sexta-feira, 26 de junho de 2009

POESIA COSTELETA

Manuel Inocêncio da Costa


Nasceu
Era o dia,
E aconteceu;
Ai! Tanto chovia,
Escuro como breu;
Mas, a Mariana,
De cesariana,
Nasceu!
Quase careca,
Sem cabelo,
E com a breca,
Apenas um pêlo,
Perto da testa.
E, foi uma festa,
O pai a entrar,
Para a mãe beijar,
E a menina afagar;
Face tão morena,
Face pequena,
Os olhos vivos
Tão cintilantes,
E brilhantes,
Tão meigos assim;
Mas a menina,
Chorou,
E alto berrou,
E só acalmou,
Quando a mãe,
No polegar,
Lhe pegou,
Na boca lho colocou,,
E, então,
A Mariana,
O chupou,
E sorrindo,
Logo serenou!
Romancinho
Está na rua a tocar,
Com seu belo violino,
Para os filhos alimentar,
Toque tão fino,
Que comove;
Ora sobe alevantado,
Ora baixa quase calado,
Como o sussurro do vento,
Ou da criança o lamento;
O violino chora,
O violino tange,
Plangente,
Aglomera-se gente,
A toda a hora,
A ouvir o João do Mar,
As cordas vibrar fazendo,
Com seu arco;
Como? Só vendo!
E ouvindo,
E sentindo;
Toca como mais ninguém,
Não pede um vintém,
Mas dá o cidadão,
E o capitão,
E, o mais arisco,
E até o bispo,
E o mais nobre,
E até o pobre.
Sobe a fama
Alto se proclama,
O virtuosismo
Sem par,
Pela região,
Por toda a Nação,
Do João do Mar.
Que admira então?
Mandou-o o rei ,
Chamar,
Que ficasse na corte,
Para a nobreza encantar,
Com o seu tocar.
E, o João do Mar,
Ficou.
Mas nunca mais soou,
Música tão dolente,
Tão plangente,
Algo sempre novo,
Que inebriava,
Extasiava,
Que seduzia,
Cada dia,
Todo o Povo!
Manuel Inocêncio da Costa
Colocado por Rogério Coelho

Sem comentários: