domingo, 15 de agosto de 2010



MAIS DO MESMO

De uma forma mais ou menos cíclica aparecem publicados e bem, artigos cujo objectivo parece ser o de calar, ou no mínimo reduzir, as vozes mais incómodas para os mentores da actual situação económica, politica, social e de direito.
Quando digo que esses artigos são bem publicados é porque entendo que todos temos o direito de manifestar a nossa opinião e nesse sentido o nosso colega Rogério tem tido um comportamento exemplar, inclusivamente dando as respostas adequadas no momento certo.
Parece-me absurda a insistência de que os Estatutos ou a escritura de constituição da nossa Associação tenha qualquer referência (o Rogério já disse que não) ou limitação sobre determinados temas, mas se tal acontecer é urgente a revisão, uma vez que é cometida uma ilegalidade que fere a Constituição da República Portuguesa. Não vou transcrever mas aconselhar a consulta do Artigo 37º (Liberdade de expressão e informação) da CRP.
Por vezes acho que não frequentei a mesma escola que alguns colegas, passo a explicar melhor o meu raciocínio:
- Nunca ouvi falar de unanimidade de ideias
- Nunca ouvi nenhum professor ensinar a obrigatoriedade de aceitar a mentira para reforçar o espírito costeleta.
- Entendo até como ofensivo à memória dos que já partiram e dos que estando ainda entre nós, deram o melhor de si para nos ensinar e educar em termos que certamente repudiariam pressões para a criação de tal espírito costeleta, na base de pressupostos da negação da Liberdade e do Livre Pensamento.
- Ensinaram-me sim que participar da mentira, divulgar ou nada fazer para que a verdade seja reposta é tornar-se conivente com a dita cuja.
O que é politica, escrever sobre politica ou fazer politica?
Será que denunciar a fome e a miséria, a corrupção, a má gestão dos dinheiros públicos, o “amiguismo”, o compadrio, a falta de vergonha na cara, a falta de honradez, a falsidade e a mentira, a falta de justiça, o alheamento da gravidade da situação, e muitas, muitas razões que seria exaustivo apontar, é fazer politica? Se é, então eu sou politico e escrevo sobre politica.
Alguém poderá explicar-me porque razão vários presidentes de Câmara, de todo o País confessaram que os orçamentos dos municípios a que presidem são falseados com números irreais, nas previsões da alienação de eventual património, que de antemão sabem que não será alienado, ou cujo valor real é muito inferior aos valores inscritos e até hoje, nada aconteceu? Não aconteceu nem vai acontecer (digo eu, que até sei como estas coisas funcionam). O que assusta neste caso é o facto do leque se estender da ponta direita à ponta esquerda (os casos públicos e confessados)
Alguém pode imaginar a existência comprovada pela Justiça, de corruptores, sem corrompidos?
Alguém com bom senso e de boa fé pode pretender gastar biliões que não temos, em obras faraónicas, só para satisfazer o ego dos governantes e o bolso de certas empresas (sempre as mesmas), comprometendo o futuro dos vindouros, até à quarta ou quinta geração. Ou pior ainda criando condições para uma bancarrota, que não se deve fazer esperar.
Por último e os últimos são os primeiros, a assustadora falta de segurança no País.
Os fogos e a falta de material para que os abnegados e heróicos bombeiros voluntários possam combater essa praga (aqui cabe uma pergunta inocente, porque os bombeiros municipais não participam no combate aos fogos?)
Os roubos, a violência contra pessoas e bens, o desrespeito generalizado, o número crescente de crimes, por meios cada vez mais violentos, o descaso (e bem) dos agentes da autoridade.
Digo bem, porque se um agente de qualquer das forças responsáveis pela segurança dos cidadãos, tiver a infelicidade de matar um bandido, nunca mais se livra da prisão, arruinando a sua vida e dos seus familiares. Como se não fosse suficiente, aparecem de imediato os defensores dos direitos humanos (e são tantos, os defensores) a que certa comunicação social se encarrega de divulgar de forma exaustiva.
E as vitimas? Onde estão os direitos das vitimas? Certamente enterrados com sete palmos de terra em cima.
Duvido que se as vitimas fossem filhos, pais, irmãos, cônjuges ou outros parentes próximos desses senhores, onde se inclui o juiz que os solta e o legislador que fabrica os abortos que permite ao juiz soltar, bem como os 230 senhores, confortavelmente sentados em cima do poder, certamente as coisas seriam diferentes.
Será que estou sugerindo uma ditadura? Não! Estou sugerindo, respeito, honestidade, a punição de quem prevarica, o fim da “rebaldaria” instalada.
Sei que não estou só nesta luta, embora saiba também que os interesses instalados são muitos e com muitos tentáculos também, mas enquanto eu puder lutarei.

