quinta-feira, 30 de março de 2017

MEU TIPO INESQUECÍVEL


O MATIAS


    A notícia triste, cruel e absurda chegou-me através do telefonema de um amigo comum, nos seguintes termos: - O Matias de Estoi, Deixou-nos.
    Fiquei estarrecido, desolado e invadido por una profunda tristeza. Reagi com recordações saudosas e contemplativas. Tantas e tão boas.
    O José Matias era um “moço” genuíno nos afetos, amigo do seu amigo e sempre pronto para ajudar. Tinha um sorriso um pouco enigmático, mas que deixava transparecer amizade e ternura.
    Nunca vi o Matias zangado. Vivia como ninguém os nossos convívios e emocionava-se com as recordações da nossa escola. Por isso, desejo prestar-lhe uma simples homenagem, recordando um episódio vivido no dia a dia escolar.
    O José Matias era um fervoroso adepto dos bailaricos.
    Naquele tempo os bailes realizavam-se aos domingos e fazer uma “direta” com aulas na segunda-feira era um risco.
    As discotecas ainda estavam para existir e, por isso, foi na sociedade recreativa que o Matias dançou ate de madrugada. Por volta das Sete horas da matina o Matias foi a casa, “banhou-se”. Substituiu o fato domingueiro, mudou de sapatos e “zás” a caminho da nossa escola.
    Quando chegou, encostou a “pasteleira” (bicicleta) e logo notou uma diferença no calçado. precipitadamente calçou no pé esquerdo um sapato castanho com sola de borracha e no pé direito um sapato preto com tacão a “pipi” que era moda naquele tempo.
    Ao dirigir-se para a primeira aula de Português com o Dr. Salgado o Matias foi coxeando ouvindo-se nitidamente o soar característico do tacão no soalho, motivando sorrisos…  e mais sorrisos quando teve o azar de ser chamado ao quadro.
    Depois desta cena, o Matias esteve dois dias a faltar ás aulas.
    Pensámos que estaria envergonhado até que ao terceiro dia compareceu na companhia do José Amâncio que logo declamou a seguinte quadra em jeito de justificar a ausência do J. Matias:
O Matias tinha, “tinha”
E foi ao médico da escola
E este, disse que a” tinha” que tinha
Já não tinha a “tinha” na tola
    Descansa em paz. Serás sempre recordado como um bom amigo e uma excelente costeleta. 

Paixão Pudim



ANIVERSÁRIOS

ABRIL

1 - Jorge de Sena Cristina Aleixo; Manuel Francisco Uva Jacinto; Maria Solange Madeira Isidoro. 2 - Lília Rosalina Santos Matos. 3 - Maria Isabel Leiria Eusébio Correia. 4 -Álvaro Manuel Correia Ponte; João Vitorino Mendes Bica. 5 - Rui Patrício da Rocha Guerreiro. 7 – Maria da Piedade Coelho Santa Rita C. Correia.  9 – Maria da Conceição Carmo Sério; Maria Mabel R. Paiva Pires Gomes. 10 -  Silvino dos Santos Cabecinha. 11 - Estanislau Miguel Conceição Silva; José Domingos Barão; Horácio Pereira Rodrigues. 12 - Daniel Pinheiro Bernardo;  João Vítor Jesus Martins; Marília Vicente Viegas Pedrinho Martins. 13 - José Paixão Neves Pudim; José Hermenegildo Mendonça Soares. 14 - António Belo Carvalho; Edéria Maria Apolo de Mendonça Gama.15 - José Manuel Clérigo do Passo; José Travassos Machado. 16 – Maria de Fátima Silva. 17 - José Quirino Espírito Santo Cabrita; Augusto Maria Coelho. 19 - Amaranto José Cavaco Romão . 21 - Alberto Santos Pereira Rocha; Maria Lourdes Oliva Dentinho; António Guilherme; Anselmo de Jesus Nunes Correia. 22 –Maria Graciete Passos Valente Santos Transmontano de Carvalho. 23 - António Jorge Pereira da Silva Gago. 25 – Umbelina Conceição Máximo Cavaco. 26 - António José Oliveira e Sousa; José António Oliveira e Sousa; Fernando Manuel Gomes Palma; José Francisco Coelho Cabanita. 28 - Rui Nobre Rodrigues. 30 – Maria Graciete da Piedade Santos Ribeiro.
PARABÉNS A TODOS


