quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010




RECONHECIMENTO

Na foto, o José Azinheira, é o º4, na fila em baixo o ultimo da direita.
Ele deixou duas filhas a doutora Cremilde que é médica em Faro e a Lidia (esposa do Dr Bertrant ex-ortopedista em Faro).
um abraço
Victor Venâncio Jesus

(Este texto, é recomendado pelo costeleta Victor Venâncio, que o considera justo e é uma pequena homenagem a um seu grande amigo e grande Homem)


JOSÉ AZINEIRA REBELO, um homem da cultura alaria quase esquecido.
Texto do Prof. Doutor José Carlos Vilhena Mesquita
http://promontoriodamemoria.blogspot.com


Conheci de forma esporádica e quase fugaz o conhecido colaborador da imprensa algarvia José Azinheira Rebelo. Era um homem de bom coração, sempre disposto a ajudar os mais desfavorecidos, e sempre muito preocupado com a conservação do património histórico e cultura do seu Algarve, sendo que como olhanense era dos mais fervorosos amantes
daquela vila piscatória.

Por tudo isso, mas também por ter sido um assíduo jornalista, não só da sua terra-natal como também de todo oAlgarve, não pode permanecer esquecido na memória dos vindouros. É em honra do seu bondosíssimo carácter e do seu afectuosos algarviismo aqui lhe traçamos um breve
esboço biográfico.
José Azinheira Rebelo, nasceu em Olhão a 12-1-1925, e aí faleceu a 8-4-1999; era filho de João Arcanjo Rebelo, antigo solicitador forense, e de Clarisse Luísa Azinheira Rebelo, ambos naturais de Olhão e há muitos anos desaparecidos. Fez apenas a instrução primária, concluída na Escola mista de Brancanes, começando a trabalhar aos 11 anos de idade como marçano numa loja de Olhão. Aos 17 anos era empregado de escritório num armazém industrial, passando depois por uma oficina de serralharia até chegar a vendedor de uma empresa de Lisboa, de cuja delegação em Faro chegou a ser gerente.

Aos 36 anos estabeleceu-se em Faro com uma loja de ferramentas, máquinas e artigos para a indústria, a qual deixou aos 66 anos de idade.
Quando jovem fez uma breve incursão pelo MUD-Juvenil, com vista a fundar uma secção desportiva em Olhão, valendo-lhe essa ousadia a classificação de “politicamente desafecto ao regime”. Dedicou-se a partir de então ao Escutismo, fundando em 1945 o jornal «Alvorada» da
Patrulha Egas Moniz do Grupo n.º 6 dos Escuteiros de Portugal, em Olhão. Desempenhou vários cargos de relevo no escutismo algarvio, defendendo escrupulosamente a mensagem de Sir Baden-Powel, chegando mesmo a ser condecorado pelos serviços prestados com a medalha «Assiduidade». Foi também um apaixonado do basquetebol, tendo representado os seguintes clubes: Os Olhanenses, o Ginásio Olhanense, o Sporting Olhanense e Os Bonjoanense, de Faro. Mas à política só voltaria após o «25 de Abril» para ser eleito membro da Junta de Freguesia da Sé, tendo depois colaborado no 1.º recenseamento da Câmara Municipal de Faro.

Apologista do espírito associativo, José Azinheira Rebelo pertenceu em 1953 à Direcção do Clube Desportivo OS OLHANENSES; a partir de 1971 cumpriu dois mandatos como tesoureiro em duas Direcções do Circulo Cultural do Algarve, no qual criou um curso de artes plásticas que teve como mestres o pintor Tó Leal, de Olhão, e o consagrado artista Manuel Hilário de Oliveira. A partir de 1975 foi tesoureiro da Aliance Française, em Faro, secretário da Direcção e depois Presidente da Assembleia Geral do Clube de Futebol Os Bonjoanenses, de Faro. Foi membro do Conselho Técnico da ACRAL - Associação dos Comerciantes de Faro, e mais tarde presidente do Conselho Fiscal. Em 1983 cumpriu um mandato como Presidente da Direcção da COPOFA Cooperativa de Consumo Popular de Faro, da qual também foi depois presidente da Assembleia Geral. Durante quase dez anos foi presidente do Conselho Fiscal do Cine Clube de Faro, tendo sido homenageado como sócio honorário em 1997.

O seu percurso como colaborador da imprensa regional iniciou-se em 1947, na «Gazeta do Sul» de Montijo, passando depois pelas colunas da «Gazeta de Olhão» (1951), «Sempre Fixe» (1955) «O Olhanense» (1963), «Fraternidade» (1963), «República» (1965), «Algarve Ilustrado» (1968), «A Voz de Olhão» (1970), «Jornal do Algarve» (1992), «Jornal Espírita» (1993), e «Brisas do Sul» (1997), entre outros. Os temas sobre os quais escrevia nas colunas dos jornais eram o escutismo, o desporto, o espiritismo, o anti-tabagismo, a intervenção social e a cultura algarvia. Infelizmente nunca publicou nenhum livro, mas tinha uma obra pronta a editar e, inclusivamente, já prefaciada pelo nosso amigo, já falecido também, Vitoriano Rosa, que foi um dos mais prestigiados jornalista do «Correio da Manhã».

Essse seu livro deveria ter por título Brisas do Mar Olhanense, mas condicionalismos de vária ordem impediram que o José Azinheiro Rebelo tivesse o prazer de ver o seu livro editado. Quem sabe se com o apoio da Câmara de Olhão e a colaboração da AJEA Edições não se poderia dar a obra à estampa. Aqui fica a sugestão, acrescida da saudade que nos deixam os amigos que nunca se esquecem.

recolha de
JBS

1 comentário:

Anónimo disse...

Rectificando:
Julgo que o nome da médica, filha do José Azinheira Rebelo, é bem CLARISSE e não Cremilde como veio à estampa.