sexta-feira, 21 de novembro de 2008

UM POUCO DE HISTÓRIA


O CASTELO DE PADERNE.
(este texto é para todos os costeletas mas em especial para a FELICIANA GRADE, que tem qualquer coisa a ver com PADERNE e também com o PATACÃO)

Vamos hoje falar de HISTÓRIA, porque a História de Paderne é rica e porque “A História é o homem” segundo a fórmula de Lucien Febvre.

A história interessa-se pela realidade humana no seu conjunto; torna-se o estudo racional do desenvolvimento da cultura. A história manifesta portanto uma dupla vocação da espécie humana, capaz ao mesmo tempo de loucura e de ordem. Entre estes dois antagonismos prossegue um debate em que se joga o próprio destino da humanidade. O sentido da história corresponde ao movimento da civilização. Relata, mas não trata os acontecimentos de caducos ou antiguidades mortas.

O histórico não é o antigo, o ultrapassado, o inactual, mas o próprio núcleo da actualidade, a garantia do futuro. Não se procura a história por amor ao facto exacto e preciso; busca-se a história porque esta autoriza uma filosofia. Daí o sucesso da literatura histórica e a frequente referência ao testemunho da história. A história ao serviço da razão, ensina o direito divino da humanidade. A história conduz ao Progresso e este constitui uma sucessão de etapas da consciência.

A História sofre também a agressão das ciências sociais como a demografia ou a economia. A História demográfica apresenta os seus modelos, substituindo-os nos conjuntos das mentalidades e de sistemas culturais enquanto a História económica gira em torno de noções como a das crises, que permitem reencontrar, através da conjuntura, a actuação e o mecanismo de um conjunto
A ciência histórica é uma forma da consciência que uma comunidade toma de si mesma, ou seja, é o conhecimento da vida colectiva baseada no homem..

Paderne é uma terra com História, muita História, expressa nos seus Castelo, Igreja Matriz, Ermida da Nossa Senhora da Cruz, Ermida da Nossa Senhora da Assunção, Azenha, Fonte e Ponte do Castelo. O Castelo de Paderne é um dos que figuram no Escudo Maior da Bandeira de Portugal, que é vermelho e tem à sua volta representados, os sete castelos que estão relacionados com as cidades fortificadas que D. Afonso III tomou aos mouros. Este castelo foi conquistado aos mouros por D. Paio Peres Correia em 1248 e desactivado em 1858.

O castelo foi erguido em taipa pelos Almoádas entre o século XI e o século XII, durante a última fase da ocupação muçulmana da península, controlando a antiga estrada romana que cruzava a ribeira de Quarteira por uma ponte a Sudeste. Neste período, o progresso da Reconquista cristã levava à edificação de uma linha defensiva integrada por fortificações de porte médio e de carácter rural na região, das quais esta é um dos melhores exemplos.

A referência mais antiga sobre o castelo remonta a 1189, quando foi conquistado em um violento assalto nocturno pelas forças de D. Sancho I (1185-1211), com o auxílio de uma esquadra de cruzados ingleses. Esse domínio, entretanto, foi efémero, uma vez que, mais tarde, foi recuperada pelas forças almóadas sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur.

Sabe-se que o Castelo está degradado e compete aos padernenses uma palavra acerca da sua recuperação, porque é um imóvel considerado de interesse público desde 1971. De momento, apenas se vislumbram alguns panos de muralha, o torreão de entrada e as paredes mestras da sua Ermida.

Têm a palavra os padernenses.

João Brito Sousa

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa Noite Dr., João B Sousa. Um abraço
amigo.
Ora aí está um tema -História-
que merece ser explorado pelo João, assunto de interese para grande parte da população que, por vezes, desconhece a sua terra .
Avança com mais coisas.
Até lá ... Um grande abraço do

MAURICIO S. DOMINGUES

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Caro João
Quando vi a foto do Castelo de Paderne e li o texto, recordei-me da minha infancia, já rapazote, de lá ir apanhar bolotas e medronhos.
Dentro do Castelo havia uma grande azinheira que dava umas belas bolotas doces.
Recordações!
Poderá ser esquisito um cidadão de Faro ir longe para apanhar bolotas e medronhos?
Pois é... os meus maiores viviam num monte situado entre Boliqueime e Paderne, no sero do Malhão, onde eu passava sempre as minhas férias.
Obrigado João pela recordação.
Rogério Coelho