Transcrevemos do Facebook, por acharmos relevante e interessante,
o apontamento do Costeleta Diogo Sousa
Retalhos de leituras
antigas.
......nos tempos da
monarquia dizia-se que as eleições que então tinham lugar eram dominadas por
caciques locais, jogo a que Alexandre Herculano chamava de "uma vil
comédia", em que uma carneirada ía depositar o seu voto nas urnas--isso
está bem descrito nos livros de Júlio Dinis-- e continuou a ser assim na
primeira Republica. Depois emerge o Estado Novo e durante cinquenta anos a bem
dizer não houve eleições... havia uns actos eleitorais, e foi neste
período que as mulheres puderam ser eleitas pela primeira vez no nosso país,
mas eram de tal forma tão controladas e a concorrência da oposição tão
dificultada que as eleições tinham por resultado o triunfo dos deputados da
linha do governo.....[.... ]
......as
primeiras eleições que se organizaram, depois do 25/4 para a eleição da
assembleia constituinte, são efectivamente sérias e acabam por revelar, por
parte do eleitorado, um grande sentido de realismo, pois quando os órgãos de
informação previam a maioria absoluta para o MDP/ CDE, este não arrecadou mais
do que cinco por por cento! E o partido comunista catorze! Isto num ambiente em
que por todo o lado, nomeadamente na imprensa, rádio e jornais, predominava a
esquerda. O povo, na sua sabedoria, votou nos dois partidos ao centro do
espectro político , o Partido Socialista e o Partido Social Democrata.
.....o importante é
que se tratou de eleições sérias [....... ] pelo que se pode pensar que durante
os tais cinquenta anos de Estado Novo se operou um amadurecimento da
consciência que fazia falta. ANTES as eleições eram uma VIL COMÉDIA e
posteriormente passaram a ser COISA SÉRIA.
E agora? Quem sabe quem escreveu isto ?
Publiquei
Reporter Roger
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