domingo, 5 de setembro de 2010

Cantinho dos marafados (muito marafados)

Num belo dia do mês de Agosto, resolvi dar uma volta por uma região de que gosto muito, Caldas de Monchique.
O calor era abrasador e o barulho da água a descer pelas encostas, fazia despertar ainda mais a sede.
Depois de estacionar, aí vamos nós sequiosos procurar a primeira bica e a sombra daquela secular e frondosa árvore que está ali para nos dar as boas vindas.
Mas a surpresa espera-nos, a bica está seca. Um olhar mais atento e logo encontramos um bebedouro ali a poucos metros, mas do mesmo não sai nem uma pinga de água.
Sem alternativa vamos comprar um copo ou uma caneca para iniciarmos a subida até à “Fonte dos amores” onde finalmente saciaremos a sede. Missão impossível, não encontrámos à venda nas redondezas qualquer recipiente que nos ajudasse a solucionar o problema.
Vamos então todos (éramos 5) ao bar que se situa em pleno largo, comprar cada um a sua garrafa de ÁGUA DE MONCHIQUE, foi então que se fez luz:
- Cada garrafa de 0,5 lts. custava 1,20 €
- Na casa de artesanato ao lado, a conta era redonda, 1,00 €
Chega então uma excursão e vê-se estampado no rosto das pessoas, para além do calor a surpresa pela insólita situação. Eram turistas, quase todos estrangeiros e foi triste assistir às desculpas da guia, tentando explicar o que não tinha explicação.
A máquina de calcular começou a funcionar e a conclusão é que o negócio é uma mina, não de água mas de dinheiro, senão vejamos:
- Feita uma média durante 2 horas, verifiquei que em muitos dias a frequência será superior a 1000 (mil pessoas)/média diária. Admitindo que metade está sequioso, falta mesmo só colocar a calculadora a funcionar.
Este não é da China, é de Monchique mesmo.
Atenção Senhor Presidente da Câmara de Monchique.
Atenção Comissão de Turismo do Algarve.

Um abraço
António Viegas Palmeiro

5 comentários:

Anónimo disse...

Antonio
mas isto sao as leis do mercado a funcionar!
A procura e a oferta!
Abraco
diogo

Anónimo disse...

António,

Viva,

Acho que vale a pena apresentar estas cenas que o Diogo situa nas leis do mercado.O que é verdade.

Mas há aqui um pouco de oportunidade. Será justo por ser sazonal?

Não tenho a certeza.

Ab.
JBS

António Palmeiro disse...

Olá Diogo

Sem dúvida que a questáo dos preços é a lei do mercado, mas o que considerei grave foi eu ter ficado com a noção de que a falta de água na bica e no bebedouro não era ocasional, mas sim provocada
e aí já não é a lei do mercado, é outra coisa.
Uma coisa muito feia, cujo nome todos conhecemos.
Um abraço
António Palmeiro

Anónimo disse...

Antonio
e pensarmos nos que D Joao Segundo matou a sede nessa bica?!!!!Houve rumores de que foi na agua dessa fonte que foi posto " a peconha" que o liquidou passado poucos dias em Alvor
Nao me surpreendia nada que a autarquia tivesse decidido por motivos de sanidade fechar a milenar fonte!
Se bem me recordo ha uma instalacao de engarrafamento da famosa agua la no sitio.
Abraco
diogo

romualdo.cavaco@sapo.pt disse...

A autarquia, o bispado e o rei já não têm que ver que ver com o assunto. O negócio é realmente da china ... foi vendido à fundação oriente... - património -
- por quanto? ... nãn sê... por quem? - já se vê....
romualdo.