domingo, 6 de dezembro de 2009

RELEMBRANDO GRANDES FIGURAS ALGARVIAS

O local onde se deu o acidente, assinalado com esta Cruz
Monumento a Duarte Pacheco na cidade de Loulé

O Estadista Engenheiro Duarte Pacheco




DUARTE PACHECO

De Alfredo Mingau

Biografia
Natural de Loulé onde nasceu a 19 de Abril de 1899 (fala-se em 1900). Orfão de pai e mãi com 14 anos, foi criado pelo seu irmão mais velho Humberto Pacheco.
Formou-se em engenharia electrónica pelo Instituto Superior Técnico (IST)com 19 valores, e em 1926 passa a professor ordinário leccionando Matemáticas Gerais e a Director interino.
A 10 de Agosto de 1927 torna-se Director efectivo.
Em 1928, sob a sua orientação, dá inicio à construção dos edifícios do IST, construção que viria a ser o primeiro Campús Universitário Português.
Nesse mesmo ano torna-se Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e, mais tarde, convidado para a pasta de Ministro da Instrução Pública. Mais tarde abandona este cargo e regressa ao IST onde permanece até 1932. Altura em que volta a ser convidado, por Salazar, para o governo, onde assume a pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações.
Em 1936 Duarte Pacheco é afastado do governo regressando ao IST.
No dia 1 de Janeiro de 1938 assume a presidência da Câmara Municipal de Lisboa e, logo a seguir volta a ser nomeado Ministro das Obras Públicas e Comunicações.
Possuidor de um grande carácter e de uma forte personalidade, Duarte Pacheco, é recordado pelos Louletanos, pelo seu grande espírito empreendedor e modernidade. Falou-se do desejo de Duarte Pacheco de construir um ramal ferroviário com ligação a Loulé. Foi um grande impulsionador do salto qualitativo da engenharia portuguesa e um grande estadista.

A sua Obra

Em 1933 iniciou uma profunda modernização dos Correios Telecomunicações em todo o país. E nesse mesmo ano, cria uma Comissão Técnica para estudar e elaborar um plano para a construção de uma ponte sobre o Rio Tejo ligando Lisboa, na zona do Beato ao Montijo, Chegando a propor, em conselho de ministros no ano de 1934, uma ponte rodo-ferroviária.
Foi autor dos projectos de bairros sociais de Alvalade,, Encarnação, Madredeus e Caselas, em Lisboa. Mandou construir a primeira autoestrada Lisboa-Vila Franca de Xira e projectou a Avenida de Roma, em Lisboa, que permanece conforme o projecto.
Além de professor, foi um grande estadista, revolucionando a rede rodoviária nacional e, das muitas construções de obras públicas, podemos apreciar a marginal Lisboa-Cascais, o Estádio Nacional, a Fonte Luminosa, a criação do Parque de Monsanto (Pulmão de Lisboa) e contribuindo para a construção do aeroporto de Lisboa.
Um brutal acidente vitimou Duarte Pacheco, no dia 15 de Novembro de 1943, entre Vendas Novas e Montemor, quando regressava a Lisboa, vindo a falecer, na madrugada do dia seguinte, no Hospital da Mesiricórdia de Setúbal.

Alfredo Mingau

8 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Meu caro Mingau
Mais um belo trabalho.

Atenção pessoal
São 22.05 e vou fechar o "quiosqu".
Está tudo a ver a bola
Boa noite
Moderador

Anónimo disse...

BOM REGRESSO, Ó ALFREDO.

Uma nota, sobre o acidente.

O motorista do então senhor Ministro, era um tal senhor Venâncio.

Nesse dia, depois de visitar umas obras, o senhor Ministro Pacheco entrou na viatura e terá dito, como sempre dizia: Força Venâncio, Força..

Mas o chaparro estava lá....

Saudo o teu retorno e o teu saber.
E a tua presença.

JOÃO BRITO SOUSA

Victor Venâncio Jesus disse...

Bom dia Alfredo! No seu artigo, não vi mencionado o Viaduto Duarte Pacheco. Julgava que isso tambem tinha sido obra desse ilustre Louletano. Ou será que estou equivocado!?...
Cumprimentos
Victor Venâncio Jesus

Anónimo disse...

Caro Mingau,talvez para nao tornar o seu texto demasiado longo nao adicionou um dado muito importante a' biografia do "nosso" Duarte Pacheco.
Segundo o dr Adriano Moreira no seu livro autobiografico"Espuma do tempo-Memorias do tempo de vespera"diz,que foi Duarte Pacheco que convenceu o General Carmona,na altura presidente da republica a "ir buscar" o professor de economia de Coimbra Oliveira Salazar e,que foi o proprio Duarte Pacheco que se deslocou no seu automovel particular a Coimbra para o convencer a fazer parte do governo.O resto a historia registou e,nao tenho nada a acrescentar.
E,tocando ao de leve num tema actual,eu diria que corrupcao nao e' nada de novo.Ja' aqui disse e,a rapaziada que foi da minha turma no segundo primeira da formacao de serralheiros deve recordar-se do que nos disse o nosso professor de mecanica,tecnologia e desenho industrial,o sr engenheiro Joao Neves Pereira,para no's o "engenheirinho" dado a' sua estatura fransina mas um grande homem e professor, dizia ele,que antes de ser professor na NOSSA escola havia sido engenheiro na Camara municipal de Loule e, que sabia bem porque nao tinha sido terminada a estatua de Duarte Pacheco.O dinheiro havia sido "subtraido" nao se sabia como,havia uma data marcada para a inaugaracao,o dr Salazar iria estar presente e houve que arranjar uma desculpa e ela foi a de que Duarte Pacheco nao havia terminado a sua obra e, a estatua representava isso mesmo;-uma obra inacabada.Ainda hoje que eu saiba perdura a ideia!
Um abraco para todos e um pedido,que volte o Antonio Palmeiro,o Joao Manuel,o Jorge Tavares e todos os outros....enquanto ca' estamos.Nao somos eternos.
Diogo

Anónimo disse...

