terça-feira, 22 de dezembro de 2009


Crónica
Foi na tarde de catorze de Outubro, de 2001, na pitoresca vila de Moncarapacho¬Algarve - " à beira-mar plantado ", pela mão do Criador. Saía da Igreja Matriz a procissão de São Luís patrono dos animais, que habitualmente, se realiza todos os anos, segundo a tradição. Algo de muito, curioso, estava acontecendo, quando o cortejo litúrgico se preparava para percorrer as ruas deste recanto paradisíaco. Um cão surgia, apressadamente e integrava-se na procissão, mesmo atrás do andor de São Luís. Aí, acompanhava o acto litúrgico, em todo o seu itinerário. A sua postura era irrepreensível. Fiquei perplexa, mesmo intrigada, ao ver o comportamento daquele que se diz irracional. De vez enquando, o cortejo fazia breves paragens, e ele também, sem nunca sair do lugar, até regressar ao ponto de partida, a Igreja Matriz.
Perguntei, então, a uma das pessoas que estava perto de mim, de quem era aquele animal!? Respondeu-me que não tinha dono, e não sabia de onde teria vindo mas, que sobrevivia à custa de algo, que lhe davam, para matar a fome...
Reflecti, nesta resposta e depreendi que ele, era o exemplo vivo... A imagem encenada pela humildade, repleta de civismo e a qual, me enterneceu vivamente permanecendo indelével, na minha própria sensibilidade e retratada, para sempre, em minha mente L ..
Maria Romana

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