O RISO
Um arranjo de Rogério
Coelho
Vigiemo-nos,
com a atenção em regime de permanência sobre o que nos podem fazer. Porque é
que não se há-de ser como a areia da praia? Os grãos estão sempre juntos.
A nossa escravidão, desde a infância, é
definir “posse e poder”. O vazio é o único lugar de encontro quando descobrimos
essas circunstâncias – e, nesse lugar, compreender não é concordar, tal como
discordar não significa não compreender.
Alguém
dizia que devíamos fugir da “superstição e da crendice”.
Tal
como a certeza absoluta é um acto de idolatria, mas com pés de barro na areia
da praia. É o riso. O riso de todas as maneiras e que devia ser o centro de
todos os debates, contra o risco de intelectualizar toda a linguagem, isto é,
de lhe criar uma autoridade por vezes sem nexo.
É
o caso. Poderemos apontar os debates a que assistimos na nossa Assembleia da
República. – Um encanto! Há gente que não ri nem sabe rir. Não é obrigatório
rir em nenhuma circunstância, mas o riso é um caminho que não se pode evitar. Tal
como a ironia e a piada. Ou, sobretudo, rir de si próprio. É que dá vontade de
rir quando alguém quer alterar, o que os outros dizem ou escrevem, a seu “belo
prazer”.
Porquê
e para quê alguém discordar dos direitos de quem escreve, alterando a seu belo
prazer o original do autor? Este não soube redigir, aquele julga-se superior?
É
O RISO… que fabriquei com pés do barro (que pedi na Fábrica de Cerâmica do Rocha) pisando a areia da praia.
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