quarta-feira, 18 de março de 2009

O LANÇAMENTO



FALECEU O GOUBEIA

Foi seguramente um dos grandes talentos da Escola. A Drª Florinda devia ter-lhe dado o vinte que ele reivindicava, porque dizia ele, “eu sei para vinte”. Mas tinhas o teste todo riscado e a professora tirou-te uns pózitos. No puede..

Amigo do seu amigo, inteligência de sobra, foi grande em todo o lado por onde passou. Escola Comercial e Industrial de FARO, Instituto Comercial de Lisboa, Faculdade de DIREITO, o Goubeia era o maior.

Chegou a Faro no 4º ano do Comércio e vinha chumbado por faltas. Mas ele é que foi o nosso verdadeiro professor de Cálculo e de Física, sobretudo desse que viria a ser o seu grande amigo pela vida fora, o António Inácio Gago Viegas de Pechão.

Era uma amizade muito forte que havia entre o Goubeia, o Viegas, a Celina, o Maçarico, o Benjamim, a Piedade, o Zé Júlio e praticamente toda a minha geração.

Na vida profissional deu cartas e foi sempre um homem de H grande. Éramos compadres mas não há nada a apontar ao GOUBEIA. Estou a lembrar-me de grandes amigos dele que merecem ser citados aqui: Francisco Leal e Zé Guta.

Verdadeiramente enrascado só o vi uma vez. Num jogo de lerpa entre a malta não foi a jogo com o sete de trunfos. Era de ir ó GOUBEIA. Jogavas por baixo....

Éramos colegas de quarto na Rua do Sacramento à Lapa quando se deu uma espécie de terramoto. Encolheu-se e disse: que porra é esta?....

Falava-me do Pai com ternura. O meu velho, dizia. Conheço um dos filhos, o Nuno, engenheiro informático e investigador. Tem outro rapaz que nunca cheguei a conhecer.

A esposa, a GISELA, é minha afilhada de casamento..

Jogava à bola só à sombra nos campeonatos amigáveis em Económicas ao Quelhas. Sempre do lado da sombra.

A gente chamava-lhe o DEL SOL, o grande jogador do Real Madrid. de então.


AO HOMEM


Que grande foste ó camarada e amigo!...
Deste-nos tudo, saber, empenho, honradez ...
Mas deixa lá que em breve estaremos contigo
A validade da vida está a caducar de vez ...

Todos vamos....foste tu, outra vez o primeiro
As flores todas não chegam para cobrir o caixão
Que contém o que resta de um gajo porreiro
E foi camarada, colega, amigo... e um irmão ...

A estrada vai vazia, a alma dói mas ainda canta
O homem está por aí, algures, enrolado numa manta
O seu lugar é entre nós ...dormindo ou acordado...

ARNALDO DOS SANTOS SILVA assim se chamava
Aquele que me disseram ter partido mas que amava
A vida ... é esse mesmo, o FELIZMENTE REFORMADO.

Texto de
João Brito Sousa

1 comentário:

Anónimo disse...

Nao conheci o Arnaldo mas gostava dos seus ilaborados comentarios no blog,sempre acutilantes e cheios de simplicidade e humanismo.Quando notei a ausencia,inquiri e fui informado de que a saude lhe estava a faltar ,nao imaginei que fosse o principio do fim.
Que descanse em paz! A' familia os sentidos pesamos.
Diogo e Maria Filomena