Meu caro Venâncio
A pergunta é pertinente.
Na minha pesquisa sobre o Estadista Duarte Pacheco não encontrei nada que dissesse que o viaduto foi uma obra do Engº.
Encontrei que o viaduto foi projectado e construido pela Empresa PERI-Portugal, tendo utilizado andaimes de sua concepção, com 25 metros de altura, de forma que o transito em baixo não fosse interrompido. O Engº Duarte pacheco morre em 1943 e o viaduto foi construído em 1944.
Em sua memória foi dado o seu nome.
A ponte sobre o tejo não foi construida pelo 25 de Abril.
Não encontrei nada que dissesse que fora obra sua. Posso estar enganado?
Alfredo Mingau

MAURICIO DOMINGUES disse...

CARO ALFREDO

UM ABRAÇO.
EXCELENTE BIOGRAFIA DE UM ALGARVIO
ILUSTRE QUE MUITO DE BOM FEZ POR
PORTUGAL-O ENGºDUARTE PACHECO- QUE
INFELIZMENTE MORREU TRÁGICAMENTE
CEDO E, POR ISSO, NÃO CONCRETIZOU
TOTALMENTE O SEU SONHO .
A SUA OBRA FICOU INCOMPLETA,NÃO
REALIZOU TUDO QUANTO SONHAVA PARA
PORTUGAL NO CAMPO DAS OBRAS PÚBLI-
CAS.
O SEU MONUMENTO, EM LOULÉ,QUER
DIZER ISSO MESMO. FICOU COM GRANDE
PARTE POR COMPLETAR.
RECORDO-ME PERFEITAMENTE DESSE
DIA EM QUE A IMPRENSA NOTICIOU O
ACIDENTE E TODO O PAÍS CHOROU A
MORTE DE UM GRANDE HOMEM E UM
EXCELENTE MINISTRO DAS OBRAS PÚBLI-
CAS .
MAIS UM ABRAÇO ALFREDO.
CONTINUE A DELICIAR-NOS COM OS TEUS
BELOS ARTIGOS.

MAURICIO DOMINGUES

Anónimo disse...

Meu caro Diogo
Tudo isso eu poderia por, e muito mais. A minha intenção ao dar a conhecer grandes figuras Algarvias,é apenas colocar na "ribalta" os grandes nomes mas, numa biografia e obra resumida, de forma a que façam uma ideia.
Há muitos que não sabem, os mais velhos, e outros que desconhecem, a geração mais nova.
A sua adenda é um bom contributo no sentido do enriquecemento dos meus textos.
Obrigado
Um abraço
Alfredo Mingau

MAURICIO DOMINGUES disse...

CARO DIOGO

O MONUMENTO A DUARTE PACHECO
FOI INAUGURADO COM POMPA E CIR-
CUNSTÂNCIA, INACABADO, E A VERSÃO
QUE FOI DADA A TODA A GENTE ERA
O DE NÃO TER SIDO REALIZADO TODO
O SONHO DO MINISTRO.
NÃO CREIO QUE O DR. SALAZAR,
PESSOA AUSTERA E BEM INFORMADA DE
TUDO O QUE SE PASSAVA NO PAÍS ,POR
TER INFORMADORES EM TODAS AS RE-
PARTIÇÕES, DEIXASSE PASSAR EM
BRANCO O "DESVIO" DE DINHEIROS
DESTINADOS AO MONUMENTO.
COMO SABE OS PRESIDENTES DAS
CÂMARAS MUNICIPAIS ERAM PESSOAS
DA INTEIRA CONFIANÇA DO GOVERNO
E NOMEADAS PELOS PRÓRIOS MINIS-
TROS.
ACREDITO, ISSO SIM, QUE JÁ NESSA
ÉPOCA EXISTISSEM PESSOAS COM AL-
GUMA AVERSÃO AO REGIME EXISTENTE
E APROVEITASSEM O NÃO ACABAMENTO
DA OBRA PARA CRIAR MAIS UMA ANEDO-
TA . AINDA HOJE É PRÁTICA DA
NOSSA GENTE APROVEITAR CASOS
SEMELHANTES PARA DENEGRIR DETER-
MINADAS PESSOAS.
PESSOALMENTE NÃO ACREDITO NA
VERSÃO APRESENTADA PELO ENTÃO EX-
ENGºDA CAMARA MUNICIPAL DE LOULÉ,
JOÃO NEVES PEREIRA.
O PRESIDENTE DA CÃMARA, FIEL
AO SEU MINISTRO E GOVERNO , NÃO
ARRISCAVA CALAR O "DESVIO" DOS
DINHEIROS .
OUTRA COISA NÃO POSSO PENSAR !

SAUDAÇÕES COSTELETAS DO
MAURÍCIO