quinta-feira, 8 de julho de 2010


Reflexões de férias

Férias acabadas, baterias da saudade recarregadas e, eis-me de novo a oito ou nove km em altitude e, confesso sem "as ter todas na malhada," o Airbus A 330 da TAP é o aparelho do tipo e modelo do que se despenhou no Atlântico sem que até hoje se saiba a razão exacta mas, adiante, vou rabiscando umas ideias, tomando umas notas sobre o joelho.
Confesso que não quero soar como o “velho do Restelo” ou como um antigo disco de vinil riscado mas é para lá que me sinto cair.
Nasci num país que se estendia do Minho a Timor, com tudo o que isso implicava, e vou morrer (talvez) num outro mais pequeno, que ainda não sei se encurtará mais ou se desaparece de vez, nunca pude opinar sobre isso. Formei-me numa escola (a nossa) séria com professores maioritariamente capazes onde para se passar era preciso provar que se sabia, onde o Exército, Força Aérea, e Marinha enchia a boca e a alma. Hoje começa a ser difícil rever-me no que resta; vi e ouvi prometerem-me muito e bom e vi concretizar pouco e mal ( o vinho e as estradas melhoraram !);nunca vi nem ouvi nenhum responsável pedir desculpa ou ser incomodado pelo que fez ou não fez.
Quando cresci ENSINARAM-ME a ser pobre, remediado ou rico mas honrado, depois a honra passou a estar em ser rico de qualquer maneira....podia continuar a lista mas creio que me fiz entender.
Passei a viver em “Liberdade” mas, esqueceram-se de a definir e regulamentar, pelo que nos atropelamos uns aos outros. Massacraram-me os ouvidos afiançando que tinha direito a tudo e não tinha dever de nada (a não ser pagar impostos), esta imbecilidade vai transformar o país em escravos sem direitos. No fundo ,deixei de ser um ser cidadão e passei a ser um número e uma vítima do sistema imposto.
Nunca fugi a pagar impostos ( também não desertei,... emigrei ), nunca fiz greve , não inventei engenharias financeiras, não voto no actual espectro partidário, não me deixam ter outra forma de regime a não ser pela via revolucionária, nunca me perguntaram se quero deixar de ser português ao integrarem o federalismo europeu, tenho que ouvir os políticos dizerem por norma uma coisa hoje e amanhã o seu contrário, obrigam-me a viver na ditadura dos ciclos eleitorais e na lógica do bota abaixo inter-partidário onde não resta tempo algum para governar embora esteja à vista que alguns se governam.
Agridem-me diariamente com casos de corrupção, decisões de insanidade mental e aberrações humanas e nada acontece e nada se compõe ou castiga—a justiça não existe, o que existe é o exercício delatório do direito...etc...etc
Não foi isto que me prometeram e eu acreditei.
Um abraço para todos se for publicado
Diogo
(Recebido por via electrónica - RC)

4 comentários:

jctavares@jcarmotavares.pt disse...

Estimado Diogo,

Fiz uma leitura atenta do teu texto. Meditando sobre o mesmo, conclui que vem na continuidade de outros que já tens escrito.
Não quero entrar em polémicas de concordo ou discordo, ou mesmo concordo com isto e discordo daquilo.
A nossa geração, e a que nos antecedeu uns anitos,foi um ìcone da nossa região. Nascemos e vivemos parte da nossa vida com muitas dificuldades. Trabalhamos, tivemos e (temos) boas famílias, bons mestres e fizemos muito bons amigos. Estamos vivos e conseguimos proporcionar aos nossos filhos e netos, um bem estar e estrutura de vida, que jamais imaginaríamos ser possível.
Nem tudo se conseguiu, nem tudo está bem...é verdade. Mas para quem começou com tão pouco ( como nós), o que agora nos é proporcionado é enorme.Aprendamos a viver os anos que nos resta com alegria, saboreando a amizade, o bem estar e o saber viver sem azedumes nem amarguras desnecessárias.
Todos gostamos duma boa salada à "montanheira"...mas não devemos exceder no vinagre.

