segunda-feira, 4 de abril de 2011


ILUSÕES IV

Uma manhã destas pus-me a caminho, a pé, para visitar o José.
Quando cheguei à entrada do quintal puxei o cordel e ouvi a sineta dentro de casa a badalar.
José apareceu à porta, olhou-me e exclamou:
- Está fechada à chave por causa dos ciganos.
- Já há alguns dias que não conversamos e resolvi fazer esta visita, respondi
José abriu a porta. “Faça favor de entrar, senhor Fernando”.
Entrei e sentei-me no sofá. José sentou-se na minha frente na poltrona.
- Então José, muita leitura? Venho trazer-lhe o livro que me emprestou.
- Agora tenho-me dedicado ao computador e ler as mensagens da internet.
- Muita coisa interessante?
- Numa das mensagens li que o SÓCRATES parece aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário. De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedir-se, agradecidos, do Constâncio, e já dão a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.
- Promessas de salvação?
- Estamos bem entregues! Querem-nos servir a sopa dos pobres, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, e dão aos boys a sopa dos ricos, andam pela União Europei sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé, com um nível “acima do lixo”.
- Já ouvi dizer que quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB, e a subir, rematou Fernando.
- Sim. Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais e promessas. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde? Não me recordo onde li isto, faz-me lembrar umas crónicas do Joaquim Letria…
- Tens toda a razão José, só não percebo aqueles que votaram neles, e querem repetir para viverem de promessas..
- Pois, é a crise que os carneiros não querem ver!
- Pois, são mesmo carneiros, e estes governantes são uma ILUSÃO, são como os ilusionistas. Nós vemos todos os truques, mas não percebemos. Eles não querem que percebamos. Bem, já sei que não me ofereces o almoço. Vou andando para casa fazer o meu. Até à próxima José.
- Vá com Deus. E que ele nos ajude!

Montinho

Nota:- Ponto final nesta minha série ILUSÕES.
         - Espero que esta última vire realidade...  no bom sentido.

4 comentários:

Anónimo disse...

O blogue agora virou propaganda política???

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Meu caro anónimo.
Pensei antes de publicar.
Achei que o texto trata de ILUSÕES de dois portugueses iludidos. Falar de "asneiras" dos homens, quer sejam politicos, padres ou outros, não me parece propaganda política ou religião.
Outros textos, aqui publicados, falaram mais de política, nas suas entrelinhas, e ninguém contestou.
Parece-me ter ficado assente que não era permitido fazer propaganda de partidos ou de religiões e de maus costumes. O que não é o caso.
Rogério

Victor Venâncio Jesus disse...

Querido anónimo na sua opinião quais os assuntos que devem ser tratados aqui? Será que acha que só devem ser tratados assuntos que interessama a alguns como o senhor!?...Pois eu, não sou anónimo e entendo que devem ser tratados assuntos que a TODOS digam respeito, ainda mais no momento de crise que o País atravessa e que a TODOS deve interessar. Evidentemente que não concordo que se faça propaganda politica, por este ou aquele partido, ou que se defenda ou acuse qualquer personalidade em particular. Mas tudo o que sejam assuntos de ambito geral porque não podem ser aqui tratados???... Ou será que o Blog é só para alguns iluminados. Se assim fôr, digam, que eu deixo de cá vir como faço habitualmente!... Abraços fraternos

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Estou de acordo contigo Victor.
Alinhas pelo meu diapasão. A crise afecta todos os Costeletas mesmo que algumas "vozes" discordem, são os "boys" que existem em todos os quadrantes da socieddade.
No entanto discordo quando dizes que não se deve "defender ou acusar qualquer personalidade". Todos erramos e nos elevamos...
Rogério