quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

CANTINHO DO IMAGINÁRIO I

Momento de Reflexão

Sentada num banco de jardim, olhava atentamente a bela fonte, com características de um lago. Sobre ela, ao centro, elevavam-se repuxos de água cristalina, formando fluxos de lágrimas, que mais pareciam pérolas multicores, saltitando com a graciosidade dos seus rendilhados. Em redor viam-se flores das mais variadas, sobressaindo sobre a relva verde e fresca, dando a impressão de tapetes bordados por mãos de artistas. Algumas árvores completavam a beleza deste cenário.
O dia apresentava-se quente, o sol dourado e forte. Nem uma nuvem perturbava o céu. Estávamos em pleno Verão.
Aqui e acolá, transeuntes de semblantes diferentes, que dependiam, certamente, do estado de espírito em que se encontravam.
A hora do almoço chegava e uma ligeira azáfama escorria em tomo do meu jardim. Pequenos grupos de turistas entravam em restaurantes e pastelarias. Imperturbável, na placidez dos meus pensamentos, continuei sentada no banco daquele jardim. Uma brisa, morna e perfumada, afagava-me os cabelos, percorria-me os sentidos numa languidez inebriante.
Pensava nas razões do meu cansaço, provocado pelo esforço do trabalho árduo ao longo da vida. Não sentia vontade nem alento para sair dali. Sentia-me bem, comigo e, pela primeira vez, com vida ...
Apesar da movimentação envolvente, tudo se fazia num silêncio harmonioso, num imperturbável ambiente de felicidade.
Apercebi-me de que esse bem-estar provinha da quadragésima sinfonia de Mozart, que emanava da fonte, pelo ar, dando essa calma de que eu tanto necessitava.
De repente, acordei daquele sonho real, que me tinha levado, por escassos momentos, ao mundo do imaginário...

Crónica de
Romana Rosa

(Texto premiado com 1º Prémio)

7 comentários:

AGabadinho disse...

Sem mais palavras: BELO TEXTO.
Parabéns à autora.

AGabadinho

jctavares@jcarmotavares.pt disse...

Meu estimada Romana Rosa,

Desculpe a famliaridade do tratamento, mas para lhe transmitir o prazer que tive ao ler o seu maravilhoso texto, teria necessáriamente fazê-lo desta forma.
Um abraço de parabens

jorge tavares
1950/56

MAURICIO DOMINGUES disse...

CARA AMIGA MARIA ROMANA

PARABÉNS POR ESTE LINDÍSSIMO
MOMENTO DE REFLEXÃO. GOSTEI
IMENSO DESTE SEU SONHO.

UM ABRAÇO GRANDE DE MUITA
AMIZADE DO
MAURÍCIO DOMINGUES

jctavares@jcarmotavares.pt disse...

Ao costeleta moderador,

agradeço corriga a palavra "meu" que deverá ser "minha"

obrigado

jorge tavares

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Jorge Tavares
Lemos o texto em questão e não encontramos "meu" que deva ser substituido por "minha".
De qualquer forma não é passível de emendar o que o escritor escreve, sem a sua autorização, uma vez que teremos que respeitar os "Direitos de Autor".
A Direcção

jorge tavares disse...

Ao costeleta moderador,

No meu comentário dirigi-me à Romana Rosa, como : Meu estimada Romana.... e devia ser Minha estimada Romana...

Obrigado

Jorge Tavares
1950/56

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Jorge Tavares
Os comentários recebidos não podem ser emendados.Depois de publicados como chegaram não há hipótese e compreende-se que assim seja.
Cumprimentos
A Direcção