quinta-feira, 29 de setembro de 2016

ANIVERSÁRIO DE ASSOCIADOS COSTELETAS


FAZEM ANOS

OUTUBRO


02 - Hélder Sobral Silva Mendonça. 03 -  Florentino Gomes Cavaco. 05 - Manuel Madeira Guerreiro; Vitor Manuel Carlos dos Santos. 06 - Irene Dinorah Coelho Lopes; Fernando Guerreiro Farias. 08 - Clarisse Maria Cabrita; Zélia Maria Cristino Cabrita; José Gonçalves Charneca Júnior; Maria Eduarda Aleixo Martins Vargues. 10 - Manuel Francisco Sousa Belchior. 11 - José Correia Xavier Basto; Joaquim Eduardo Gonçalves Teixeira. 12 - Maria da Paz Lopes Santos. 13 - José Manuel d'Assunção Brucho. 15 - Maria de Lourdes Pinto Machado Matos. 16 - Elza Maria Encarnação Soares Horta; Francisco Xavier da Silva St. Aubyn; Florentina Rosa Santos de Brito. 17 – Luciano Augusto Ventura. 18 - João Maximiano Portada Faustino. 22 - Rogério Sousa Coelho. 26 - Jacinta Rosa Cançado Coelho Ramos (Mimi); Maria Graciete C. Sebarrinha. 27 - Daniel Manuel Guerreiro Mendonça; Maria Fernanda Guerreiro Mariano Silva; Eduardo Pedro Soares. 28 –Maria Clotilde Conceição Claro. 29 - Gisela Conceição Maria Marques.. 

FELICIDADES A TODOS, COM MUITA SAÚDE


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

CRÓNICAS DUMA PROFESSORA APOSENTADA


AS CRÓNICAS DA NOSSA COLABORADORA E ESCRITORA

Lina Vedes

Aconteceu... 

   Chamava-se Maria João.
   Era linda, uma autêntica boneca, ataviada com harmoniosos vestidos elaborados pela mãe. Grandes saiotes engomados salientavam a roda das saias, laçarotes, rendas e fitas completavam o conjunto que nem a bata liceal, obrigatória, conseguia encobrir.
   Era simpática, com um sorriso permanente a abrir-lhe os lábios e um brilho no olhar revelando um interior bondoso, pacífico e compreensivo.
   Nos intervalos das aulas isolava-se sem o à-vontade necessário para se aproximar das colegas que, em grupo, riam falando sobre sexo ou contando anedotas.  
   Era bem comportada cumprindo, na íntegra, todas as regras de convivência, decoro e boas maneiras, estabelecidas pela sociedade, sabendo dosear a sua aplicação.
   Era aluna exemplar que durante as aulas sabia ouvir as matérias explicadas pelos professores, que a estimavam e elogiavam. As notas finais fazendo jus ao seu empenho não a levavam a distanciar-se como ser superior aos outros.
   Era filha única e prendada, de pais zelosos e preocupadíssimos com a sua “menina’

   Rodeada de múltiplos cuidados tinha explicador particular que ia a casa, ajudá-la na aquisição das matérias. Recebia, igualmente, aulas de piano e a mãe conduzia-a nos segredos culinários e na arte dos bordados.
   Era católica, ia à missa da Sé todos os Domingos e comungava. Saía de casa ladeada pelo pai e pela mãe, vestidos a rigor, com comportamento exemplar a ser seguido por todos.
   Aos Domingos, na parte da tarde, se o tempo estivesse agradável, os pais levavam-na a passear a locais escolhidos por eles, com objectivos definidos. Também a levavam a conferências, colóquios, concertos musicais porque sabiam que a vertente cultural era necessária para uma educação completa.
   Nunca, a Maria João pisou o chão a caminho do Liceu de Faro, porque o pai a levava e a recolhia à entrada e saída das aulas. Era lá colocada e retirada para ser introduzida em casa, a dar continuidade a todos os afazeres que lhe eram impostos. Não havia espaço para conviver, a sua presença junto da vizinhança era nula.
   Os pais viviam para ela, moldavam-lhe o caminho a seguir. Estava talhada para o sucesso.
   Era uma linda menina, bem comportada, bem ornamentada, prendada, habilidosa, inteligente, boa aluna e boa católica. Era uma linda menina que todos os pais desejavam nos anos 40/50/60...
   Andei com ela, na mesma turma, durante quatro anos e muitas vezes me interroguei, olhando-a e vendo-a tão serena, se não sentia vontade de ”quebrar” as amarras. Não gostaria, tal como nós, de correr, falar alto, injuriar ou andar à “porrada” com uma amiga?...
   Chamava-se António e tinha frequentado a Academia Militar.
   Apareceu em Faro em 1960. Era filho de “boas famílias” como se dizia na gíria farense. Tanto o pai como o avô tinham altos cargos no exército português.