CLUBE DA ARGOLA



Para relembrar os esquecidos e dar a conhecer aos outros, voltamos a publicar os Estatutos do CLUBE DA ARGOLA:

ESTATUTOS
Artº 1º - Pertencem, por assinalado mérito, ao “CLUBE DA ARGOLA”, os associados da AAAETC que, por lapso de memória, tenham, pelo menos um ano de quotas em atraso;
Art.º 2º - Os membros deste Clube usufruirão das seguintes regalias:
                      1º - Poder apreciar, no endereço do sobrescrito em que lhes é enviado o “o Costeleta”, o seu número de sócio da AAAETC aureolado por uma radiosa argola vermelha
                  2º - Deliciar-se, em cada jornal, com uma soberba poesia que lhes é dedicada.
EXEMPLO       Nº  o  no sobrescrito
                         Poesia:   Por não pagar a “propina”
                                       Que era devida à “Escola”,
                                       Vejam lá minha sina:

                                       Cá estou caído na argola.

A Direção


QUANDO UM COSTELETA PARTE


JOSÉ MANUEL D'ASSUNÇÃO BRUCHO
Partiu

À viuva, familiares e amigos o nosso profundo desgosto

DESCANSA EM PAZ JOSÉ MANUEL

terça-feira, 28 de março de 2017

OUTRO TEMPO...

Da Escritora e nossa Colaboradora, Lina Vedes, gostosamente publicamos.


