terça-feira, 29 de março de 2011

INDIGNAÇÃO...!

Tenho o direito de estar indignado...e estou!
Como é possível tanta irresponsabilidade? Como é possível deixar que estas situações aconteçam? Como é possível??.......Enfim, como é possível tudo o que está a acontecer?
Medianamente informado nas questões económicas, até por dever de ofício, fiquei estupefacto ( não muito surpreendido ) com as notícias vindas na comunicação social sobre os bancos portugueses. Instituições de referência no meio financeiro de Portugal e no estrangeiro baixaram o seu nível de solvência: Caixa Geral de Depósitos, Banco Espírito Santo, BPI e Santander Totta desceram a situações preocupantes. O MillenniumBCP, que foi um banco de referência nas últimas duas décadas, foi classificado de "lixo", e baixou a um nível muitíssimo preocupante!
Será que a grande maioria dos portugueses tem a noção do que isto pode representar para o futuro da economia portuguesa, e consequentemente para os portugueses?
A denominada "Dívida Soberana" é de facto, um grande problema. Mas o clima criado à banca portuguesa, vai ser, seguramente, um enormíssimo problema.
Hoje contactei alguns amigos com quem me relaciono nos bancos, particularmente aqueles que ocupam lugares de alguma responsabilidade, abordando este tema. Foi com tristeza que senti a mágoa que lhes vai na alma e que veio de encontro ao meu pensamento. Nas instituições financeiras em Portugal prestam serviço muitas dezenas de milhar de trabalhadores. Massa cinzenta, valor humano inquestionável, a quem alguns "iluminados de gabinete " se permitem colocar em igualdade com os trabalhadores que se ocupam do tratamento de lixo ( sem qualquer menosprezo para a actividade).
Estou muito indignado! Já me questionei e questiono: Aonde estão os causadores deste "tsunami financeiro"? Porque não se justificam? Porque não assumem perante todos nós o porquê de tudo isto?
Meus caros costeletas, com esta indignação recuei cinquenta anos da minha vida, e lembrei-me dos meus filhos e das suas asneiras de crianças: Quando as praticavam e até ao momento de confessarem, "encolhiam-se" , bastando esse pequeno gesto para que de imediato identificássemos o "culpado"....
Agora, é só verificar quem está "encolhido"...

Jorge Tavares
costeleta 1950/56

3 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Jorge

Viva.

Comungo da tua indignação.

ALGUMAS NOTAS :


1 - Quando o euro foi introduzido na Europa, esperava-se que gerasse convergência entre as economias da Zona Euro. Em vez disso, gerou divergência. O Banco Central Europeu (BCE) tratou as dívidas soberanas dos Estados membros como se não tivessem risco e aceitou as suas obrigações governamentais nos mesmos termos.

2 - A Alemanha tentou recuperar os países altamente endividados como forma de proteger o seu próprio sistema bancário. Por exemplo, a enorme dívida soberana da Irlanda surgiu porque as autoridades da Zona Euro, na tentativa de salvar o sistema bancário, forçaram os irlandeses a nacionalizar os seus bancos como condição para os manter à tona.


3 - Assim, dado que os mecanismos impostos pela Alemanha protegem o sistema bancário partindo do pressuposto que a dívida soberana pendente é sagrada, os países devedores devem assumir todo o peso do ajustamento.

4 - Além disso, os requisitos de competitividade exigidos pela Alemanha vão ser impostos a países que não estão em igualdade de circunstâncias, o que deixa os países deficitários numa situação insustentável, que poderá mesmo arrastar a Espanha, que no início da crise do euro tinha um rácio da dívida mais baixo do que da Alemanha.

5 - Em resultado, a União Europeia irá sofrer algo pior do que uma década perdida; terá que suportar uma divergência crónica, em que os países excedentários avançam e os países deficitários são arrastados pelo peso da dívida acumulada.


Assunto complicado.
Mas que exige a nossa atenção.
Fizeste bem e trazê-lo aqui.


Ab.
JBS

Victor Venâncio Jesus disse...

Folgo por ver no "nosso" blog a discussão de assuntos de caracter geral do país, que a todos interessam. Um abraço

Anónimo disse...

De Economia e Finanças só entendo das minhas.
Sou um pouco antiquado, e reconheço que às vezes um pouco atreito a medos e receios, como é apanágio dos individuos de cultura judaico-cristã.
Estão a começar a mexer no meu queijo.
Vejo que Mestres e Doutores da Matéria , não dão volta ao texto, e só não parecem estar tão à rasca
como eu, porque têm muito e a bom recato.
Oxalá, queira Deus e queiram os "Mercados" que não venha por aí uma CRISE qualquer.
Bom dia.
Não há-de ser nada!
Gde abraço solidário, que é só o que eu posso mandar.
J.Elias Moreno