Permito-me transcrever a resposta a uma pergunta feita há `escritora Rita Ferro, publicada na revista Domingo do Correio da Manhã na rubrica “face oculta” (Não tem nada a ver com outras faces ocultas).
Eis a pergunta; - PROJECTOS
Eis a resposta: - Além do livro que tenho em mãos, a prioridade é acordar os portugueses antes do despertador da bancarrota. Continua tudo a dormir, ninguém acredita que em breve passaremos fome.

Terminarei prometendo voltar, com uma citação de Ruy Barbosa (aconselho vivamente a quem não conhecer, a leitura da sua obra):
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantar os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
e a ter vergonha de ser honesto.”

Finalmente mesmo, quem duvidar de muito ou de tudo o que afirmo, está convidado para um dia diferente. Um passeio por lugares que visito normalmente com amigos, mas que em nada são agradáveis. O almoço deverá ser um naco de pão com linguiça, podendo o jantar ser num restaurante. Deverá ser uma refeição ligeira, como convém a pessoas das nossas idades, mas também duvido que alguém tenha apetite ao fim do dia para um lauto repasto, mas se tiver mesmo assim, disponível para a jantarada não haverá problema, eu pago a conta.

Um grande abraço para todos

António Viegas Palmeiro

10 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Meu caro Palmeiro
100% totalmente de acordo com este seu texto. As verdades não ofendem ninguém! Não era necessário mudar os estatutos da Associação para que o blog... (evitando obcenidades e ofensas a terceiros)
Bastava apenas que a Associação se dissociasse do blog. Bastava criar um novo blog informando o novo mail. Se eu criei este, também posso criar outro.
Um abraço
Rogério Coelho

MAURICIO DOMINGUES disse...

Caro Palmeiro.
O seu trabalho merece o meu aplauso.
Parabéns .
-Quem fala assim não é gago e sabe
bem o que diz.
Pena é que tenhamos de desmascarar
situações que não deviam existir no
nosso dia a dia e na bagunça insta-
lada na sociedade desde jardim à
beira-mar plantado !
Culpa de quem ? Dos 230 senhores
a mamar na teta da porca do Bordalo
Pinheiro ?
Da chusma de parasitas e larvas
que engordam num "cadáver"quási a
entrar em decomposição ?
Hienas em volta de uma carcaça, às
gargalhadas,cuja carne enche a pança
de gente sem vergonha e da claque
que os apoia e está na mesma mesa ?
NÃO, NÃO !!
Todos nós somos culpados . Acreditá-
mos nas patranhas desses malsins,
que nos venderam sonhos e quimeras.!
Eis o resultado !

Mais um abraço do Maurício

Victor Venâncio Jesus disse...

Adorei e aplaudo este artigo do amigo Palmeiro. O Mauricio diz que todos nós somos culpados, para mim, talvez, só que não vejo como inverter esta situação que se torna cada vez mais caótica. Alguem alvitra uma solução para que se consiga pôr termo, a esta cavalgada desenfreada deste poder politico corrupto e incompetente?... É que não chega mudar os que estão, há trinta e seis anos que a m... é a mesma, e de cada vez que muda, só piora!
Um abraço a todos Victor Venâncio Jesus

António Palmeiro disse...

