quarta-feira, 28 de julho de 2010



Uma Viagem de sonho...Ou o sonho duma viagem

Há hora previamente estabelecida, juntámo-nos todos no aeroporto de Faro. Costeletas e esposas, outros familiares e alguns amigos.
Voo Faro/Lisboa e transferência para voo da SATA, Lisboa/Ponta Delgada.
Mais costeletas se juntaram ao grupo de Faro, acompanhados igualmente das respectivas esposas, familiares e amigos.
Transbordávamos de alegria e excitação. A viagem e o passeio aí estavam e o convívio de todos durante alguns dias.
Excepcionalmente o voo partiu a horas, e no avião, o convívio começou com os mais afoitos (medo todos temos, embora uns disfarcem melhor do que outros), deambolando de cadeira em cadeira, contando anedotas ou falando da última aquisição para o plantel do SLB ou do SCP.
A aterragem no aeroporto de Ponta Delgada, foi magnífica e eis-nos finalmente no transfer a caminho do Hotel: Unidade hoteleira muito bem escolhida, no centro da cidade, e com todas as comodidades que a nossa provecta idade justifica e merece.
Feito o chek-in, arrumada a bagagem e até à hora de jantar, uma visita pedestre à cidade. Divididos em grupos, mas sempre com a preocupação de nos alternarmos, permitindo dessa forma que o convívio se generalizasse.
No dia seguinte após o pequeno almoço, uma visita em autocarro à ilha, percorrendo todos os lugares maravilhosos, nomeadamente as lagoas, as furnas ( aonde almoçamos o famoso cozido nas mesmas), as praias, os locais mais pitorescos e genuínos.
Regressados ao Hotel, o descanso, o jantar (sempre com rotatividade nas mesas) e o café com digestivo ( em nada comparado ao do Alberto Rocha, embora também de qualidade apreciável).
No dia seguinte manhã livre, para depois do almoço nos dirigirmos ao aeroporto e voar para a ilha do Faial.
Neste voo em avião da Sata, ainda a hélice, e que faz as carreiras inter-ilhas, tivemos oportunidade de ver à nossa direita a famosa montanha do Pico, pois o voo fez-se a uma altitude mais baixa, que a da referida montanha. Linda paisagem!
Aterrámos no aeroporto, e mais uma vez os transferes nos levaram, não para o Hotel, mas para uma visita a toda a ilha, com almoço durante o percurso. Os Capelinhos ( vulcão adormecido), as bordadeiras, as vinhas, o artesanato e finalmente a cidade da Horta com a suas magníficas baía e marina, por onde têm passado dos mais importantes veleiros que atravessam o Atlântico. Também o Bar do Peter não podia deixar de ser visitado. Fizemos a famosa travessia do canal do Faial, com 8 quilómetros de extensão, recordando Vitorino Nemésio, o açoriano mais famoso que passou pela nossa televisão e que nos deixou esta imagem, finalmente real aos nossos olhos.
Chegados à Ilha do Pico, fomos transportados para uma unidade hoteleira perto do mar, que reunia igualmente excelentes condições.
Jantar e cama, porque o dia tinha sido cansativo e a travessia do canal, mesmo com bom tempo, é complicada.
No dia seguinte, pequeno almoço e mais uma visita guiada a toda a ilha. Esta, ilha de baleeiros e vinhateiros, assentou toda a sua economia nestas duas actividades. Tivemos ocasião de ver o museu da pesca da baleia, e apreciar a heroicidade destes pescadores. Igualmente, os artefactos feitos dos ossos das baleias, demonstram também que, a rudeza desta actividade não retira arte e criatividade a estes verdadeiros artistas.
O vinhedo, plantado em parcelas de terreno protegidas por muros feitos em pedra solta, extraída ao longo do tempo para permitir pequenos espaços de cultivo e de protecção aos ventos de norte, e que são hoje Património da Humanidade. Estivemos no sopé da montanha mais alta de Portugal, visitámos a cidade Lages do Pico, e regressámos ao Hotel. Jantar e cama, porque a idade dos viajantes não permite grandes saídas nocturnas, depois de um dia de intenso passeio.
Após o pequeno almoço, fizemos o chek-auto e deslocámo-nos para o aeroporto. Voámos para a Ilha Terceira. Chegados, tomámos o transfer para Angra do Heroísmo: Lindíssima cidade que começámos a apreciar ainda antes da chegada ao Hotel. Boa instalação hoteleira, na Praça Principal, permitindo fazer todos os percursos pedestres com facilidade.
Resto do dia livre, com um jantar servido com gastronomia da região num restaurante típico, e a que não faltaram as danças e cantares da Ilha, com actuação de dois excelentes conjuntos.
No dia seguinte, viagem guiada a toda a Ilha. Particularizo o guia que nos acompanhou: Homem perto dos quarenta, intelectual com profundos conhecimentos de todos os aspectos da sua Ilha, nomeadamente, cultural, económico e histórico. Uma barba rala de côr ruiva e a sua imagem de marca - uma bengala, que em determinados momentos lhe servia de "ponteiro".
A Ilha, a exemplo das outras já visitadas, é essencialmente agrícola, com particular relevo para as suas vinhas. Visitámos uma adega, mas foi nas duas principais cidades, que se concentrou a visita. Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, que se rivalizam na sua importância.
Angra do Heroísmo, repleta de história, tem na sua arquitectura o seu bem mais precioso. As casas desde o rés-de-chão aos segundos andares, apresentam as janelas com lindíssimas sacadas em ferro forjado trabalhado. O centro histórico que é Património da Humanidade, sofreu grande destruição com o terramoto de 1980, mas felizmente foi totalmente reconstruido, mantendo a traça original.
Regressados ao Hotel, preparámos as malas, fizemos o chek-out, e fomos transfidos para o aeroporto, para efectuarmos o voo Ilha Terceira/Lisboa/Faro.
Despedimo-nos dos costeletas lisboetas e seus acompanhantes e eis-nos de volta a Faro.
Quer em Lisboa, como em Faro ficámos com a certeza que o convívio costeleta se alargou às caras-metade, e que dorante, também elas terão prazer em nos acompanhar, pois saberão que lá estarão também, as outras "costeletas".... Trimmmm, trimmmm, trimmmm....Tocou o despertador como habitualmente às 07.45. Acordei...Acabou o sonho! Mas ficou o desejo de que o mesmo, nesta ou noutra viagem, se possa transformar em realidade.
Estou disponível!