Saber viver ... 
No tempo de outro tempo ... 
No meio termo reside a razão

Mal abri os olhos para a vida, em 1940, iniciaram-me na aprendizagem do “saber viver”!
Era necessário “beber chá” logo de pequenino. Chá, era sinónimo de educação, que começava pelo treino diário da utilização adequada das expressões – “obrigado(a)”, “ se faz favor”, “desculpe ou perdão”, ditas com um sorriso nos lábios e um brilho no olhar.
Era necessário aprender essa ciência do “saber viver” a partir da infância, interiorizando leis impostas pela sociedade da época.
Essas regras levavam-nos a “saber viver” sem incomodar ou melin­drar o próximo, encaminhando-nos para melhorar a maneira de estar em sociedade.
Ninguém queria ser apontado como menino(a) mal-educado(a), que praticava ou dizia “coisas feias”, entendendo-se o termo, como pecadilhos de grande ou pequena monta.
Preparavam-nos para sermos bem-educados na família, na escola, na rua, usando boas palavras e atitudes exemplares. Éramos treinados e sabíamos que educação era tão importante como o pão para a boca.
Não sei se havia algum manual de instruções. Sei que os meus avós haviam moldado os meus pais, tal como tinham sido educados, e estes, por sua vez, faziam o mesmo comigo... Sempre assim aconteceu ao longo das gerações...
A família, como célula da sociedade, tinha de ser unida e forte para se defender dos perigos e para se resignar com as contrariedades - falavam os pais, os professores, a igreja...
Ainda recordo frases importantes que marcaram os meus
comportamentos:
- a gentileza é indispensável;
- um rosto carrancudo não gera amizades;
   - temos de ser compreensivos, pacientes e resignados.
     Havia ainda a máxima – “as acções transformam-se em hábitos, estes moldam o carácter que marcará o nosso destino.”
           Não era fácil aprender ou, mais concretamente, aceitar e cumprir as regras impostas. Em todas as situações, antes de agir, tínhamos de pensar:
- Posso!?
Se nos esquecíamos e falhávamos, surgia a repreensão ou o castigo, que poderia ser mais ou menos suave consoante a paciência do educador ou a teimosia do educando.
Lembro-me, era bem pequena, da chegada de visitas a minha casa, perto da hora do lanche. A mãe, disfarçadamente, manda-me comprar bolachas sortidas à mercearia do Miguel Pires.
Levei o caderno onde se fazia o apontamento das despesas, a serem pagas posteriormente, e esmerei-me na compra, seleccionando as que mais gostava.
Chego a casa, a mãe pega no cartucho das bolachas, diz às amigas que vai pôr água ao lume para fazer chá de bela-luísa e dirige-se à cozinha.
Sigo atrás dela, mais pelo “cheiro” nas bolachas, que são dispostas num prato e aguardo a continuação dos acontecimentos.
Num tabuleiro forrado com um lindo pano de linho bordado, a mãe coloca as chávenas, o açucareiro, os talheres e os guardanapos.
- Ajuda-me a levar tudo isto para a sala, que já venho buscar o bule - diz a mãe.
Colocamos tudo numa mesinha.
Fiquei de guarda, mas as visitas não se serviam das bolachas... impa­ciente resolvo jogar a mão e tirar uma... e outra... e ainda outra, incapaz de parar!
Quando a mãe chega com o bule fumegante, ainda se encontravam duas bolachinhas no prato.
Eu, de boca cheia, mal podendo mastigar, fui corrida dali com o olhar fulminante que a mãe me jogou.
Não mais esqueci este episódio.
As regras da maneira de estar à mesa eram as mais rigorosas e difíceis de cumprir. Uma infinidade de obediências e... o pior que nos podia acontecer... eram os ataques de riso!
      A pontualidade nas horas das refeições era rigorosa. Os homens eram os primeiros a serem servidos, sentados nos lugares de honra.
       As crianças obedeciam aos rituais de bons modos:
     - sentar direito na cadeira;
- pôr o guardanapo no colo;
- esperar que os pais comecem a comer;
- utilizar correctamente os talheres;
     - comer com calma tudo o que está no prato, mastigando com a boca fechada;
- participar nas conversas só com autorização e de boca vazia;
- não beber os líquidos sofregamente;
- não soprar a sopa;
- sair da mesa só no final da refeição.
Tínhamos, imperiosamente, de ser comedidos nos gestos e atitudes, no vocabulário utilizado, na utilização de vestuário limpo e discreto... O nosso comportamento tinha de ser exemplar, não só em casa como fora dela.
A mulher era a mais penalizada mas a mais “servida” pelo homem. Os cavalheiros educados prestavam-lhe todas as honras, davam-lhe a primazia em todas as situações.
Ao cumprimentar uma senhora tiravam o chapéu, as mãos da algibeira e abotoavam o casaco. Facilitavam à dama os melhores lugares, prestavam-lhe todas as deferências com elegância e demonstrando prazer.
Em simultâneo retiravam-lhe a vontade própria, ampliando o sentido de obediência ao pai e ao marido.
Para elas existiam impossíveis aberrantes - o divórcio, o falar sobre sexo, o sair sozinha, o fumar, o utilizar palavrões... A raiva, a zanga, a razão tinha de ser abafada com um sorriso resignado.
Os homens eram pessoas de honra. Davam a sua palavra e cumpriam-na, integralmente, sem haver necessidade de escrituras notariais. A sua palavra era a sua honra.
O facto de, às vezes, visitarem outras mulheres mantendo as suas em casa trabalhando para o bem-estar do agregado familiar, não beliscava a sua honra. Pelo contrário, esse comportamento era aceitável e normal.
Posso jurar que éramos felizes porque acreditávamos no poder das palavras gentis, no poder dos sorrisos, no poder da justiça, no poder dos sonhos, no poder da imaginação.
Tudo isso valia mais do que o dinheiro.
Acreditávamos que o mundo era justo e que todas as pessoas eram honestas.
Manter estas certezas, vivendo na ignorância da existência da maldade humana, era “saber viver”, era escolher uma vida morna e cinzenta.
      Colocávamos a mente ao serviço do coração tornando-a uma grande aliada.
Com o passar dos anos, através do tempo, reflicto e concluo, à luz da minha experiência de Vida do meu “saber viver”.

- NO MEIO-TERMO RESIDE A RAZÃO!
Lina Vedes

22 de Fevereiro 2012

quarta-feira, 22 de março de 2017

DISSE


Dijsselbloem disse...