Caros amigos, Rogério, Mauricio e Victor

Quero-vos agradecer as palavras de incentivo e todo o apoio manifestado, pela concordância com o que escrevi.
É tanto mais importante esse apoio, quando vem de pessoas que gostamos, admiramos e respeitamos.
Quando escrevi o texto em apreço, fi-lo, pensando nos meus netos e em todos aqueles que são hoje crianças e jovens mas que não sabem se terão futuro. Também nos idosos que com pensões de miséria, o que recebem nem lhes chega para pagar a conta da farmácia.
Para todos um abraço amigo
António Palmeiro

António Palmeiro disse...

Caros amigos, Rogério, Mauricio e Victor

Quero-vos agradecer as palavras de incentivo e todo o apoio manifestado, pela concordância com o que escrevi.
É tanto mais importante esse apoio, quando vem de pessoas que gostamos, admiramos e respeitamos.
Quando escrevi o texto em apreço, fi-lo, pensando nos meus netos e em todos aqueles que são hoje crianças e jovens mas que não sabem se terão futuro. Também nos idosos que com pensões de miséria, o que recebem nem lhes chega para pagar a conta da farmácia.
Para todos um abraço amigo
António Palmeiro

Anónimo disse...

MEUS CAROS,

Viva.

Eu, por mim, não percebi o texto nem os comentários.

Mas venho sempre aqui todas as manhãs.

Ab.
JBS

Anónimo disse...

Olá!

A vida é assim, uns percebem, outros não!
É verdade que tudo muda de acordo com os óculos que se estão usando.
Ab.
António Palmeiro

Anónimo disse...

Meu Caro Palmeiro,

Viva,
Não vejo unidade costeleta no teu último comentário e jamais irei por aí. Insinuações medíocres não.
Ao dizer que não gostei não ofendi ninguém e tu andaste lá perto. E eu não gostei disso. E quero que o saibas.

Ab.
JBS

António Palmeiro disse...

Meu caro João
Relativamente ao teu último comentário, resposta a um meu, quero dizer-te o seguinte:
Quanto à tão propalada "unidade costeleta" eu já dei o que tinha a dar para esse peditório.
Sobre "insinuações mediocres" podes ter a certeza que eu não insinuo, eu afirmo. Acostumei-me ao longo da vida a dar o peito às balas, não é agora depois de velho que vou "roer a corda", a mediocridade fica por tua conta, mas devias informar-te melhor a meu respeito.
No teu comentário em nenhum momento afirmas que não gostastes, dizes sim, "que não percebeste".
Afinal quem insinua?
Temos a mesma escola mas percursos de vida diferentes e isso tem que ser considerado. Não estou dizendo que são melhores ou piores, estou dizendo que foram diferentes, com ideias e vivências também diferentes e é esta a riqueza de qualquer projecto da natureza deste em que participamos, sentir a liberdade, manifestar as ideias sem receio de criticas absurdas e sem se sentir amarrado a qualquer arreata.
Fico por aqui. quero só acrescentar que nunca ofendi ninguém e se eventualmente isso acontecer, terei a humildade suficiente para pedir desculpa. Não é o caso. O tom do meu comentário foi em consonância com o tom do teu, sarcástico nada mais.
Um abraço
António Palmeiro

MAURÍCIO DOMINGUES disse...

CARO PALMEIRO,

EU LI, LI, RELI, TORNEI A LER ,A
VER SE NÃO ME TINHA ENGANADO OU SE
LINGUAGEM USADA ESTAVA EM BOM POR-
TUGUÊS.
PERCEBI O TEXTO,MAS PERCEBI MESMO!!
POR ISSO COMENTEI O MESMO E JULGO
QUE MUITO BOA GENTE, MESMO COM ALGU-
MAS DIFICULDADES VISUAIS, TAMBÉM
O SABERIA INTERPRETAR !
PALMEIRO, CONTINUE A ESCREVER QUE
NÓS, EMBORA COM MÁ VISÃO, VAMOS
PERCEBER !!

UM ABRAÇO DO MAURÍCIO