quinta-feira, 26 de maio de 2011


A EXPERIÊNCIA DA VIDA


Experiência de vida, é o estatuto, que apresentamos depois de termos percorrido uma boa parte dessa mesma vida. Diziam os velhos da minha terra, quando falavam desses assuntos nas tabernas, nas noites de inverno, que na experiência de vida, o corrido valia mais do que o lido.
Na deles, quereriam dizer que experiência de vida vinda do corrido, seria o conhecimento adquirido, do facto de se ter estado/ visitado muitas terras e conhecer variados usos e costumes. Esta experiência de vida, será uma aprendizagem obtida através da resolução dos problemas quotidianos. A outra aprendizagem obtêm-se pela leitura ganhando-se com ela novos horizontes.
No fundo, a experiência de vida, insere-se na relação do homem com o mundo, consigo próprio e com os outros. Digamos que, contactando com os outros, o homem aprende e melhora a sua conduta social e o seu relacionamento. É um comportamento racional
É nas manifestações simbólicas da cultura que ganhamos experiência de vida, que, por sua vez, nos trazem as verdades que assimilamos facilmente.
Contou-me uma vez o Dr. Roldão, um clínico de oitenta anos que se sentava à mesa com os estudantes no Café Central em Almada, anos 60, que, quando a estátua de D. José foi colocada no pedestal no Terreiro do Paço, em Lisboa, com o auxílio de cordas, a estátua não conseguia ser colocada, porque as cordas não davam mais margem para levantar a estátua em mais 2 cms. Foi então que um velho marinheiro lançou um grito e disse: molhem as cordas. E logo as cordas esticaram o suficiente para colocar a estátua no seu lugar.
Venceu a experiência? Sim, experiência e experimentação. Às vezes ganha-se experiência, experimentando.
Não devamos confundir no entanto, experiência com experimentação.
O experiente sabe prever os factos e antecipar-se a eles. O saber do experiente é um saber inteligente. A experimentação se não for transformada em experiência perde-se no termo da sua execução.
Mas a experiência de vida é interminável. É uma tarefa que nunca acaba e nunca somos detentores de toda essa experiência

João Brito Sousa

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