O Algarve no Brasil
A história que vos conto hoje é verídica e alguns dos intervenientes são pessoas conhecidas em Faro.
Penso que o único costeleta era eu.
Juntaram-se na mesma empresa em São Paulo, a trabalhar, eu, o meu compadre Guilherme , (filho do senhor Rodrigues, da Casa Rodrigues na Rua de Santo António) o Coelho, que era de Loulé, o Mendonça, de Tavira, um engenheiro cujo nome não me recordo e que morava no Patacão.
O meu amigo Roque, (do Restaurante Roque, na Ilha) tinha acabado de sair da empresa e regressado a Portugal, acho que veio assumir o restaurante por motivos de saúde dos pais.
Num jantar de fim do ano da citada empresa, vocês não estavam lá, mas eu garanto-vos que o Algarve estava bem representado.
Terminado o jantar, o grupo saiu junto; o estacionamento onde estavam os carros era um pouco longe e lá viemos a pé, conversando e lembrando episódios passados; Vividos aonde?
Façam um esforço e adivinhem! É claro que só podia ser em Faro.
Como ainda não estávamos suficientemente “calibrados” encontrámos um bar, já com a porta meio fechada e cujo dono (português) se dispôs a servir-nos a penúltima, ou seja a chamada “saideira”.
Por detrás do balcão arrumando e limpando, estava um empregado, com ares efeminados e que ao falar nos apercebemos ser português também. Trava-se então o seguinte diálogo:
- Você é português? Perguntou o Mendonça:
- Resposta: Sou sim.
- Insiste o Mendonça: Mas é do norte?
- Não, sou do sul.
- Mas não é do Algarve? Insiste agora o Coelho:
- Sou de “Legos”.
Num ápice o Coelho voou por cima do balcão, as mãos dele engalfinharam-se no pescoço do infeliz e foi o cabo dos trabalhos para conseguir que ele largasse.
Dizia o Lacobrigense, ai que ele me mata!
Respondia o Coelho: O que é que um desgraçado destes, vem fazer para tão longe? Só dar má fama ao Algarve.
Naquele tempo ainda se estranhava, hoje está banalizado, mas as histórias ficaram.
Um abraço a todos
Saudações costeletas
António Viegas Palmeiro
4 comentários:
Meu caro Palmeiro
É destas histórias engraçadas que precisamos. Fazem bem ao fígado e descontraiem.
Modetrador
Caro Palmeiro
Parabens pelo bom trabalho.
Creio conhecer ou ter conhecido quase todos os intervenientes desta rabula. O meu e nosso amigo Roque tambem e' costeleta, o engenheiro era o recentemente falecido Carlos Alberto Caetano Diogo , meu primo e o mais costeleta de todos os bifes, compadre do nosso dr Brito de Sousa.O Mendonca, se e' quem eu penso tambem ja' nao esta' entre no's. Para ambos a nossa saudade .
Diogo
Ao PALMEIRO,
VIVA.
Não sei se sabias que o Engº Mendonça e o Engº Diogo, das Pontes de Marchil, já faleceram ...
Ainda tens o Gabinete dE Contabilidade?
AB
joão brito Sousa.
Meus caros João e Diogo
Foi com tristeza que recebi a noticia que ambos me transmitiram de que o Diogo (sim era o Diogo) e o Mendonça já não estão entre nós.
É a ordem natural da vida, mas é sempre doloroso.
Há algum tempo que não encontro o meu compadre Rodrigues,(sou padrinho do filho dele, um rapaz filho de uma brasileira, que mora em São João del Rei MG e que visito sempre que vou ao Brasil).
Também faz algum tempo que não vou ao restaurante do Roque. Daí que não tenha tomado conhecimento dessas tristes noticias.
Pois é João, Já não tenho os gabinetes de contabilidade (chegaram a ser 3)mas um período muito complicado da minha saúde, que culminou com uma cirurgia ao coração, fez com que eu tivesse que deixar quase tudo. Os gabinetes ficaram com ex-funcionárias, licenciadas e a quem eu já tinha dado o estágio e eu fiquei com meia dúzia de empresas que teimaram em não me deixar. Disponho em casa de um escritório com instalações devidamente apetrechadas e frequento as formações da Ordem dos TOC, para ver se não perco o combóio.
Tem que ser ainda esta ginástica, as reformas são o que se sabe e manter o padrão de vida a que nos habituámos e à familia, fica dificil.
Um forte abraço a todos
Antonio Palmeiro
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