quarta-feira, 4 de maio de 2011



Ensaio sobre a demagogia

É mau quando se reage. A reação normalmente não traz bons resultados, deixa de
lado a ponderação. E eu estou reagindo a um artigo que vinha ontem no New York
Times, o DN cá do sitio e, a certa altura o articulista perguntava em relação a Obama mais ou menos isto:` poderá um demagogo, uma vez no poder virarestadista?`...e continuava defendendendo que sim. Que uma vez no poder ademagogia dava lugar à realidade. Ora isto vem ao encontro do que diz ou prega o principio da democracia americana que em grosso modo é isto, “para ganhares
prometes o que tens que prometer mas uma vez no poder tens que governar bem”. Isto faz com que um demagogo como Obama tivesse que arrepiar caminho... e emboa hora o está fazendo. Com demagogia enganou até o comité do préimo Nobel.
Lembram-se do que neste lugar escrevi sobre isso.
Mas vamos ao que me parece tem que ver connosco.
Não é só de hoje que o país encontra demagogos. A experiência histórica Portuguesa e durante toda a Republica parece mais uma parada de pavões que um ordeiro formigueiro de atarefados trabalhadores e soldados.
Portanto, os regimes demagógicos são a especialidade Portuguesa,que contrastam
só com ditaduras famosas e que têm nome: a ditadura de João Franco, ministro de D. Carlos, a ditadura de Sidónio Pais, a ditadura de Salazar. Esta experiencia de ditaduras tambem não é só Portuguesa é em geral partilhada poroutros países.
De facto a ditadura não carece de demagogia no discurso porque suprime as oposições sociais e politicas, enquanto a Democracia as cultiva e incentiva. A democracia não representa qualquer ameaça à demagogia, bem ao contrario, incentiva-a.
A mentira, bem trabalhada, e tem que o ser para parecer verdade,torna-se a textura da vida politica e social, demagogos e povo mentem, não há palavra, há apenas promessas vãs e inuteis e um multiplicar de palavras calculadas e marteladas, prejudiciais ao entendimento do que se está a passar.
São tempos baixos, acossados por um primarismo atroz de linguagem, assolados por iniciativas necessáriamente curtas de vista.
É o pantano, na linguagem de um ex primeiro ministro, nem há mar, nem montanha, nem terra firme. E no pantano só prosperam aqueles que pertencem ao núcleo predador das criaturas do pantano: crocodilos, jacarés, lagartos, abutres comedores de cadaveres.
A demagogia nas cidades Gregas saldou-se pelo apagamento das suas culturas, do
seu poder e finalmente do seu nome. Esperemos para ver se acordamos a tempo.
Tomemos esse exemplo. Venhamos sobre terra.
Como sempre, se fôr publicado deixo um abraço para todos... os que concordam e
os que não.

Diogo

1 comentário:

Anónimo disse...

Viva.

Nesta matéria o Diogo é Mestre.

À questão “ poderá um demagogo, uma vez no poder virar estadista.”

direi que á primeira vista, não é compatível, porquanto, tecnicamente,

“Demagogo é o que conduz o povo a uma falsa situação. Diz ou propõe algo que não pode ser posto em prática, apenas com o intuito de obter um benefício ou compensação.

No nosso contexto actual, Demagogia, está muito associado a promessas de "mundos e fundos", que depois na prática não se concretizam.

O demagogo é a figura típica do
chefe político no Ocidente .

enquanto,

ser estadista, é saber conduzir o Estado,o que é considerada uma arte, e o estadista, um autêntico artista.

Para Maquiavel, o estadista é adaptável às circunstâncias, harmonizando o próprio comportamento à exigência dos tempos.

Todavia sendo coisas diferentes o demagogo, uma vez no poder, pode virar estadista.

Habilidosamente,penso eu.

JBS