   Concluído o curso viera para a capital algarvia como oficial a dar instrução aos recrutas.
   Alto, espadaúdo, bom porte, despertou de imediato, a curiosidade entre as meninas farenses e casadoiras.
   Aliada à boa figura transpirava boa educação. Era fácil encontrá-lo no Aliança, na Gardy, na Brasileira, no cinema ou em qualquer lugar público a agir com cavalheirismo pouco usual na juventude farense.
   Com muito tacto e muita diplomacia respeitava as normas jurídicas impostas, na época, pela autoridade e as normas de cortesia. Junto das senhoras era cerimonioso, dando-lhes todas as prioridades e deferências, sabendo saudá-las e mimá-las delicadamente.
   Era correcto, educado, brioso, digno e responsável.
   O destino juntou-os.
   Aconteceu!
   António foi visitar familiares amigos dos pais de Maria João.
   Encontraram-se, olharam-se e o cupido fez das suas, acertando em cheio no coração desarmado e nada experiente da jovem de
18 anos, com o ano liceal concluído e com entrada garantida na Faculdade de Medicina em Lisboa.
   Ele ao observá-la viu de imediato:
   - É a mulher que meus pais ambicionam para mim!
   Ela ao encará-lo.., não via nada... ficou deslumbrada!!!!!!!!!
   Ele passou, discretamente, a provocar encontros e ela descobriu, dentro de si, algo de diferente e a desejar ter objectivos na sua vida pessoal, sem a indicação paterna.
    Através de terceiros, os interesses comuns dos jovens, foram revelados aos respectivos pais.
    Tudo foi feito como mandava o “figurino’
   António apresenta-se como pretendente à mão de Maria e combinam, desde logo, a visita oficial dos pais dele.
   Um almoço oferecido pelos pais da noiva reúne as duas famílias, surge o anel de noivado recebido com palmas, elogios e lágrimas de felicidade.
   Nesse mesmo dia fica decidido pelos pais:
   - A Maria João iria para Lisboa com a mãe, para um apartamento já adquirido, e licenciar-se-ia em Medicina;
   - O casamento efectuar-se-ia após a conclusão do curso… 1965/66;
   - Casariam em Fátima;
   - Iriam viver para Sintra, numa casa solarenga, pertença dos familiares do noivo;
   - Ele pediria transferência para Lisboa, podendo visitá-la aos fins-de-semana.
   Tudo ficou programado!
   Tão ‘embebidos” e maravilhados estavam um com o outro que não absorveram as imposições “impingidas’ o destino traçado por pais ansiosos na construção da felicidade dos filhos...
   Quando encararam a realidade apercebem-se que lhes resta o mês de Agosto para namorar. Em Setembro a Maria João rumaria a caminho da capital, para um período de adaptação.
   Na cidade de Faro tudo se ouvia, tudo se via e tudo se espalhava de boca em boca...
    Surgem segredinhos, mais adivinhados do que reais. A experiência dos maldizentes como que os empurra para o abismo!
   Vozes afirmam:
   - Ela vai ao Largo de S. Francisco, fala com a sentinela da guarita e segue para o apeadeiro.
   - Ele sai pouco depois e percorre o mesmo trajecto.
   - Será que os pais dela estão a dormir?
   Em meados de Setembro a mãe transporta uma Maria João conformada, aceitando a separação, deixando que o bom senso imperasse e acreditando que a reflexão saberia dominar a paixão.
   Abalou mergulhada em dúvidas, com tristes presságios, com sombrias conjecturas...
   Animou-se quando António lhe aparece, passados poucos meses, com a transferência garantida.
   Finalmente!!!!
   Poderia partilhar com ele o drama que a torturava...
   Durante o reencontro ela olha-lhe, firme, nos olhos...
   Instintivamente sente que estes haviam perdido o brilho inicial e, que as palavras dele não lhe saíam do coração com a firmeza que ela desejava.
   Diplomada em calar a voz do coração, em dissimular desejos e tendo dentro dela uma forte insegurança, conclui de imediato:
   - O António já não me ama.
   Estremece e durante momentos fraqueja, perde a faculdade de andar... e de falar!
   Cala o que deveria contar!
   Em Angola acontecimentos trágicos iriam precipitar a vida deste casal. O Governo do Estado Novo disponibiliza para lá os primeiros contingentes militares (1961). Está declarada a guerra entre as forças armadas portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação das Províncias Ultramarinas.
   António parte para a “Guerra de África” para combater os terroristas e defender as províncias portuguesas de África (era assim que se dizia e se ouvia).
    Maria João ficou só... perdida, amedrontada, insegura!!!!!!!!
   Tinha de encontrar um expediente para se subtrair ao drama que a dominava e que se estava tornando insuportável.
   Tinha o cérebro em fogo, o espírito numa revolta, o coração esmagado! Sentia a inutilidade da sua vida, a incapacidade de agradar, apanhada por um doentio complexo de inferioridade e numa depressão profunda... Sufocada vê todas as portas fechadas, não vislumbra uma nesga de salvação!!!
   Em Faro, inesperadamente, um grito de consternação é ouvido:
   - A Maria João matou-se!
   E dias depois:
    - Estava grávida!
    Entre o pesar das notícias uma voz anónima e implacável clama:
    - Como exemplo e modelo da nossa sociedade nunca poderia viver em paz, sendo mãe SOLTEIRA
!

