terça-feira, 20 de janeiro de 2015

CRÓNICA DE FARO


J-Leal-netAçores e Algarve num amplexo maior

“Açores – Letras, Música, Artes e Sabores”, um evento já marcante no calendário algarvio e que decorreu ao longo de uma semana na capital algarvia, promovido com toda a dinâmica e excelência que lhe são próprios pela honrada Casa dos Açores no Algarve, teve como seu esplendor maior, para além de um maior e melhor conhecimento da terra açoriana, o reforçar de uma sólida ligação, desde há muitos séculos acontecida com a região algarvia.
O querer, entusiasmo e experiência do presidente daquela instituição, “um algarvio do Faial ou um açoreano filho querido também do Algarve, pelos relevantes serviços prestados” e da valiosa equipa que consigo vive esta causa e clama por mim, do outro lado do Mundo, do outro lado do Mar”, saísse mais fortalecida com esta sexta edição da “Semana Cultural”.
Com a clarividência que lhe é peculiar escreveu o presidente Rubem Santos no programa apresentativo do evento que ao longo de sete noite (gélidas, mas aquecidas pelo calor humano dos participantes): concretizou-se: “Transmitir a beleza das nossas ilhas e do nosso mar, divagar/divulgando os usos, os costumes e os valores, além de tudo o mais que bom à acalentado no âmago da nossa gente foi, durante todos estes anos, um lenitivo apaziguador da distância, em simultâneo, o exteriorizar de toda a verdade que vemos expressa no basalto que emerge e vigia, quer a bonança quer as alterosas ondas daquele oceano, que não vive sem as ilhas que banha, nem estas imaginariam a sua inexistência”.
É que falando-se fundamentalmente dos Açores, o Algarve e as suas similitudes com as “nove ilhas postadas no Mar Atlântico”, encontram-se múltiplas vezes, de modo próprio na homenagem prestada no encerramento ao mestre da língua portuguesa Dr. José Pedro Machado, um farense cujo centenário de nascimento ora se tem vindo a assinalar.
E recordamos, à laia de lembrança, as conferências/lições proferidas pelas Dras. Maria Eugénia Teixeira e Maria José Ramos (“Canção para um poeta ausente – Emanuel Félix”. Dr. João Ornelas Rego (“Dr. Luís Ribeiro – quem foi, o que lhe devemos”), e Dra. Mariana Rego (“A propósito de António da Costa”) e o simples testemunho do autor destas linhas (“Dr. José Pedro Machado, o maior dicionarista português”), as actuações que mereceram fortíssimos aplausos do grupo, para nós uma revelação extraordinária, jograis do Grupo A-canto TC (Tomás Cabreira) e do Duo Anticiclone, constituído por esses dois açorianos entre nós, de há muito radicados e pedagogos em permanência Drs. Henrique Matos e João Rego, o filme do jovem açoriano Filipe Tavares “A viagem autonómica”, os saberes do “comer e beber à moda dos Açores com a prova de gastronomia, etc, etc.
Um abraço fortíssimo e que importa continuar na vivência quotidiana de cada um dia este que foi dado entre as duas regiões banhadas pelo mar, no caso dos Açores avistada primeira por um algarvio, Diogo de Silves.
João Leal




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