segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DO CORREIO ELECTRÓNICO

Casos de um fim de semana....

No passado sábado, como faço habitualmente, especialmente logo que o Verão viaja para outras bandas, procuro uma esplanada para ler o jornal, tomar um café e apanhar um pouco de sol .
As minhas preferências alternam-se entre o Bar do Figo, à beira da Marina de Vilamoura, e o Panito Mole, situado um pouco mais acima, mas também muito agradável.
Este sábado a escolha foi para o primeiro.
Logo que se levantou um vento desagradável, a Maria Albertina sugeriu uma voltinha pelas lojas, o que fizemos.
Montras com novidades, para vestir, calçar, etc. A curiosidade fez-nos entrar nesta ou naquela loja, perguntar preços, saber para quando as "promoções"...enfim, passar o tempo.
Numa das lojas que entramos ( não de roupa ou calçado) fizemos umas compras de utensílios para a casa, aproveitando algumas promoções. Enquanto a empregada fazia as contas, embrulhava as peças e recebia o pagamento entabulamos conversa.
Crise para aqui, Sócrates para ali, e na sequência dumas perguntinhas mais profundas, a senhora (empregada de comércio), afirmava que de facto a sua vida nunca tinha sido tão boa, porque tinha todas as comodidades, a casa que tinha comprado, electrodomésticos, televisões (plasmas), automóvel, um dos filhos já se tinha licenciado na Universidade em Lisboa e o outro estava neste momento a frequentá-la. Por acaso este último, estava em Coimbra para assistir ao concerto daquela banda com uma letra e um numero...penso que U2. Interpelei a senhora, dizendo-lhe que agora iria ter mais algumas dificuldades. É evidente, respondeu. Naturalmente tinha de apertar o cinto porque a crise não perdoava e teria de fazer algumas restrições nos gastos. Mais uma pergunta: fazia ideia de quanto lhe iria afectar o seu orçamento familiar. Não, mas pelo que ouvia na TV, de certeza seria muito!?
Quando saí da loja, comentava com a Maria Albertina, se estaríamos em Portugal, ou em qualquer outro país europeu...talvez Alemanha.
A propósito, e ainda no fim de semana, aquele concerto da banda com uma letra e um numero, realizado em Coimbra, reuniu em dois dias, dezenas de milhares de pessoas que se deslocaram de todo o país, nos mais diversos meios de transportes, alguns preparados para esse fim, e que segundo consta, foi um sucesso ( e de bilheteira também ). Imagine-se um cidadão europeu, obviamente preocupado com as crises no mundo em geral e na Europa em particular, que estivesse de visita a Coimbra este fim de semana, também pensaria como eu, que naturalmente estaria noutro país europeu...talvez Alemanha.
São situações que nos fazem pensar...!

jorge tavares
costeleta 1950/56

3 comentários:

José Elias Moreno disse...

Caro Jorge:
Passo os meus fins de semana nos subúrbios de Vilamoura,numa praia de classe média/baixa,mas faço também incursões rápidas nesse resort, para poder utilisar as ciclovias,inexistentes na minha zona de lazer.
Durante toda a minha vida, por dever de ofício,tenho tido paralelamente acesso a uma vida de luxo, que dura enquanto dura a função, e uma vida de contenção, que é a que consigo pagar com o que recebo do exercício da mesma.Esta experiência de vida,fez-me desde há muito compreender que não posso almejar a propriedade qualquer dos yachts ancorados na marina,mas posso pagar um Cruise às grutas ou à Foz do Arade com direito a um pirolito.
É o que resta aos servidores dos Senhores que passeiam as suas benditas fortunas e vaidades pelos resorts e Hotéis de luxo: aproveitar as generosas migalhas que caiem das suas fabulosas,recheadas e opulentas mesas.
Tal como o ladrar dos cães, a Arquitectura,o perfume das flores,a maciez da areia da praia,e os ordenados e gorgetas dos servidores do turismo em Vilamoura, Vale do Lobo ou Quinta do Lago são mais generosos do que em Quarteira ,no Cavalo Preto ou na Armona.
É o que eu penso,quando páro a minha bicicleta,na fronteira entre dois mundos,junto de um parque selvagem de caravanas.

Gde abraço.

J.Elias Moreno

jctavaresjcarmotavares.pt disse...

Olá Elias Moreno,

Muito obrigado pelo comentário que fazes ao meu texto. É sempre agradável ler comentários aos nossos textos...em última instância significará que foi lido, goste-se ou não.
Um dia talvez escreva sobre Vilamoura desde 1979, data em que iniciei a minha vivência naquele lugar. Todavia, não devemos "meter no mesmo saco" Vilamoura, Vale de Lobo e Quinta do Lago...são geográfica e sociológicamente bastante diferentes.
Um forte abraço para ti
jorge tavares
costeleta 1950/56

Anónimo disse...

COMENTÁRIOS
"É sempre agradável ler comentários aos nossos textos..." (Jorge Tavares).
"Aproveito para te dizer que leio com avidez os teus trabalhos" (João Brito de Sousa,comentário em e-mail pessoal que me dirigiu)
Frases como estas, e outras de outros companheiros deste blog, são sempre agradáveis de ler e tocam-nos o coração e o desejo de continuar a colaborar.
Obrigado amigos
Alfredo Mingau