    ACONTECEU!
 
    Lina Vedes


      22 de fevereiro de 2010 

NOTA DA REDAÇÂO: Os nossos agradecimentos por esta "Crónica", com uma história maravilhosa. Obrigado Lina. Fica-nos a dúvida, REAL OU FICÇÃO?
Roger.

POESIA

Da Costeleta Maria Romana, recebemos,  com a maior satisfação publicamos:


Luzes da Vida


Ventre rasgado p´la luz
Essa luz pura, inocente,
Em que ainda se produz,
A luz pouco transparente!...

Através da luz dos olhos,
Focamos a claridade,
Mas nub´lada, com abrolhos,
É a luz da Humanidade!

Sendo a luz do entendimento...
Um fraco potencial,
Caminhando, muito lento,
Esse bem fundamental...

Sublime a luz da humildade
A que destrói a ambição,
Por ser a luz da verdade,
Encaminha a perfeição!

É a luz da nossa mente,
Que comanda a Consciência
Uma luz forte, existente
Que ilumina a inteligência !

Mas a excelsa luz Divina,
A que brilha, sem cessar,
É a luz que nos domina,
A que nos há-de salvar!

Maria Romana

1º prémio – Academia Araucária – Brasil S/P

terça-feira, 27 de setembro de 2016

CRÓNICA DE FARO


Casimiro de Brito, 
o Percursor
Opinião de João Leal

Foi-o em toda a plena acepção do termo e nas mais diversas áreas culturais, sempre com esse denominador comum de uma profunda vivência poética, que o era de inovação, de partilha e de comunidade. Vem isto a propósito da recente homenagem que, no âmbito da edição primeira do “FLIQ” (Festival Literário de Querença) promovido pela dinâmica Fundação Manuel Viegas Guerreiro, ocorreu naquela localidade do interior do concelho de Loulé e em que um dos três dias que o evento comportou, se prestou uma pública homenagem ao poeta, jornalista, ensaísta e ficcionista Casimiro de Brito, natural daquele concelho e que nos anos finais da década de 40 do século XX veio, com os pais, que se estabeleceram ali junto ao “humilladero” do Senhor dos Aflitos, para fazer os estudos na extinta Escola Preparatória Serpa Pinto e, depois na Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, onde tirou o Curso Geral do Comércio.
De seu nome completo Casimiro Cavaco Correia de Brito (era um dos louletanos “Cavacos Famosos” – os presidentes Aníbal Cavaco Silva, do Governo e da República; José António Guerreiro Cavaco, da Câmara Municipal de Loulé e da Associação de Futebol do Algarve; Horácio Cavaco Guerreiro, da Região de Turismo do Algarve; do empresário Manuel Guerreiro Cavaco, que me simultâneo frequentaram a segunda daquelas escolas, aquele que é referenciado e premiado como um dos nomes maiores da poesia europeia contemporânea.
Nasceu em Loulé a 14 de Janeiro de 1938 e designámo-lo de “Percursor” porque o foi de modo jornalístico, aqui no “Jornal do Algarve”, com a “Crónica de Faro”, a que viria a suceder, aquando da sua ida para Londres, por uma equipa que incluía, além deste humilde cronista, os consagrados jornalistas Encarnação Viegas e Mário Zambujal e esse nome invulgar da cultura e da medicina que foi o dr. Armando Rocheta Cassiano, como o fora em “A Voz de Loulé”, com a secção “Postal de Faro”. Percursor o foi ainda com as páginas literárias no quinzenário louletano chamado “Prisma”, onde colaboraram, entre outros, Afonso Cautela, António Ramos Rosa, Maria Rosa Colaço, etc. Mas esse sentido de “percursor” foi-o ainda com a criação, juntamente com Ramos Rosa, dos “Cadernos do Meio Dia” e dos “Jograis de Faro”, surgidos estes após a vinda a Faro dos então famosos “Jograis de São Paulo” que, incluía o conhecido artista brasileiro Armando Bógus.
