domingo, 10 de julho de 2011

COMENTÁRIO
EM FORMA DE CRÓNICA

Por João Brito Sousa

Olá Montinho

Apesar de já ter dito aqui que sou contra os anonimatos, o que, diga-se, mantenho, este texto do Montinho obriga-me a dizer-lhe muito obrigado, não só porque começa com um “olá João” e termina com um abraço, que entendo ser-me dirigido, mas também porque o texto me agarrou, pela estética e conteúdo.

Começando pelo fim do texto, direi que há que respeitar a forma como cada um encara a vida, o presente e o passado, o Montinho terá a sua forma de se expressar, eu tenho a minha, outros terão as suas. As minhas referências á Amália e ao António Silva e outras, são minhas recordações de outros tempos e coloquei-as aí. Porque sou da saudade. Diga-se desde já, para evitar confusões que as citações do Montinho, não me agridem em nada. É uma atitude, nada mais.

O texto em si, deixou-me surpreendido de duas / três maneiras, por me ser dirigido, pela bonita história que contém e pela força que transmite. Não é com choraminguices que lá vamos, é verdade, mas nos momentos difíceis, temos que ir buscar forças onde elas existem e às vezes é na saudade. Não acredito que todos sejam assim tão fortes que não peguem uma vez por outra num disco da Amália ou do Zeca Afonso.

Ao fim dos dias tenho sempre aquela sensação de perda, disse José Saramago.

É muito difícil ser Homem disse Hemingway .

Eu penso que a vida não é perfeita e que somos nós que nos temos de adaptar a ela. Penso que quereríamos da vida outra coisa, mas isso, ela não nos pode dar. E é aqui, neste palco, o lugar onde todos nós representamos ou vivemos, que devemos colocar em prática os valores e princípios éticos vigentes.

No meio disto tudo está o homem, que, convenhamos, tem tido uma evolução pouco palpável.

Anda às aranhas.

Parece-me.

Ab.

3 comentários:

Jose Elias Moreno disse...

Meu caro JB(special):
Começo pelo fim, como tu gostas.
Ando num dilema:Não sei se o Homem anda às aranhas, ou se está metido numa teia de aranha.
Concordo contigo: A evolução do Homem tem sido pouco palpável mas só se depois do Hemingway, porque esse segundo se consta, levou o papinho cheio de apalpanço.
Aliàs como tu confirmas, até se queixava que lhe era muito difícil, ser Homem (para tanta mulher).
Quanto à sensação de perda aos fim dos dias de Saramago, eu penso que reflete exactamente o quase permanente estado de espirito que norteou toda a sua vida, um certo azedume, amargura e até uma incontida revolta.E depois Saramago não sorria, e poucos momentos de bom humor se lhe conhecem.
De todos os nomes citados no teu comentário em forma de crónica, para além de Hemingway,só dois demonstraram -a meu ver- disfrutar dos dois lados da Vida: o bom , o alegre o positivo, e o outro; um dos nomes o de António Silva e o outro o de Montinho.
Isto é o que eu penso, e é só a gente a conversar.
Com apreço.
Gde abraço
JEM
Quarteira 11/Jul/2011

Anónimo disse...

Meu caro Zé,


Viva.

Gostei do comentário. É adulto e competente.

Tenho apreciado aqui, nos comentários que tens feito, a tua dimensão cultural. Que é grande e segura.

Hemingway foi um homem apaixonado por mulheres e pelo risco. Deu tudo à vida. Depois, quando chegou a sua hora, trocou-a por um tiro.

António Silva, foi o Leão ... da Estrela, é só.

Isto é a gente a conversar, né ...

Ab.

JBS

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Oi Ermão
Tens toda a razão.
O António Silva era um grande Leão.
O LEÃO DA ESTRELA. Se calhar até tocava violino...
Roger