terça-feira, 26 de julho de 2011


EU E AS PALAVRAS
Por João Brito Sousa

Encaixamos bem. Eu procuro-as ou elas vêm a meu encontro quando se inicia o processo da escrita. Escrevo para satisfazer uma necessidade pessoal. Na poesia que faço, muitas vezes não tenho ideia nenhuma do que vou fazer, mas sento-me á secretária e a ideia vem. Mentalmente preparo das palavras chave e o resto chega. Sempre tive essa facilidade, melhor, talvez inclinação. Com toda a modéstia.
Nos romances que já escrevi, para criar as personagens, encosto-me a um modelo de pessoa cuja postura eu gosto. E depois desenvolvo-as e meto-lhe um bocado de mim. Todavia, parece-me que não foi bem isso que disse o escritor norte americno, de origem judia, que há das foi entrevistado por José Rodriges dos Santos. O que esse escritor disse, lembro-me bem, é que as personagens são muito mais inteligentes do que os autores. E eu concordo.
As palavras são as ferramentas da escrita e têm o seu peso e função a desempenhar dentro do texto. São elas que dizem tudo.
"Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo." Estas palavras de Oscar Wild, têm um longo alcance, porque interpretar, cada um às vezes interpreta á sua maneira e pode produzir equívocos graves.
As palavras compõem as ideias e constituem-se como via de diálogo entre as pessoas. As palavras agridem, acolhem deias, são do contra e estão do lado favorável. Há palavras que encantam, há palavras que nos hostilizam. Mas temos de saber uitlizá-las e saber clocá-las no sítio, isto se falamos de literatura. Como disse Hemingay, que reformulou 35 vezes o final do “Adeus às Armas”, para colocar as palavras a jeito.

As Palavras é uma obra auto-biográfica de Jean-Paul Sartre.

jbritosousa@sapo.pt

1 comentário:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Meu caro Ermão
É uma hora da madrugada e o sono não me ajuda a arranjar "palavras" para comentar. Só posso dizer: Boa noite; xixi e cama. Bons sonhos
Um abraço
Rogério