domingo, 3 de outubro de 2010

DO CORREIO ELECTRÓNICO

DOMINGO À TARDE
Por João Brito Sousa


A TEORIA DA JUSTIÇA, de John Rawls

Baseando-se na sociedade justa de Platão, Rawls sugere que:

O primeiro passo a dar seria o surgimento da mesma igualdade de oportunidades aberta a todos e em condições de plena equidade

O segundo comportamento seria baseado nos benefícios nela auferidos, que deveriam ser repartidos preferencialmente com os membros menos privilegiados da sociedade, os worst off, satisfazendo as expectativas deles, porque justiça social é, antes de tudo, amparar os desvalidos.

Para se conseguir isso é preciso, todavia, que uma dupla operação ocorra. Os better off, os talentosos, os melhor dotados (por nascimento, herança ou dom), devem aceitar com benevolência em ver diminuir sua participação material (em bens, salários, lucros e status social), minimizadas em favor do outros, dos desassistidos.

Esses, por sua vez, podem assim ampliar seus horizontes e suas esperanças em dias melhores, maximizando suas expectativas.

A Teoria da Justiça de John Rawls terá possibilidades de implementação, se houver um movimento de compreensão dessa doutrina e se da sua aplicação resultar benefícios para todos

Eu considero a teoria com boas possibilidades de cativar as pessoas, porquanto, a colocá-la em prática, viria a tornar a sociedade mais harmoniosa e mais agradável

A Humanidade não precisa de ser rica, precisa apenas de ser mais justa Mas para isso, as pessoas têm de se convencer, que o objectivo da vida é o bem estar social e não uns estarem bem e outros mal, pela via do capital.

È claro que este comportamento da sociedade só se consegue obter se os que têm mais disponibilidades, abdicarem desse excesso e permitirem que os detentores de menores recursos possam ver melhorados os seus proventos

Para que este modelo vingue, é preciso reeducar as pessoas em dois aspectos; o emocional e o produtivo.

Em primeiro lugar, seria importante consciencializar as pessoas, para que se autoeduquem na direcção do colectivo. O que passa a valer é o todo e uma pessoa de per si não tem qualquer possibilidade de sobreviver.

Depois, seria interessante não perder os incentivos profissionais, agora direccionados em favor de uma sociedade mais justa.

Penso que isto é possível de obter e penso também que temos andado a perder tempo.


jbritosousa@sapo.pt

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