sábado, 24 de outubro de 2015


Um lugar para “Zeca Afonso”

Um singelo monumento, tão de igual com o inesquecível carácter do homenageado, esteve patente há algum tempo e durante vários dias, junto ao auditório ao ar livre e nas instalações modernizadas na Escola Tomás Cabreira. Tratava-se de um rememorar para a posteridade e com um cunho pedagógico para a juventude escolar “costeleta” (nome dado aos que frequentam ou se houveram como alunos da mesma) de um dos maiores do “Portugal de Abril” e que é ali foi mediático professor, ou utilizando uma linguagem actual, “um professor de proximidade”, o dr. José Afonso dos Santos, universalmente conhecido por “Zeca Afonso”.
De profundo sentir se revestiu esta acção inaugurada com a presença, entre muitos outros, dos antigos estudantes – cantores do fado de Coimbra e onde, em simultâneo, foi lançada a criação da Casa da Lusa – Atenas no Algarve.
A memória escultórica lembrando Zeca Afonso, que com a sua canção “Grândola, Vila Morena”! deu início a um tempo novo num Portugal novo, estava ladeada pelo símbolo vivo da fraterna azinheira.
Foi porém, como o povo diz na sua milenar sabedoria, “Sol de pouca dura”, isto porque, ao que aceitamos crer, “questões burocráticas” determinadas pelas entidades escolares, levaram a que o monumento – presença fosse retirado da Escola Tomás Cabreira de onde irradiou uma vaga inapagável da sua saudosa lembrança,
Tudo foi levado para, ao que nos informaram, os armazéns municipais, onde jazz à espera de um local onde possa ser implantado.
Sabemos agora que decorrem acções, lideradas por dois “farenses” que, não havendo nascido em Faro, o são de “alma e coração” e têm prestado à cidade capital sulina um vasto rol de serviço, para colocar a referida “lembrança a Zeca Afonso”, na praça que ostenta o seu honrado nome na urbanização cooperativa de habitação social, na popularmente chamada, por via da sua anterior ocupação militar, por “Carreira de Tiro” ou “Espaldão”.
São dinamizadores da iniciativa o eng. Augusto Miranda, antigo vereador do município, professor aposentado da Escola João de Deus e preside ao Clube Farense e à Casa de Coimbra no Algarve e esse artista plurifacetado e exímio guitarrista José Maria de Oliveira, criador e mentor, há décadas, do “Grupo de Fados de Coimbra”.
A placa elevada, em plena zona central, lá se encontra, como que aguardando a lembrança escultórica de quem tanto diz a este País e com um sentido afectivo especial a Faro.

João Leal

1 comentário:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...


Para o Jorge Tavares
Não consegui ler e publicar o comentário enviado.
Repete
Roger