sexta-feira, 25 de março de 2011

O QUE FOMOS

Caro João

Vou ter que recuar uns dias no tempo, aquando escreveste e bem o primeiro textosobre o titulo “ não esquecer Portugal” que em boa hora o fizeste para,
recordar que as onças de ouro ainda hoje estão em divida à Santa Sé mas que Portugal compensou bem vários pápas no futuro tomando ou resgatando território aos mouros ,descobrindo outros e depositando-os no seio da Santa Madre Igreja com o que de bom e de mau daí adveio.Para mim,penso eu, foram mais os proventos que as perdas.Mas vamos aos nossos avós,os que partiram em busca de fortuna e pão que a pátria lhes negava ou não podia proporcionar. Eram guiados pormareantes de conhecimento empírico do que eram os ventos aliseos e correntes marinhas....e quantos pereceram antes que esses conhecimentos fossem passados degeração em geração? Na História ficaram os nomes dos maiores, os que reconhecemos hoje. Para mim, o maior acabou em desgraça perante El-Rei, por muitos anos não se falou nele, foi o nosso conterraneo de Lagos, Bartolomeu Dias, depois de dobrar o Cabo que chamou Das Tormentas ao fazer aguáda no que é hoje Mossel Baye deixou que a tripulação se amotinasse e....voltou sem atingir a mirifica India deixando com esse gesto D.João Segundo furioso....digamos que deixou imperar a bordo a democracia...a maíoria decidiu voltar. O rei escolheu para o substituir na tarefa um escudeiro seu que de mar nada sabia mas....era duro, Vasco da Gama, ao atingir Melinde contratou três pilotos árabes que o guiassem a Bombain,algures no meio do Indico os nossos capitães aperceberam-se pelas medições que faziam via astrolabio que andavam aos circulos e que pouco ou nada progrediam,reuniram as naus,Vasco da Gama mandou enforcar um dos capitães no mastro mais alto e apontando os outros intimou- os :-a seguir sois vós!....O resto todos conhecemos. Foi uma epopeia sem igual. A politica imperava nesses tempos como hoje. Nem sempre limpa mas necessária. O campião dela em todas as dinastias foi D.joão Segundo, um matreiro como são todos os estadistas, não o repugnou sacrificar o seu meio irmão que ficou conhecido como Cristóvão Colombo impingindo-lhe origem genovesa para com isso desviar a atenção de Castela das suas empresas....muito menos atribuir a Alvares Cabral a descoberta do Brasil porque isso o favorecia em Tordesilhas quando o verdadeiro “descobridor” tinha sido Diogo Pacheco Pereira uns anos antes.

O fim de D. João conhecemos,não conhecemos foi quem encomendou mas há duas ou três causas que nos podem ilucidar. Não vamos falar nisso por agora. Vamos antes lembrar que foi D. Manuel que começou a tirar proveito dessa epopeia que começava em grande,nos fez grandes no comercio do oriente....das sêdas, das especiarias e...das armas. Criaram-se tratados de estadia ou permanencia na India, na China, na Malasia e no Japão....ora isto só poderia trazer poderio para a Corôa e bem estar acrescentado para o povo que arriscava e....que poucas vezes voltava. Estabelecia-se com pequenos ou médios negócios, miscejenava-se, criou países que englobavam dentro nações como foi o caso do Brasil, de Angola e Moçambique.
Uma Pátria que tal filhos pariu merecia melhores governantes era a questão?
Claro que sim. Hoje, vêm-se enormes porta contentores com milhões de toneladas de bens de consumo atravessar os oceanos que nós à custa de muitas vidas desvendámos, dúvido que algum tenha pavilhão Português. A nossa marinha mercante foi desmantelada, os nossos estaleiros navais destruídos ainda não percebi ou finjo não perceber a bem de quem....Em tempos foquei aqui o caso do paquete Funchal que foi vendido nos anos oitenta por vinte mil contos e....dizia eu:- mais do que isso valia o veio da helice!
Termino. Se calhar merecemos mesmo o que nos cai na rifa em que não tirámos
bilhete.
Se fôr publicado deixo um abraço para todos
DIOGO


2 comentários:

Anónimo disse...

CARO DIOGO

Viva.

Vou estudar o teu texto e depois pronuncio-me.

Mas à partida, penso tratar-se de um documento riquíssimo, versando a História de Portugal.

Está aqui a D. Helena ?

Ab.
JBS

Anónimo disse...

CARO DIOGO

Viva.

As onças foram pagas. Vê lá.

Dizes no teu texto,

“que as onças de ouro ainda hoje estão em dívida à Santa Sé…”

Ora vejamos,

O primeiro Rei de Portugal, declarou-se em 1143 disponível para pagar à Santa Sé, o censo anual de quatro onças de ouro, reclamando, em troca, a ptotecção pontifícia.

O papa acedeu.

Apesar disso, Alfonso VII, ao assinar depois, em Zamora, a paz com seu primo, não lhe reconheceu a realeza mas não protestou, porém, contra o título de rei, que êle usava.

O título de Rei foi-lhe dado pela Santa Sé en 1179, aparecendo pela primeira vez na bula Relatum est, de 13 de Abril daquele ano, sendo pontífice Alexandre III.

Afonso Henriques aumentara, de quatro onças de ouro para dois marcos, o censo anual que oferecera em 1144.

Um presente de mil morabitinos (moeda de ouro, que se chamava também maravadi), que o rei de Portugal enviou ao Papa, passados dois anos,

serviu de paga,

afora o aumento do censo, pela concessão tanto tempo solicitada, sem resultado.

É capaz de não haver recibo, mas o homem pagou.

Ou serão outras onças.

Ab.
JBS