domingo, 3 de outubro de 2010

DO CORREIO ELECTRÓNICO

ENERGIAS 
TEMPOS QUE JÁ LÁ VÃO
ANOS 40

Panela de Sopa ...  
Sobre o artigo publicado em 27 /10 com os títulos em destaque me permito complementar a componente Urbana e escrever a forma de cozinhar na parte rural da  região!
 
Numa altura em que a energia elétrica nas localidades tinha um percentual de utilizadores  baix, e o Gaz só na década de 50  iniciou a expansão do consumo.
Era Carvão  o combustível mais utilizado,  ver as pessoas que trabalhavam nas carvoarias cobertas do pó negro , em que o carvão  era vendido avulso.
O pó e as partículas em que se desfazia o carvão  depois utilizado misturado com lama para moldar as denominadas bolas que na realidade nada tinha de esférico e com semelhança  a rodas que eram colocadas a secar á porta sobre tábuas.
Como na realidade o pó  não era aproveitável em natura já que não permitiam brasas fontes de calor, as denominadas bolas permitiam uma maior duração no fogo aumentando a duração das brasas pela combustão das partículas do carvão.
Recordo dos primeiros fogareiros a petróleo barulhentos  aparecerem no meio Rural em que vivia a partir dos anos de 1947, a maioria da marca Hipólito . muitos comprados para fazer os fritos do Natal em que a versão era da regularização do calor ,depois surgiram outros silenciosos. 
Porque o calor proveniente da lenha tinha a regularidade de acordo com a lenha que era utilizada e as fases de combustão.
 
As fornalhas a lenha  na maioria constituída por duas pequenas paredes desviadas cerca de 20 centímetros e  altura semelhante enquanto o comprimento era de acordo com as característica da casa , também serviam para defumar os enchidos de Porco.
Existia desde as mais simples  construídas no chão com 02 pedras e uma grelha geralmente proveniente do suporte de alcatruzes para tirar água das noras, muitas ao ar livre para não sujar as paredes, até ás que tinham a altura de uma bancada de cozinha actual .
 
Praticamente quase todas as casas tinham em anexo um forno construído com tijolos em forma de abobora , onde era cozido o Pão e em épocas festivas bolos assados etc.
Esses fornos tinham o mesmo principio dos de Padaria, divergindo na área em que era colocada uma quantidade de lenha que ardendo provocava o aquecimento que se mantinha após a retirada das cinzas e permitia aquele gostoso Pão de trigo que atualmente é conhecido por alentejano ou da serra.
Também me recordo que o fogão a gaz marca Presmalt  na minha família foi adquirido em 1955 , entrando no Pacote a Panela de Presssão e a telefonia a Pilhas em que á noite se juntavam os vizinhos para ouvir os folhetins radiofônicos do Tide e outros na Emissora Nacional, que com o evento da TV viraram Novelas.
 
A Electricidade só entrou na casas rurais  depois dos anos 60 pelos Serviços municipalizados de Faro que se apropriaram das instalações existente no concelho em 1958 da Aliança Elétrica do Sul, esta que iniciou a distribuição em 1923 em Olhão passando a ser distribuída em Faro em 1944.
O transporte Energético desde 1961 efetuada pela Ceaal    (Companhia elétrica Alentejo  e Algarve) com  sub estação em Loulé que após Nacionalização em 1975 virou EDP pelo fusão de diversas empresas na área .
 
Era um Tempo com a evolução mais lenta e que ás vezes  recordo com a pergunta seguinte:
Se há pouca mais de 50 anos a electricidade entrou em algumas das nossas casas fazendo parte da nossa vida!
O aconteceria se hoje fossemos privados dela?
 
 
Saudações Costeletas
António Encarnação

1 comentário:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Meu caro Encarnação
Creio que este acrescento à minha transcrição integral do capítulo "A Panela de Sopa" do livro "Faro À Lá Minuta" da escritora Lina Vedes, São Brasense de Alportel será, se ela dele tomar conhecimento, bem recebido.
Pela minha parte gostei. É para mim uma grata recordação para os anos 30 e 40 que também vivi.
Rogério Coelho