Casimiro de Brito (Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, Medalha de Mérito Municipal de Loulé, Prémio Internacional de Poesia Léopold Senghor – 2002, Embaixador Mundial da Paz ONG – Zurique – 2008, Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores – 1981, Prémio P.E.N. Clube Português de Poesia…) com 56 livros publicados e traduzidos em 26 idiomas, é um homem do “Times”, porque também entrou na equipa de 1957 com este mesmo espaço “Crónica de Faro", mas então com outro grafismo.

Por isso esta homenagem nos honra e honra o “Jornal do Algarve” e a referimos com toda a afetividade de “compagnons de route” desde os já distantes quase 70 anos em que, na cidade de Faro, se fixou!

João Leal
IN J.A.

domingo, 25 de setembro de 2016

INFORMANDO


DIA MUNDIAL DA MÚSICA
EM FARO

O Clube Farense, na rua de Santo António, em Faro, vai comemorar o  Dia Mundial da Música no próximo sábado, dia 1 de Outubro, com um concerto de João Pedro Cunha (violino) e Elena Tesouranova (piano).
Num concerto que marca o retomar das actividades num local emblemático da cidade, os dois músicos vão interpretar vários temas intemporais da música de compositores como Handel, Massenet, Astor Piazzolla e Monti. Entre outros.
O concerto terá início marcado para as 22 horas. Os bilhetes podem ser adquiridos no local do espectáculo


IN C.M.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

QUANDO ALGUÉM PARTE




JOSÉ FELICIANO SOUSA MATIAS
Partiu

O José Matias que Deus chamou a si no dia  20 Setembro, residia em Estói. Ia fazer 80 anos no próximo dia 30 de Outubro. Na lembrança do "Matias", um bom colega, amigo e companheiro de sempre, sentimos o nosso profundo desgosto, a nossa saudade e os pêsames à família enlutada.

DESCANSA EM PAZ MATIAS

A Presidente da Direcção
Isabel Coelho

Nota da Redação: o funeral sairá da Igreja de Estói pelas 15 horas do dia 26, Segunda Feira.

domingo, 18 de setembro de 2016

CRÓNICA DE FARO


SERÁ VERDADE? 
Bom o seria que fosse…
Opinião de João Leal

Segundo um estudo realizado pela prestigiada consultora financeira internacional Knight Frank, do importante Grupo BDO, Faro foi eleita como “a 6.ª melhor cidade do mundo para viver a reforma”, “uma espécie de El Dourado da jubilação”.
Esta conclusão que nos suscita um misto de orgulho, pela distinção concedida à capital sulina e de dúvida, pela nossa experiência da situação de aposentados da função pública e os sacrificios que no quotidiano vivemos, permite segundo o conceituado semanário português “Expresso” – “identificar as melhores localizações para diferentes grupos de pessoas, partindo de várias posições – número de horas de Sol por ano, o custo do combustível, o número de equipamentos de lazer, a proximidade ao aeroporto, a segurança e bons cuidados de saúde…
E este tal “destino de eleição” de que Faro ocupará, a nível mundial, a 6.ª posição, resulta das minuciosas e intensas informações recolhidas nos 417 escritórios e delegações da Knight Frank, em todo o planeta terrestre, localizados em 58 países dos 5 continentes. O primeiro lugar foi atribuído à cidade australiana de Sidney, enquanto na China, Hong-Kong, foi considerada a “melhor cidade para os empreendedo-res” e a do Luxemburgo, capital do Grã-Ducado a “melhor para as famílias”.
É evidente que este exaustivo estudo não se destina à grande maioria dos habitantes da que foi romana Ossónoba ou Harun na dominação árabe, mas sim aqueles que vindos de além-fronteiras se fixam entre nós alicerçados em “chorudas” reformas.
Que bom seria que para todos nós, farenses, aqui nascidos ou aqui radicados, fosse verdade essa tal conquista de ser a “6.ª melhor cidade do mundo para os reformados viverem”.

