terça-feira, 7 de junho de 2016

CRÓNICA DE FARO


“A nova agricultura do Algarve” palestra no rotary de Faro


 Opinião de João Leal

Promover uma interligação efetiva do Mundo Rural e do Mar Algarvio com outros sectores regionais, nomeadamente o Turismo, foi um dos caminhos apontados pelo Dr. Fernando Severino (Diretor Regional da Agricultura e Pescas do Algarve – DRAPALG), na palestra “A nova agricultura do Algarve”, promovida pelo Rotary Clube de Faro e que decorreu no Auditório do Museu Municipal na capital regional.
Apresentado pelo Dr. Ilídio Mestre, presidente dos rotários farenses, que referiu a importância do tema no contexto regional e traçou a biografia do palestrante, licenciado em Economia Agrária e Sociologia Rural, assistente convidado de várias universidades e que desempenhou as funções de subdiretor da DRAPALG, de que é ora o primeiro responsável.
O Dr. Fernando Severino, que ilustrou a sua completa e elucidativa exposição com a projeção de diapositivos referentes, afirmou que “a realidade da vida agrária algarvia é, hoje, completamente diferente da de há alguns anos, apontando como objetivos da Direção Regional que tutela: no regresso ao mundo rural, no rejuvenescimento e fortalecimento do tecido agrícola e na reconquista do mar, modernizando e inovando o sector das pescas”.
Tendo como fonte o INE (Instituto nacional de Estatística) citou que no espaço de uma década (1999-2019) a população agrícola algarvia conhecera uma quebra de 47 972 elementos para 29 207, analisando depois dois programas comunitários, citando que o PRODER conhecera, a partir de 2010, uma nova gestão com um investimento de 260 milhões de euros para um quinquénio em explorações agrícolas, com destaque para 50% deste valor se destinar aos jovens agricultores e o PROMAR com 100 milhões de euros, evidenciando-se a aquacultura offshore e que o aparecimento de 500 jovens agricultores fez com que o “Algarve fosse a região onde este crescimento se fez sentir”. Citou depois os investimentos realizados nos citrinos, frutos vermelhos, horticultura tradicional, floricultura e plantas ornamentais, fruticultura, pomar tradicional – alfarrobeira, figueira, olival, fruticultura de regadio, apicultura (nas vertentes produtivas de mel, pólen e geleia, com 325 postos de trabalho, 15 milhões de investimento e a falta de associativismo), agro-indústria (adegas de quinta, transformação de alfarroba, centrais citrícolas e hortícolas, etc). Noticiou que o maior número de projetos cinegéticos apresentados ao PRODER no país aconteceu no Algarve e referiu o dinamismo evidenciado por este programa da União Europeia no interior da região, citando o facto de, no concelho de Alcoutim, 42 jovens haverem tutelados 107 projectos com o valor de 7 milhões de euros e que o mesmo, ao atingir 100% das verbas afectas expressa bem “um novo empresário agrícola com elevado grau de formação académica”. Também no sector do associativismo apontou igualmente a falta de uma organização de produtores de tomate e da necessidade anual de mão de obra na agricultura que se expressa em mais de 6 mil e novecentos postos de trabalho. “Portugal pode atingir a auto-suficiência alimentar e reduzir as importações”, afirmou citando o contributo do Algarve, no que às produções toca: citrinos- 62,4 milhões de euros; frutos vermelhos – 30 milhões; meloa – 928 mil; tomates – 4,5 milhões; alfarroba – 15 milhões; apicultura – 15 milhões; dióspiros – 3,8 milhões e abacates – 3,2 milhões.



João Leal

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