do meu descanso semanal, as vezes que forem necessárias para me deslocar sem medo a Lisboa, e reivindicar justiça. Sim, porque agora podemos fazê-lo, ao contrário do que acontecia nos saudosos anos 50 e 60, sempre recordados neste blog, em que poucos, mas bons tiveram coragem de o fazer.

Portalegre, 12 de Novembro de 2008

Francisco José Marques Alves Miguel