A rapaziada do sul da Europa gasta o dinheiro em “copos e mulheres “.
Não percebo porquê tanta polémica! É verdade!
Vejamos: Uma refeição sem um copo de vinho, é como um dia sem sol. Porque na Holanda há muito pouco sol e não produzem vinho, a rapaziada lá do sitio, enfarrusca-se  em cerveja.
A vida de um homem sem mulher seria um vazio...uma espécie  de cão sem dono. A rapaziada lá do sitio gosta tanto de mulheres, que as coloca em montras para não as perder de vista.
Naturalmente aquele senhor só deve beber chá, e quando se deita volta o “rabinho” para a companheira.
Ora se cada um come e bebe do que gosta, porque se incomoda o senhor aonde nós gastamos o dinheiro... ele também o deve gastar, talvez noutras coisas, quiçá mais “escondidinhas”.
A propósito de dinheiro emprestado, a rapaziada que se disponibilizou para desembolsar algum – não sei se também a Holanda – fez o chamado negócio da “china”. O Banco Europeu avança com a massa a juro 0% ( não é engano, juro zero ) e cobram aos esbanjadores dos Portugas a 4% ( não é engano, juro de quatro por cento ). Mesmo bebendo vinho e dando algumas “quecas” devíamos ser elogiados...se o dinheiro não é elástico, temos de fazer muitos sacrifícios para pagar este juro aos “agiotas”, melhor dizendo aos europeus do Norte.
Faço um brinde com um copo de vinho a todos os costeletas, particularmente às mulheres costeletas.

Jorge Tavares
costeleta 1950/56

. Propósito deste tema segue uma nota escrita por Ferreira Fernandes hoje no Diário de Noticias, bastante interessante.



sábado, 18 de março de 2017






Boa tarde,

Para vosso conhecimento, informamos V. Exªs que irá decorrer, no próximo dia 1 de abril, das 9h00 às 13h00, no auditório do IPDJ, o seminário “Conversas com Bolinha Branca” subordinado ao tema “1,2,3 – uma trinca de cada vez”, organizado por esta União de Freguesias.

Para vossa apreciação e efeitos de divulgação, enviamos a V. Exª, em anexo, o cartaz referente ao evento.

Esperando, gostosamente, contar com a sua presença, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.

Atentamente,
A Secretária do Presidente da União das Freguesias de Faro (Sé e São Pedro),
Margaret

cid:image001.jpg@01CF1B47.45A03930
Rua Reitor Teixeira Guedes, 2
8004-026 Faro
Telefone - 289 889760
Email: geral@uf-faro.pt
Página web: 
www.uf-faro.pt




sexta-feira, 17 de março de 2017

CRÓNICA DE FARO


Artur Brito – Um farense na “Nobre Casa de Cidadania”

