sábado, 7 de novembro de 2015

CRÓNICA DE FARO


O respeito que é devido ao Algarve

Cada vez sentimos se acentuar mais e mais as múltiplas inconveniências da indesejada periferia da nossa região Mãe em relação aos grandes centros decisórios, de modo próprio do que, não obstante quatro décadas de vivência democrática, acontece com a omniasfixiante capitalidade de Lisboa.
Não obstante o Algarve constituir, em termos de entrada de divisas no País, o verdadeiro “Banco de Portugal”, tal não basta para “os senhores do poder” nos olharem com um pouco de respeito, exigível e exigido, face aquilo que somos e aquilo que necessitamos.
Não queremos “piedadezinha” caritativa para com a Terra Sulina, mas uma honesta, justa e merecida atribuição da resposta às carências existentes, que muitas, instantes e graves o são nos mais diversificados sectores.
Tal acontece desde a educação, das infraestruturas básicas às realizações culturais, da segurança ao lazer e bem estar, naquilo, em suma, que definimos e hemos como “qualidade de vida”.
Apenas e só apontamos três recentes casos que vieram para os “media” sem que tal pareça incomodar ou perturbar a continuada acção gravemente afectadora do Algarve, situação que aliás e sem a mania de perseguição o entendemos como desde sempre acontecer.
O desaparecimento, porque meia centena de elementos não justificam o designar-se por presença militar na região, com fortes tradições no que “à defesa ou guerra” se refere, do Regimento de Infantaria nº 1, em Tavira, com “séculos de praça forte”, ficando no que à ciência das armas comporta com uma efectividade a partir de Beja.
A outra tem a ver com o recente acidente ocorrido numa unidade de fabrico de gelo em Olhão, com os perigos elevados da fuga do amoníaco e onde se evidenciou que a equipa mais próxima especializada em casos com substâncias químicas se situar em Setúbal, a mais de duas centenas de quilómetros de distância.
A terceira e última, que os dedos das mãos e dos pés, em conjunto, não bastavam para a todas enumerar, é a prosseguida questão das portagens na Via do Infante, não só as mesmas serem elemento da maior referência nos quotidianos acidentes que acontecem na “Rua Maior do Algarve”, entenda-se a E.N. 125, com trinta mortos a chorar só nos primeiros oito meses de 2015, como pela diferença que nos é julgada em relação a outras regiões do país.
João Leal


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