Artur Brito,
um filho de Faro que nos honra
Opinião
de João Leal
A estas horas lá vai ele, com o seu entusiasmo, idealismo e estoicidade
pelas estradas da Europa e Ásia, em fora, conduzindo a sua mota Honda PCX, de
125cc, numa missão humanitária, que a todos nos enche do mais natural e
partilhado orgulho. Conhecêmo-lo em circunstância menos desejáveis, quando
ambos partilhámos, durante alguns dias, a enfermaria de cirurgia do Hospital de
Faro e ficamos por ele com uma enorme admiração e pela forma como enfrentava a
vida, não obstante se encontrar há alguns anos sem parte de uma perna, na
sequência de um grave acidente que sofrera quando se deslocava, também de moto,
uma das grande paixões da sua vida.
Há um ano (25 de Abril de 2015) o Nepal foi atingido, de forma trágica,
por um sismo de grande magnitude, que provocou muitos mortos e feridos, bem
como a total destruição de vasta zona daquele país asiático. Volvido um ano o
Artur Brito, homem de um coração enorme, irmão gémeo da coragem e espírito de
fraterna solidariedade que em si comporta, abalou de Faro, sua terra natal, até
aquelas distantes paragens, percorrendo na sua companheira mota quase 12 mil
quilómetros, com o irmão abraço e alguns meios que vão permitir parte da
desejada reconstrução nepalesa afetada pelo abalo telúrico.
Como pensamento sempre presente, desde o instante primeiro em que se
abalançou a esta missão, em que o sonho, uma vez mais, comenda a vida, o lema:
“Não tem que ver com o que faço, mas com o que tu podes fazer”, num convite à
partilhada comunhão, tal como em tantas e tantas ocasiões o têm concretizado o
Artur e os seus companheiros do Moto Clube de Faro.
“A viagem só faz sentido se partilhar o gosto pela vida, ensinamentos e
experiências, apoiando quem mais precisa”, afirmou dias antes da abalada nesta,
como também o afirmou “a grande viagem da minha vida seria uma viagem solidária
ao volante da moto”.
Nele vão de Faro, que tanto e justificadamente se orgulha deste seu filho,
tal como o Algarve e o país luso, passando por dezenas de países dos dois
referidos continentes, transportando a ajuda da Associação Obrigada, Portugal
no desenvolvimento do projeto “Our dream villa”, assente na construção de novas
casas para os nepaleses. Uma cadeia de solidariedade que envolveu inúmeros
elos, entre eles a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o Moto Clube de Faro.
Que tudo se realize em bem e que o Artur Brito volte em bem porque a
força gigantesca do seu querer fazer tem ainda muito para realizar!
João Leal
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