terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CANTINHO DOS MARAFADOS

POR ONDE ANDAM AS NOSSAS MENINAS?


Fui procurar e salvo duas honrosas excepções, refiro-me às ilustres costeletas, Maria José Fraqueza e Maria Romana, não encontrei mais nenhuma, pelo menos nos tempos mais recentes.
Quando se trata destes assuntos, eu sempre gosto de ouvir a opinião do meu compadre Chico do Carapetal.
Fui ao cerro onde costumamos conversar, mas não o encontrei. Lobriguei de longe as ovelhas no redil e pelo adiantado da hora e do frio que fazia, calculei que já estaria no monte em volta do lume.
Dirigi-me ao monte e verifiquei que não me tinha enganado. O meu compadre estava sentado numa cadeira baixa, de bunho, recostado de forma que a cadeira só tinha os pés de trás assentes no chão, as botas caneleiras de sola grossa e cardadas, compradas na última feira de Castro, estavam quase em cima do lume.
Do outro lado do borralho e em cima de uma trempe estava metade de uma linguiça (fabricada lá em casa mesmo, no dia a seguir à morte do porco criado no monte com as bolotas de 6 azinheiras que resistem ao tempo), espetada num garfo, a assar.
A minha comadre veio a correr, atender à chamada do Chico.
-Traz uma cadeira aqui para o compadre e bota noutro garfo a outra metade da linguiça.
-Ai Chico que vergonha que me fazes passar!
-Mas porquê? Indaga o Chico;
-É que eu era para ter cozido hoje, mas tive que ir apanhar o resto das azeitonas e cheguei tarde, o pão que tenho foi cozido há 5 dias.
-Comadre não se preocupe, o seu pão com 5 dias é melhor do que o de hoje das padarias da cidade, acrescentei eu, sem fazer qualquer favor, porque era a verdade.
Veio o pão, o vinho e uma tigelinha com azeitonas, acabadas de adoçar. Veio também um canivete para ajudar a cortar o pão e a linguiça, um pano que dava para os dois limparmos os “gadanhos”.
Ao fim de 1 hora de boa prosa, com a agricultura em primeiro plano, os subsídios, os preços de miséria pagos pelos produtos cultivados, o veneno lançado à terra e aplicado nas culturas, numa tentativa desesperada de sobrevivência de uma actividade em extinção.
Finalmente o meu compadre deu-me oportunidade de explicar ao que ia, ou seja, ouvir a opinião dele sobre a ausência “das nossas costeletas”.
-Então o que te trouxe aqui hoje?
-Olha é o seguinte: Eu já te disse o que é ser costeleta, já disse também que temos um local na internet, chamado blogue, onde cada um escreve, histórias, umas verídicas, outras nem tanto, falamos de outros tempo, relembramos factos; como também te disse, politica não.
- Sim lembro de falarmos sobre isso. Mas continua:
Numa pesquisa que fiz concluí que as meninas quase desapareceram, não participam, o que achas?
-Se calhar vocês eram mais!
-Olha, havia de facto naquele tempo uma separação, meninas para um lado rapazes para o outro, mais tarde isso acabou, daí que não dava para contar, mas acho que a diferença não está aí.
Na minha rua as meninas eram mais que os rapazes, embora algumas fossem “bifas”, mas nós exercíamos, uma espécie de guarda, que quem não fosse da rua tinha que pedir autorização para namorar a menina, ou era corrido de lá.
Esta “lei” acabou no dia em que apareceu um tipo que começou a namorar uma garota chamada Ruth, filha de uma funcionária dos Correios, creio que o nome dele era Areias. Só houve ali uma pequena diferença, em vez de nós corrermos atrás dele, foi ele que correu atrás de nós. Era um “fortão” que não dava para enfrentar.
-Estive a ouvir-te e parece-me que não estás bom da “cachimónia”. Esqueces completamente que as meninas de que falas são hoje respeitáveis senhoras, muitas serão avós, que preferem contar as histórias que viveram, aos netos, do que publicarem lá nesse tal de “blogui”
-Blogue!
- Sim, que seja isso! Quem sabe os filhos, ou os maridos, não vão achar piada verem publicadas coisas que acham dever ficar a bom recato!
Talvez tenhas razão, compadre, mas eu vou fazer-lhes uma provocação e ao mesmo tempo um pedido!
Meninas, o que é isso? Tiveram todas más notas a Português? (Esta a provocação)
Venham, participem, tenho a certeza que o mediador vai publicar tudo, ajudem! (este é o meu humilde pedido)
Um abraço costeleta
António Viegas Palmeiro

1 comentário:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Tenho a promessa da menina Romana de enviar uma história.
Já me telefonou. Aguardo. Da menina Fraqueza tenho material sobre sobre a quadra do Natal. Vou deixar mais uns dias
Moderador