quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CRÓNICA DE FARO



“Terraluz” ou um viver pleno do Algarve

Aquele final de tarde de um sábado outubrino, mas com pleno verão algarvio, acontecido na nobreza palaciana do Solar dos Pantojas, sede de uma veterana e respeitada agreminação da capital sulina, o Clube Farense (mais de 150 anos em prol da cultura, do recreio, do convívio e da arte), contitui, em si mesmo e desde logo um exaltação plena ao Algarve.
A antologia de 50 poetas algarvios ou ligados ao Algarve editada pela nossa sempre querida Casa do Algarve em Lisboa, através do seu dinâmico Centro de Arte e Cultura Manuel Teixeira Gomes, tão simbolicamente intitulada de “TerraLuz”, é em si mesmo um hino e um monumento a esta região de vates desde os primórdios até à actualidade.
Fê-lo e em boa hora o fez a nossa Instituição Regionalista deslocar algumas das suas figuras maiores, todos “algarvios dos quatro costados”, entre as quais o presidente António Feu e o “obreiro mór” desta iniciativa Rogélio Gomes, na vivência assumida de um tempo de Algarve onde estiveram todos (Bernardo Passos, João de Deus, António Pereira e Cândido Guerreiro, estes declamados com excelência), mas todos os que cantaram a terra e o homem, de Ibne Ammar a Ramos Rosa, cujo 90º aniversário do nascimento, dias antes ocorrido e celebrado, foi lembrado por vários oradores e na magnífica interpretação do conhecido poema “Funcionário Cansado”, pelo dr. Emílio Coroa.
A apresentação de “Terra/Luz” (Colectânea de Poesia de Poetas Algarvios” foi um magistral testemunho da Dra. Maria Isabel Silva Soares, que durante vários mandatos dirigiu essa capital da poesia árabe, que é Silves e o fez na sua qualidade de administradora da empresa “Águas do Algarve”, entidade que patrocinou esta edição.
A arte esteve presente através da música e com um altíssimo nível nas interpretações dos farenses maestro João de Almeida (piano) e do jovem e prodigioso violinista e pianista Rui Wang e do Grupo Coral da Confraria do Medronho “Os Monchiqueiros”, lídimo intérprete, sob a regência do maestro Miguel Silva, das tradições vocais da Serra Mãe.
E se houve esse desfilar da poesia dita, não raro, pelos seus atores, na plenitude concretizada nesta tarde outubrina no Clube Farense, do conhecido dito “Algarve é Terra de Poetas”!

João Leal

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