quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Do Poeta Costeleta Orlando da Silva
Recebemos estes dois poemas:
Sonho feliz

Navego num barco fagueiro,
De pequenas e brancas velas:
Ele afaga as ondas belas,
E elas, são seu timoneiro.

As águas são avenidas…
Tão macias e ondulantes;
Percorro os mares distantes,
Como gaivotas perdidas.

Sem rumo vou navegando,
Por esses mares de sonho;
Às correntes não me oponho,
Nem sei os dias de quando…

Vou chegar a qualquer cais
Ou a porto desconhecido:
Sou marinheiro destemido,
Comandante, e mestre arrais.

Só vejo nuvens e águas,
Sozinho, nesta distância:
De sonhos tenho abundância,
Não oiço notícias de mágoas.

Tenho ilusões, que só tenho,
Quando eu navego assim:
Parto – não sei quando venho…
Chego!... fico com pena de mim.


11/9/2010
Orlando
(Inédito)
Sentir é preciso


Tu poeta, nunca serás um grão de areia
Perdido na duna humana, imensa…
Onde cantas versos, que à luz da tua ideia,
Iluminam, mesmo na escuridão intensa.

Só tu tens o sentido de os cantar,
Porque sentes e entendes o sentimento
Do mar humano, – e do outro mar,
Que batem num contínuo movimento.

Ao abrires as janelas do sonho, essas…
Trazem na sua força o desenho de promessas,
Que passam p’lo tempo, e marcam jornada.

Se as ondas do teu mar rebentam a teus pés,
Tu poeta, eternamente serás, e és,
Um semeador do sentir, uma eterna alvorada.


(Inédito) 7/2010
Orlando

2 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Obrigado Orlando.
Dá para sonhar e sentir.
Rogério

Anónimo disse...

Gosto de poesia.
E gosto imenso dos poemas do Orlando Silva. Leio com agrado e gostava de ler mais aqui no blogue, porque sou, também
leitor assíduo.