João Leal
IN J.A.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

PARA MEDITAR


Recordações e casos da Vida Real
De um costeleta aposentado
Uma advertência aos incautos como eu!...
   ...Hoje, desejo partilhar uma experiência vivida em jeito de uma chamada de atenção para que não aconteça situações desagradáveis e complicadas resultando pesadelos a qualquer um de nós.
   A cena é passada na Cruz Quebrada — Oeiras, zona da minha residência. É uma localidade limitada no seu crescimento. A Norte está a A5 - Lisboa - Cascais e a Sul a Marginal Cascais - Lisboa. A Nascente fica a “fronteira” Dafundo-Algés e a Poente o vale do Jamor. Por curiosidade, existe o envolvimento limitado de Linda-a-Pastora e Linda-a-Velha.
   ...E foi numa esplanada, em conversa com dois amigos, que vimos chegar, perto de nós, um carro (corsa) a subir o lancil e a derrubar urna cadeira e mesa metálica, causando um grande susto. Reparámos que a condutora ora uma jovem que ficou enervadíssima não conseguindo manobrar o carro... Encostando cabeça ao volante em sinal de desespero, de tal maneira que me deixou preocupado. Fui junto do carro, bati no vidro da porta e perguntei se estava bem. Tentou disfarçar o embaraço e desejou saber o melhor acesso para Linda – a - Velha. Reparei que no banco de trás dormia una bebé e, por isso, a situação merecia mais cuidado. Tentei esclarecer mas a jovem não conhecia minimamente aonde estava e nem para onde queria ir. Falou-me de uma irmã mais velha e de umas amigas que a esperavam. Ofereci-me para acompanhá-la na condição de me trazerem de volta á esplanada. Entrei no carro para o lugar do pendura e dei-lhe o ânimo suficiente para pôr o carro em movimento. Muito atrapalhada foi conduzindo com precaução e indiquei um arruamento que dá acesso á marginal que tem um stop e, por isso chamei a atenção devida.

   Quando aguardava a travagem fui surpreendido com a entrada repentina na Marginal. Esteve iminente um grave desastre e, só não aconteceu porque o condutor do mercedes fez uma travagem monumental. Todos os ocupantes saíram dos carros. Apanhei um grande susto. A jovem chorava e não sabia o que fazer. Decidi pela condução e levei o carro pata Linda-a-Velha. Parámos na avenida próximo do mercado e a jovem saiu do carro para ir chamar a irmã e as amigas. Passou dois quarteirões e desapareceu largos minutos. A bebé entretanto acordou e começou a chorar. Reparei que a jovem deixara a mala de senhora no carro quando saiu precipitada... O que não é normal.
   Estava já muito preocupado com a situação, o tempo passa, quando surgiram as tais amigas, a jovem e a irmã.
   Correram aflitivamente, não fizeram qualquer observação e foram de imediato ao porta-luvas retirando uns pacotes suspeitos e na mala, também estava algo estranho. Foi então que percebi toda a situação. Finalmente a irmã mais velha deu-me uma breve explicação durante o percurso para me trazer de volta á esplanada. As “meninas” são de Chelas, ex-modelos (?) de visita a amigas. A jovem condutora iniciou há dias o processo para a obtenção da carta de condução. Já fez duas Lições... E, quando chegaram, ofereceu-se para estacionar o carro. Simplesmente, animou-se e encheu-se de coragem para conduzir... Porque era tudo a descer.
   Esteve iminente um trágico acidente... Que metia droga. Ainda hoje não sei como sairia incólume desta situação. Um costeleta metido num caso de droga. Haja cuidado amigos. Aqui deixo esta advertência... Para meditar.
   Paixão Pudim 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