jorge tavares
costeleta 1950/56

1 comentário:

Anónimo disse...

MEU CARO JORGE,

Viva.

Parabens pelo belo texto, que me parecia verdadeiro, agarrou-me bem e levou-me a rever as belezas das ilhas açorianas.

Considero o teu texto literariamente bem conseguido, porque estava a recordar tudo isso que conheço bem.

No PETERS está, ou esteve colocado na parede, este meu soneto, porque as paredes estão cheias de estrangeiradas e disse ao boss: Entáo, e de POrtugal, nada? Vou fazer um soneto e mandar, OK.

Faça, envie que eu coloco.

E assim foi.

E vai aí.


PETER CAFÉSPORT


Toda a gente que foi ao Faial conhece
O estabelecimento do Peter e a Lojinha
Uma minha amiga que nunca o esquece
Disse-me quando soube que eu cá vinha

JOÃO, vai ao Peters não te esqueças
É a catedral onde vão os que chegam
E onde Deus os abençoa sem pressas
Todos …. mesmo os que não prestam.

O Peters é um lugar sagrado onde vão
Muitas pessoas, talvez mais de um milhão
Gente de todos os lugares e de toda a sorte

E quando você volta você vem feliz
Porque você afinal viu o que quis
Ou seja a casa PETER CAFESPORT

João Brito Sousa/ costeleta / Faro/ 1942