terça-feira, 15 de setembro de 2009

O CICLISMO E O CICLISTA JOSÉ MARTINS


O CICLISTA PADERNENSE, ZÉ MARTINS, sócio do Vila Real


Gostava de citar nesta crónica, o nome de alguns ciclista algarvios de antigamente, que, apesar de não conhecer, sei que foram grandes na modalidade e falar um pouco de ciclismo em geral, apesar de não ser especialista na matéria.

O ciclismo é uma modalidade muito apreciada no Algarve pelo seu cunho popular e o Algarve teve muito bons praticantes. Sabia que o Zé Martins tinha sido grande, mas não o sabia de Paderne. Nas conversas com outros apaixonados da modalidade, acerca de corredores de antigamente, nunca me falaram do Zé, mas sim do Cabrita Mealha, que era de Messines, um corredor vocacionado para longas distâncias, com grande poder físico mas franzino, que, quando arrancava, deixava tudo e todos para trás, de tal forma, que ficou célebre o dito "Arranca Mealha!", que ainda é do meu tempo.

Outro grande ciclista que passou ao lado de uma grande carreira, foi o Joaquim Apolo do Louletano. Corredor tipo Mealha e fisicamente poderoso. Outro igualmente grande, foi o Ildefonso Rodrigues, do Sporting e natural de Faro, um "sprinter" de categoria internacional e também os irmãos Palmeiras, o Manuel e o Rolandino, este último poderoso na montanha, todos grandes corredores.

Se juntarmos a estes, o nome do Zé Martins, aí está um conjunto de meia dúzia de ciclistas do melhor que houve em Portugal dos quais apenas o Zé ganhou as Voltas a Portugal de 1946 e 1947. No plano internacional, em 1946 e 1947, as grandes vedetas do ciclismo eram o francês Jean Robic, vencedor da Volta à França de 1947, os italianos Fausto Coppi vencedor em 1949 e 52 e Gino Bartali vencedor em 1938 e em 48, os suíços Ferdi Kubler vencedor em 1950 e Hugo Kubler vencedor em 1951.

Nos três anos seguintes venceu o grande Louison Bobet, francês. Nos últimos anos houve grandes ciclistas na Volta à França, entre os quais cito o francês Jacques Anquetil, o belga Eddy Merckx, o francês Bernard Hinault, que ganharam todos cinco voltas mas não seguidas, o espanhol Miguel Indurain que ganhou cinco voltas seguidas e o norte- americano Lance Armstrong que ganhou sete voltas seguidas.

Na minha opinião, o melhor de todos foi o espanhol Miguel Indurain, bom em tudo, no plano, na montanha e no contra-relógio. O nosso Zé Martins foi do tempo do Jean Robic, do Gino Bartali e do Fausto Coppi.Correr no pelotão da Volta à França, com 250 corredores ou mais, ou na Volta a Portugal com 130, é uma tarefa para autênticos campeões.

Os portugueses sempre deram provas de grande habilidade em cima da máquina, como foi o caso daquela equipa do Sporting que correu com Joaquim Agostinho, na Volta à França, e que deixaram os franceses de boca aberta, tal era a habilidade demonstrada.

Um dos grandes feitos, contado pelo jornalista Carlos Miranda, dos corredores portugueses na Volta à França, foi protagonizado por Joaquim Agostinho, que, uma vez, em que o pelotão partiu, ficou no meio, e não apanhou os da frente nem foi apanhado. Parece fácil mas não é; é neste comportamento do corredor que está a beleza do ciclismo.

E com estas pequeníssimas recordações, quis homenagear um grande ciclista: o Padernense José Martins creio que já falecido.

Em tua memória ó campeão!

texto de
JBS

5 comentários:

Anónimo disse...

Bela homenagem aqui prestada á qual não podemos esquecer os nomes de mais estes algarvios que tantas vezes vimos em acção pelas estradas de Portugal; Jorge Corvo, Humberto Corvo e Inácio Ramos. O Inácio, pessoa com quem por vezes trocava dois de conversa, vi-o há tempos já algo debilitado.
Obrigado por estas recordações. Trata-se de um desporto de que gosto bastante.

Cumprimentos para Todos

AGabadinho

antoniojc disse...

Numa época em que o ciclismo era um acontecimento Nacional !
OS CICLISTAS merecem nossa homenagem !
No entanto nem todos podem ser recordados ! lamento que o rapaz de Mar e Guerra , Inácio Ramos sinta os efeitos da idade está na decada dos 70 anos .
Recordo o Virgilio Nunes de Estoi meu colega na Escola que participou em algumas voltas a Portugal , sei que se mudou para a Chaveca e nada mais da sua vida
Nem se cá está ou já foi !
Mas sim que foi o melhor ciclista da Aldeia que correu pelo Ginásio de Tavira ,.

Anónimo disse...

JÁ AGORA,

A primeira equipa que me lembre ter ido à volta a Portugal a representar o Ginásio de Tavira, era constituída por...

Jorge Corvo, Sérgio Páscoa, Alcindo, João Bárbara, Perna Curta, Marroquino e Hermínio Correia.

Houve um ano, numa chegada a Beja, o Sérgio ganhou a etapa, o Alcindo vestiu a amarela e equipa foi ao primeiro lugar.

o Vergílio Nunes de Estoi era muito bom, regular em tudo mas havia outro rapaz desse tempo, igualmente bom, creio que sE chamava o CARREGA.

Outros grandes valores do Ginásio, foram o CÉSAR AIRES qe ainda vesiu de amarelo na volta, o António Romeira, o António Graça, o Zé Madeira e outros.

Do Inácio Ramos qualquer dia publico aí uma crónica.

O HERMÍNIO Correia é da minha terra.

Do LOULETANO, foram o Besourinho, o Valério Clara, o Zé Dias e ...


ab.
JBS

Anónimo disse...

...o Valério Chocolateira.
Do Ginásio Tavira recordo ainda um Florival Martins, ao tempo (anos 60), um jovem na equipa do grande e experiente Jorge Covo!

Cumprimentos

AGabadinho

César Aires disse...

Caro Amigo. Fiquei muito feliz pela sua homenagem ao grande ciclista José Martins. Infelizmente sou bastante novo para o ter visto correr, mas cresci a ouvir as historias e vida do meu pai (César Aires), que ainda hoje não me canso das ouvir, das amizades que ganhou, da vida que teve enquanto ciclista, quando o mesmo corria pelo Tavira, do meu tio que me ajudava a perceber tudo sobre ciclismo quando eu era ainda miudo, do amor e da paixão que existe por esse desporto (Manuel Mestre). Um muito obrigado por pela grande homenagem aqui publicada. Cumprimentos, César Aires