CRÓNICA DE FARO


PLACAS TOPONÍMICAS

Opinião de João Leal

    Dispõe a capital algarvia, de modo próprio em algumas artérias do chamado “Bairro Lethes”, que se estende desde o clássico edifício teatral até à Pontinha, de um conjunto de magníficas e artísticas placas toponímicas evocando nomes salientes da história pátria e ou local. São de grande e assinalada beleza, revelando a excelência de algumas conhecidas fábricas que marcaram época na cerâmica lusa. De referir que este mesmo propósito foi seguido nas urbanizações realizadas nas Praças de Alandra e dos Poetas e, mais além, na de Ossónoba (esta na ligação Largo do Mercado e Rua Ataíde Oliveira) pelo empresário, artista, dirigente associativo e dedicado farense João Pinto Dias Pires (João Pires), numa atitude que bom seria fosse prosseguida, de modo próprio por quem responsabilidade legal na matéria, o Município.
    Mas a par desta referência elogiosa justa, quer à Autarquia, como ao que foi seu Vice-Presidente, a motivação maior desta Crónica de Faro, vai para o mau estado, indesejável qualidade e ou, o que mais grave acontece, à ausência de qualquer nome ou referência em muitas esquinas da nossa urbe.
    Acontece-nos no quotidiano e com vários casos diários irmos em ajuda de turistas, sobretudo de gente jovem face à crescente vaga deste segmento de visitantes, que se dirigem para os múltiplos “hosteles” situados em diferentes zonas citadinas e que de mapa dos “guias turísticas” procuram descobrir a artéria em que se situa a artéria do alojamento escolhido ou reservado.

    É necessário, urgente e da maior necessidade que a Câmaqra Municipal de Faro, através dos Serviços próprios e, com base numa cidadania de proximidade, a colaboração de municípes disponíveis que, felizmente, os há sempre, proceda a uma revisão da toponímia local, não pelo retirar ou substituir nomes que contra isso sempre o fomos e somos. Mas há casos e casos, como o que ora nos ocorre, da “Travessa de São Luís” (atente-se bem onde fica a zona assim chamada e esta rua), entre o Largo das Mouras Velhas e a Rua Cruz das Mestras.

João Leal
IN J.A.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

QUANDO A POESIA ACONTECE



Data: Faro, 05-09-2016

De: Elos Clube de Faro - Associação Cultural
    "Em defesa da Língua e Cultura Portuguesas"

Prezados Companheiros e Amigos,

Próxinma semana , dia dia 14 de Setembro, integrado na Semana do Brasil
(uma parceira com a Biblioteca Municipal de Faro  e o Consulado Geral
do Brasil em Faro), pelas 17,30h , na Biblioteca
Municipal - "Quando a poesia acontece" sob o tema:

"Mesmo sem querer fala em verso
Quem fala a partir da emoção"

- João Cabral de Melo Neto

Contaremos com a presença do Dr .Cláudio Luiz Nogueira Guimarães dos
Santos, Chefe do Sector Cultural e de Cooperação Educacional do
Consulado-Geral do Brasil em Faro, que apresentará o autor desta
sessão.

Em breve enviaremos mais detalhes sobre a nossa participação na
referida semana cultural do Brasil.

*Poesia embalada pela música de Rosinda e Luciano Vargues

Espero por vòs.

Cordiais saudações elistas.

Dina Lapa de Campos
Presidente da Direcção do Elos Clube de Faro


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

DESCANSO


Caros amigos

    Para descansar e recuperar da operação cirúrgica a que fui submetido (extracção da vesícula), encontro-me aqui no norte do país, gosando uma semana de descanso, na região de Braga..

    Um abraço

    Roger.

sábado, 3 de setembro de 2016

CANTINHO DOS MARAFADOS


UMA HISTÓRIA PARA PENSAR…
APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranqüilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate , uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

CANTINHO DOS MARAFADOS


*No centro de saúde de Olhão*
Linguagem vernácula


Nota prévia:
A maioria das situações são fictícias mas os termos empregues foram
recolhidos no Centro de Saúde de Olhão, sendo o espelho da confusão
semântica e de vocabulário que tantas vezes existe nas cabeças dos nossos
utentes...e ao fim e ao cabo de nós todos.
-----------------------------------------------»
6h00m da manhã. O Sol já aparecia lindo sobre o azul celeste.
À porta do Centro de Saúde, um pequeno grupo de utentes organizava-se para a marcação da consulta "à vaga".
A maioria já se conhece. Afinal todos são já bem experimentados nesta forma bem própria de utilização da consulta.
Aliás, o Diretor do Centro de Saúde até mandou instalar uns banquinhos de jardim no local, para tornar a espera mais atrativa.
É uma excelente oportunidade para trocar experiências e conhecimentos, que todos vão acumulando ao longo do seu percurso de contactos com os médicos e hospitais.

