segunda-feira, 1 de julho de 2013

O ALMOÇO COSTELETA



Hotel D. Pedro Golf-Vilamoura


VISITANDO O HOTEL
Autor - Rogério Coelho                   rogerio1930@gmail.com
Costeleta dos anos 40

Foi no dia 8 de Junho do ano da graça de 2013, no almoço anual dos antigos alunos no Hotel D. Pedro Golf-Vila-Moura.
Antes e durante o almoço, servido em buffet com as melhores iguarias que o hotel nos proporciona, fui confraternizando junto da malta no fórum do hotel, com a presença sempre imprescindível de elementos da Assembleia Geral, Direção e Conselho Fiscal, verificando a comparência de nomes sonantes como… o Felix, o Piloto, o Sebastiana, Inácio, o Tavares, o Rocha, o Emiliano, o Caetano, o Teixeira, o Libertário, o Leal, a Isabel, a Adelina, a Lutilia, a Mestre, a Conceição, as Maias, o Inocêncio, o Orlando, a Dentinho, o Macedo, o Ramalho, o Matias, o Heraclides, o Armando, o Bernardo, eu, o Grande Elias e… tantos outros que não recordo .
Já bem alimentado, conversado e com os óculos pendurados na algibeira da camisa, só os uso para ler, escrever ou ver ao perto, saí do Forum para tomar conhecimento do hotel visitando as instalações. Resolvi subir para conhecer melhor esta unidade hoteleira e apreciar do último piso a vista panorâmica de Vilamoura. Apenas curiosidade, com algumas fotos à mistura.
Entrei no elevador (aquele elevador, muito lento, exageradamente lento, todo em inox, com lâmpadas fluorescentes nas laterais, etc. etc.). Apertei o botão correspondente e, ao olhar para traz, vi um sujeito, que me pareceu simpático, e que entrara sem que eu tivesse notado.
 Cumprimentei-o cordialmente, pensando tratar-se de um conviva e antigo aluno no nosso almoço, com um boa tarde, e perguntei, com toda a delicadeza, em que andar ele iria ficar, para que eu pudesse marcar no painel, mas o sujeito nada respondeu.
Resolvi ficar calado, pois è um direito de todo o contribuinte entrar no elevador e também é um direito constitucional democrático, o de subir e descer, com liberdade, mas pareceu-me estranha aquela atitude.
 Passei a prestar atenção naquele companheiro de elevador definitivamente, embora aparentasse, não ser muito simpático. Se era costeleta faltava-lhe um dos elementos da nossa “troika” Costeleta: fraternidade. Eu o olhava e ele me olhava; eu olhava para outro lado e ele fazia o mesmo.
Calei-me e deixei seguir, mas estava preocupado enquanto o elevador subia. Era estranho. Passou pelo primeiro andar... pelo segundo... e tudo continuava na mesma. Comecei a assobiar, me cocei, passei as mãos pelo cabelo, impaciente, e o sujeito sem me dizer alguma coisa. Comentei sobre o tempo (coisa boa para iniciar uma cavaqueira criativa!) e ele não respondeu. O elevador subindo... sempre subindo... naquela velocidade horrível, de poucos metros por minuto. Parecia que já fazia tempo demais que estávamos lá dentro!
Tomei uma decisão; não era nada bonito o que eu ia fazer, mas já estava decidido. Quando o elevador parasse no último andar, o sujeito teria que descer, então eu sairia antes dele, o encararia e me apresentaria, pois estava deveras curioso; afinal, ele podia ser um surdo-mudo, um estrangeiro que não percebesse a nossa língua, ou por não ser um antigo aluno talvez, ou… que pensamentos estranhos me confundiam para a companhia de tão estranha personagem.
Quando o elevador parou, enfim, no último andar e, antes que as portas se abrissem, coloquei os óculos, virei-me para o sujeito e desatei à gargalhada...
Aquele fulano era, simplesmente, o meu reflexo, no espelho!
Sucede-nos cada uma!

PS – Uma história imaginativa. Escrita na primeira pessoa sem o acordo ortográfico


2 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

E recebemos mais um texto do nosso colaborador Rogério.
Prometeu e vai cumprindo.
E tu, Costeleta que me estás a ler? Agarra na esferográfica!
A Direção

Anónimo disse...

Meu caro Zé
Eu não levo a sério o que me dizes, basta ler no rodapé: "uma história imaginativa". Não conheço nem nunca fui aos pisos superiores do Hotel D. Pedro Golf.
Não foste fotografado, talvez o fotógrafo não simpatize conosco, porque, eu também não fui. Há uma foto da minha meza com as cadeiras, minha e da Isabel... vazias!
De qualquer forma os meus agradecimentos pelos teus gravetos.
Roger