Um abraço para ti e toda a familia
jorge tavares
costeleta 1950/56

MAURICIO DOMINGUES disse...

CARO DIOGO

TODOS NÓS TIVEMOS AO LONGO DA
NOSSA VIDA, QUE JÁ NÃO É CURTA,
BONS E MAUS MOMENTOS, BOAS E MÁS
RECORDAÇÕES, ALGUMAS DOLOROSAS QUE
SE MANTÊM ATÉ AO FIM DA VIDA,TAL
QUAL ESPINHOS CRAVADOS NA ALMA,
QUE NUNCA MAIS NOS ABANDONAM.
VERIFICO COM SATISFAÇÃO QUE
AINDA TEMOS PORTUGUESES, BONS E
VERTICAIS, QUE FIEIS AOS VALORES
RECEBIDOS, QUER DOS SEUS HONRADOS
PROGENITORES, QUER NA ESCOLA QUE
BORILOU ALGUMAS ARESTAS E REFOR-
ÇARAM A SUA FORMAÇÃO, SÃO AINDA
OS VERDADEIROS E PUROS ARAUTOS
DOS NOBRES SENTIMENTOS QUE HER-
DÁMOS DOS DESCENDENTES LUSOS.
GOSTO DE HOMENS VERTICAIS,
DAQUELES QUE SEM RECEIO DE CRÍTICA
E LEAIS AOS SEUS PRINCÍPIOS NÃO
SE TENHAM VENDIDO E , SEM TEMOR,
MANIFESTAM O QUE LHES VAI NA ALMA,
NADA PROCURANDO RECEBER EM TROCA.
O PORTUGAL PIGMEU QUE HOJE
TEMOS, SEMPRE IMORTAL, COM CERCA
DE 10 POR CENTO DO QUE TÍNHAMOS
HÁ QUATRO DÉCADAS E QUE MUITOS
ILUMINADOS TROCARAM POR 200 MILHAS
DE ÁGUA SALOBRE, QUE NÃO CONTROLA-
MOS E É DE TODA A GENTE,ATÉ DERAM
MOTIVO A QUE SE NOMEASSE UM POMPO-
SO "ALMIRANTE DOS MARES",BONA-
CHEIRÃO,ATEU, AGNÓSTICO E REPU-
BLICANO,HERDEIRO DE UMA LINHAGEM
QUE DEIXA MUITO A DESEJAR !
O EXÉRCITO," ESCOLA DE VIRTUDES"
,TEVE NOS SEUS TEMPOS ÁUREOS
HOMENS VIRTUOSOS,HONRADOS E DEDI-
CADOS À PÁTRIA, QUE NUNCA SE SU-
BORDINARAM A ESCOLAS E DOUTRINAS
CONTRÁRIAS AO SEUS JURAMENTOS DE
FIDELIDADE.
"PORTUGAL É OBRA DE SOLDADOS"
DISSE MOUZINHO, COISA DIFÍCIL DE
DE ENTENDER POR TRAIDORES,DESERTO-
RES, CORRUPTOS E OUTRA FAUNA QUE
DIRIGE OS NOSSOS DESTINOS E ENGOR-
DARAM COM A NOVA SITUAÇÃO .
AJEITARAM-SE !

PARABÉNS DIOGO. GOSTEI.
FICO-ME POR AQUI HOJE.
UM ABRAÇO AMIGO DO MAURÍCIO

Anónimo disse...

Mauricio
meu caro so' hoje dei pelo seu comentario.Culpa minha.
Obrigado
Diogo

Anónimo disse...

Jorge
so' hoje relendo o "nosso" blogue dei pelo teu comentario.
Obrigado pela opiniao e os cumprimentos a' familia serao entregues.
Abraco meu velho.
Diogo