terça-feira, 16 de fevereiro de 2010



O GOSTO DE ESCREVER

De Alfredo Mingau

Quando se escreve, e quem o faz com o objectivo da satisfação, tem sempre presentes três aspectos fundamentais:

a narração, a descrição e a dissertação

NARRAÇÂO

Narrar é contar uma história, que pode ser real ou imaginária, fictícia, ou, mesclando dados reais e imaginários. Essa história deve envolver personagens, que interagem entre si gerando acontecimentos, os quais ocorrem em um determinado lugar e em uma determinada época.
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Assim, a narração se caracteriza por ser uma modalidade dinâmica de redação, na qual predominam os verbos de ação, ao contrário da descrição, onde predominam verbos de estado (ser, estar...).
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Ela baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real. Assim sendo, está pautada em verbos de ação e conectores temporais.
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A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relação à história. Numa narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa activamente dos fatos narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador = personagem).
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Já a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode até mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).

DESCRIÇÃO

A Descrição, ou texto descritivo, é a redacção que dá informações detalhadas sobre determinado ser, objecto, lugar ou mesmo um sentimento. O objectivo desse texto é fazer com que o leitor consiga imaginar e recriar na própria mente a imagem do ser ou objecto descrito.
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Num texto descritivo, não há uma relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases. Dessa forma, sua ordem pode ser alterada sem mudança do sentido global do texto.
Predominam os substantivos e adjectivos, e apesar de ser possível a existência de verbos de acção, prevalecem os verbos de estado (ser, estar...).

DISSERTAÇÃO

Em primeiro lugar, é preciso analisar o tema dado e levantar idéias sobre o assunto.
Na maioria das vezes, o tema é amplo e pode dar margem a vários desdobramentos. O Costeleta João Brito de Sousa, que me recorde, comentando alguns dos meus textos escrevia, “tem pano para mangas, dava para escrever um livrto”.
Não perca tempo, preocupando-se com estar inspirado ou não.
Anote todas as ideias relacionadas ao tema que lhe vierem à cabeça. Faça como eu.
Essas anotações o ajudarão a definir a linha de raciocínio a ser seguida na dissertação.
Uma dica para quem está se preparando e quer fazer boas redacções dissertativas é ler revistas, jornais, artigos, livros etc.. Eu leio muito.
Quanto mais material for lido, mais ideias surgirão nos momentos necessários.
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Esta terceira modalidade, a dissertação, que é a que nos interessa, tem como objectivo defender uma ideia por meio de elementos que reiterem a todo momento o ponto de vista de quem escreve, tornando cada vez mais esse ponto de vista aceitável, perante o leitor.

Nota do autor: - Tenho vários trabalhos “em cima do joelho” de grandes figuras Algarvias. Este meu texto é apenas uma narrativa descriminada sobre a dissertação que emprego na congeminação das minhas obras para o blogue
Inté
Recebido e colocado por RC.

3 comentários:

Anónimo disse...

O GOSTO DE ESCREVER

A frase acima, é o título da crónica de hoje do Alfredo Mingau.

Li, percebi mas desconhecia quase totalmente o que lá se diz. Foi interessante ler mas não vou comentar por desconhecer.

A expressão GOSTO DE ESCREEVR ouvi-a na TV numa entrevista da Bárbara Guimarães ao escritor Colombiano Tomaz Sepúlveda.

BG - Gosta de escrever?

TS - Eu não só gosto de escrever como sinto necessidade de escrever.
O escritor tem necessidade de escrever.

O título do Alfredo e o respectivo
conteúdo, leva-me a pensar que quisesse chegar ao escritor.

Mário Soares que produz 4 a 5 livros por ano não se considera escritor. Porque será?

Acho um bom tema para discutirmos.

Tem a palavra o Alfredo.

Ab.
JOÃO BRITO SOUSA

Anónimo disse...

Meu caro João
"O GOSTO DF ESCREVER" é apenas o título da crónica. Não tem nada a ver com publicidade.
Não vi a entrevista na TV da BG. a que te referes. É uma apresentadora que não entra na minha simpatia.
Quanto à crónica, que aqui apresento,basta ler a nota do autor para se perceber.
Um abraço
Alfredo

Anónimo disse...

Meu Caro Alfredo,

Viva,

Considero o teu comentário apropriado e educado.

Obrigado por isso.

Comentei o teu texto na óptica do verbo GOSTAR, porque me parece que tu escreves com paixão e colocas muito de ti naquilo que escreves.

Escrever ou gostar de escrever é quase a mesma coisa.

Não entendi a tua crónica na óptica da publicidade, mas sim, totalmente, na óptica do gostar de escrever..

Li a nota do autor a que te referes. E percebi.

Aceita um abraço do
João Brito Sousa