A Maria do Céu vai à consulta do "Parlamento", a Dona Gertrudes vai à
consulta da "Monopausa" e a funcionária é que as corrige informando-as que aquela consulta chama-se de Planeamento Familiar.
Uma tem um "biombo" no "úbero" e leva os resultados duma "fotografia",
outra está preocupada com comichões na "serventia" do marido, até porque
ele, havia poucos dias, tinha já sido consultado pelo médico por estar com
os "alforges" todos inflamados. Alguém logo ali diagnosticou um problema na "aprosta" do marido.
Mais à distância desta conversa, um grupo de senhoras falavam dos métodos contraceptivos e, uma delas, peremptória, afirmava que nunca aceitaria porem-lhe uma "fateixa" dentro da barriga!
Uma outra discordava, e lá lhe foi dizendo que, por causa disso, é que teve
tantos filhos, felizmente todos de parto normal, só o último foi de
"açoreana", mas aquele que lhe dava mais problemas era o mais velho que já era "toxico-correspondente"!
Noutro local, um grupo de homens mais idoso ia falando da relação entre o
"castrol" e a "atenção".
Às tantas um deles começa a explicação cuidada dum acidente que tivera. Por isso é que tinha a vacina contra o "tecto" em dia, mas o acidente
estragou-lhe a "tibiotísica" e causou-lhe uma hérnia "fiscal", pelo que
tinha ido fazer uma "fotocópia" e um "traque".
Outro referiu que nunca teve problemas de ossos, o seu problema era uma
grande "espirrogueira na peitogueira".
Uma senhora, atraída pela conversa, queixava-se de entupimento no "curso" com dores "alucinantes" quando se "abaixava". Além disso cobria-se de suores e "gómitos", ficava "almariada" e tudo acabava com uma forte
"encacheca", ficando cerca de 3 dias com cara de "caveira misteriosa".
Alguém lhe falou nuns supositórios que a poderiam ajudar mas ela já os
conhecia, aparentemente tinham sido muito difíceis de engolir, pelo que o
melhor ainda era o "clistério".
Finalmente, uma outra senhora queixava-se da "úrsula" no "estambo", pelo
que vinha mostrar o resultado duma "endocuspia" e ainda algumas análises
especiais, como a Proteína C "Reaccionária".
8h30m da manhã. Ainda havia muito para conversar mas a jovem
funcionária administrativa do Centro de Saúde, obviamente tarefeira, acaba
de chegar. Os funcionários administrativos não podem chegar atrasados, caso contrário, confundir-se-iam com os doutores.
- Quem é o primeiro, se faz favor? Ora diga lá o seu nome?
- Josefina Trindade.
- Idade?
- 67 anos.
- Estado?
- Constipada, muito constipada!
9h00m da manhã. Aparece a enfermeira que grita para a pequena
multidão barulhenta que cerca a funcionária:
- Quem está para medir as tensões? É você? Então entre e diga-me qual é o
seu problema?
- Sabe, senhora enfermeira, o meu problema é ter uma doença "arrendatária" que "arrendei" do meu pai e já me levou uma vez aos cuidados "utensílios" do hospital. Afecta-me as "cruzes renais" e por isso dá-me muita "humidade à volta do coração". Aliás, o doutor pediu-me uma "pilografia" e um "aerograma" que aqui trago e recomendou-me beber pouca água.
Finalmente, chega o médico, que logo dá início às consultas:
- Então de que se queixa?
- De uma angina de peito, senhor doutor. Tudo começou há uma semana quando fui às urgências. O médico disse-me que era uma angina na garganta, mas a angina começou a descer e agora apanha-me o peito todo!

Aos poucos, os utentes iam entrando e saindo, com melhor ou pior cara.

Alguns perguntavam à enfermeira onde era o "pechiché da retrosaria" para pagarem a taxa moderadora


Autor: desconhecido