sábado, 17 de julho de 2010


AMIZADE, MOINHHOS DE VENTO E GASTRONOMIA


As energias alternativas, representam actualmente um tema importante na vida de qualquer cidadão, pela sua importância na economia dos países, particularmente daqueles mais dependentes do famigerado "ouro negro", bem como na protecção e defesa do ambiente.
Das variadas formas de energia, particularizo a eólica,a que me vou dedicar neste texto, conjugando-a com gastronomia e amizade.
Os moinhos de vento e de água (mais conhecidas por azenhas), disseminavam por todos os pontos altos e ribeiras, fazem parte das recordações da nossa juventude.
Tive a felicidade de conviver de perto com estas duas preciosidades.
Montado num "macho", usando calças de cotim e botas cardadas, transportava sacas de trigo e retornava com sacas de farinha. Na EN2, ( antiga estrada de Faro/Lisboa) no sítio do Alportel, a 4 quilómetros de S. Brás de Alportel, os moinhos de vento assinalavam o começo da Serra do Caldeirão. No planalto onde se situava a Pousada de S. Brás, na chapada do serro do Alportel, na campina a caminho de São Romão, e em tantos outros lugares era vê-los com as velas desfraldadas e o barulho caracteristico dos vasos de barro (Uh!Uh!Uh! ).
Estimados costeletas, revivi esse período da minha juventude (1949/1954) no passado dia 14 deste mês.
Romualdo Cavaco, de origem serrana, um costeleta de referência pelo seu carácter e brilhante percurso profissional (homens de uma só palavra), proporcionou um repasto em plena Serra do Caldeirão, a 550 metros de altitude, no seu moinho de vento, restaurado pela primeira vez em 1945 e novamente pelas novas gerações.
Moinho da Cortelha, também Moinho da Eira de Agosto, em excelente estado de conservação, paredes com um metro e oitenta de espessura, albergou 11 costeletas e um bife, que se deliciaram com um guisado de galinha caseira, um arroz de ervilhas e uma excelente carne de borrego assada.
Acompanhou estes pratos, uma belíssima "pinga" do alentejo, e à sobremesa o Alberto Rocha surpreendeu-nos com uns pastéis de nata ainda quentinhos e um digestivo do "outro mundo". Uma aguardente de medronho, só com 40 anos, que ele guarda religiosamente para estes grandes eventos.
A comida estava saborosíssima, e o local, apesar de bastante calor no exterior, apresentava no seu interior uma temperatura amena.
Descrever a paisagem ao redor do moinho, exactamente 360graus, é difícil ... muito difícil adjectivá-la...só mesmo disfrutando!
O convívio foi a palavra de ordem. Estórias dos próprios, de ex-professores e de outros costeletas, foi um desfilar de recordações e lembranças, com alguma pimenta à mistura.
O tempo passou célere, como sempre acontece onde e quando nos sentimos bem. A partir das 16.30h iniciou-se o regresso, mas já com imensa vontade de repetir.
À chamada do Romualdo responderam os convocados, como se comprova pela "caderneta" junto.


ALMOÇO
DIA
14.Julho.2010



ALBERTO SANTOS PEREIRA ROCHA

FERNANDO PALMA

JACINTO MANUEL TEIXEIRA NUNES

FRANCISCO PALARÉ

MANUEL DE SOUSA BELCHIOR

JOAQUIM PEREIRA ALVES

JOSÉ NASCIMENTO HORTA

JOSÉ DA GRAÇA GAGO

LUIS JOSÉ ISIDORO

JOÃO JORGE DO CARMO TAVARES

JOÃO MANUEL GONÇALAVES JACINTO

ROMUALDO CAVACO
JORGE TAVARES
costeleta 1950/59

5 comentários:

Anónimo disse...

O ESPÍRITO COSELETA EM ACÇÃO.

Meu caro Jorge.

Parabens pelo belo texto.

Ao lê-lo, vejo todo esse ambiente que descreves e onde gostava de ter estado, mas que por motivos de saúde não pude responder sim ao convite do Romualdo.

As minhas maiores amizades estiveram aí.

Uns apontamentos que vos deixo:

- O Zé da Graça Gago trabalhou comigo nos TAP, já como Contabilista diplomado pelo ICL e fez uma carreira brilhante.

- Luís José Isidoro, colega no Magistério inesquecível. Actor, música (castanholas), dança e fadista de mérito.

-João Manuel Gonçalves Jacinto, parceiro de carteira no quinto ano e velho amigo.

- José da HORTA, um amigão e um senhor.

- Jorge Tavares, inteligente e justo, como diz o Honorato Viegas, camisa 7 da equipa de futebol da Escola.

-Alberto Rocha, humanista e educado. Um verdadeiro cavalheiro e amigo.

- Jacinto, Imperador de Salir, colega na explicação do Jorge Primitivo. Não se lembra de mim mas homem com H grande.

- Romualdo Cavaco, não chegam as palavras. Colega também no Magistério. Ele e o Jorge Barata em Lisboa no BNU...


A todos um abraço do
JBS

Unknown disse...

Este repasto, foi-me relatado pelo Jacinto, o homem da cortiça. Pelo que ele conta, este grupinho deve ter disfrutado de um "daqueles" convivios que são para recordar sempre. Um grande abraço a todos e parabens pelo evento.
Victor Venâncio Jesus

Jose Elias Moreno disse...

Ora aqui está uma boa maneira de celebrar a juventude de espírito, a vida e a Amizade.Eu sempre q posso não perco um único ensejo de conviver.Na minha agenda conto com nove (9) Tertúlias,de entre as quais sete privelegiam sessões de comício e bebício.
Uma delas, pª celebrar a época das colheitas,inclui um repasto de javali,coelho bravo ou ensopado de lebre e realiza-se sempre na Serra,Paraíso em boa hora desconhecido pelo Turismo,e termina normalmente com uma soneca debaixo dum chaparro.
Aí na Cortelha paráva eu, nos anos 50, para comprar chouriços e medronho na venda do ti Joaquim Sebastião, quando vinha à boleia nos camiões que levavam as primícias do Algarve pª os mercados de Lisboa.
Bons tempos!
Gde abraço.
J.Elias Moreno

Unknown disse...

Caro José Elias,
Um abraço.
Agradecia me desses o teu contacto, pois que o procurei, já muito em cima da hora e não consegui. Falámos em ti, ainda fui à Lista Telefónica, etc.
Do borrego sobrou o melhor (costeletas... mas do lombo). Medronho do Alberto Rocha ainda ficou parte e do meu estava escondido, fica para a próxima.
Um abraço. Até breve.
romualdo.

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Meu caro Romualdo
O Elias não se vai zangar comigo, aqui vai o contacto e-mail:

j.eliasmoreno@hotmail.com

Um abraço
Rogério