OPINIÃO | JOÃO LEAL



Aqui pudemos parafraseando o texto evangélico e felizmente “muitos são os apontados e poucos os eleitos”. Com efeito o “filho de Faro”, o que muito nos honra e envaidece, Artur Brito, um testemunho de determinação, querer e solidariedade viva, constitui um dos 7 cidadãos que se juntam aos 54 homenageados que, em solene ato realizado no Salão Nobre da Câmara Municipal de Loulé, ficou a fazer parte da “Nobre Casa de Cidadia” e justificado “pela prátic de atos nobres distinguidos os cidadãos que dedicam a vida dos outros, que criam movimentos e com eles ondas de solidariedade” e “através desses exemplos estimular e motivar à cidadania, contribuem para a melhoria cívica do indivíduo e da sociedade”.
Conhecemos o Artur Brito em difíceis condições num comum internamento numa enfermaria do Hospital de Faro e tivemos então o ensejo de apreciar a determinação com que se havia colocando as próteses que substiuem, na sequência de um acidente de moto, pare dos membros inferiores e a vontade em ajudar companheiros naqueles dificeis momentos.
De que se trata esta prestigiada Instituição que ora distinguiu este algarvio? Aponta, como já escrevemos para destacar e constituir uma pleiade de portugueses maiores no seu quase anonimato e que são verdadeiros exemplos. Do conselho Institucional da “Nobre Casa de Cidadania” fazem parte, entre outros, a Plataforma Portuguesa das ONG,s (Organizações Não Governamentais) para o Desenvolvimento, o Estado Maior General das Forças Armadas, a Fundação para a Ciência e Tecnologia, a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portugesa, o Corpo Nacional de Escutas, a Direcção Geral de Educação, a Liga dos Bombeiros Portugueses, a Polícia de Segurança Pública e muitas e outras presenças de entidades credoras do vivo apreço de todos nós.
O Artur Brito, a quem expressamos as merecidas e devidas felicitações do Algarve e da sua capital regional, de modo afetivo próprio, segundo a justificação oficial para esta homenagem: “pela autoria do Ato Nobre de ter mobilizado esforços para ajudar na construção de casas para as vítimas do sismo de 2015 no Nepal. Para isso e sob o lema “Não tema que ver com o que eu faço, mas o que tu podes fazer”, viajou de Faro para aquele país asiático, numa mota Honda PCX, de 125cc., com o objectivo de angariar fundos que contribuiram para amelhoria das condições de vida da população de uma das regiões afectadas pelo terramoto”.
Parabéns Artur Brito, por esta entrada na “Nobre Casa de Cidadania” e obrigado pelo seu contributo para um mundo mais humano, solidário e fraterno!
João Leal

quinta-feira, 16 de março de 2017

VISITAS AO TEATRO LETHES


27 DE MARÇO
DIA MUNDIAL  DO TEATRO

VISITA GUIADA AO TEATRO LETHES-faro

DURAÇÃO 45 minutos - Todas as idades
BILHETES - Entrada livre (sob marcação)

Em 1961, a UNESCO declarou o dia 27 de Março como o dia mundial desta forma de expressão artística milenar por via da qual o homem se celebra desde a mais remota antiguidade.
No contexto do Dia Mundial do Teatro o Teatro Lethes estará aberto a visitas guiadas.

ESCOLAS - 9h00 - 10h00 -11h00 - 14h00 -15h00 - 16H00
Incrições limitadas, sujeitas a marcação prévia.

MARCAÇÕES: lethes@actateatro.org.pt
tel. 289 878 908  (de terça a 6ª feira, entre as 14 e as 18 horas)

sexta-feira, 10 de março de 2017

CICLO DE MUSICA




TEARO LETHES






MARTA PEREIRA DA COSTA
GUITARRA PORTUGUESA
SÁBADO 11 DE MARÇO – 20h30
60 MIN. m/6
Bilhetes €12,50
Nas suas apresentações entra em palco com a formação de quinteto, composto por guitarra portuguesa, viola, contrabaixo, piano e percussão, nele interpreta temas de sua autoria nomeadamente “Minha Alma”, “Terra”, entre outros, assim como vários temas do seu novo disco, também revisita temas antigos do seu repertório das suas maiores referências e aventura-se por novos desafios e sonoridades ainda por estrear.
Marta Pereira da Costa em palco, acrescenta aquilo que não pode ser gravado: o coração da mulher que fez da guitarra, um prolongamento da sua alma feminina.


INTERPRETE- Marta Pereira da Costa


quarta-feira, 8 de março de 2017


Uma crónica especial da nossa colaboradora Professora
LINA VEDES

Ser farense
Há 7o anos os farenses, de uma maneira geral, viviam tranquilos e com poucas ambições, usufruindo relativamente satisfeitos daquilo que a vida lhes proporcionava.
A guerra havia acabado há pouco, as carências económicas eram muitas e o lema de vida era a poupança.  O racionamento dos principais bens de consumo implicava a necessidade de inventar como sobreviver com pouco.
Todos se conheciam, sabiam da vida uns dos outros, criticavam com facilidade a conduta deste ou daquele e procuravam aliviar os dissabores com a ajuda e o convívio de vizinhos e amigos.
Nas noites quentes de Verão, sentados à porta das casas partilhando petiscos e conversas do “diz que disse”, criticavam e não perdoavam os pecadores que eram apontados como traidores, pessoas de mau porte, banidos de uma pretensiosa sociedade. Era uma disputa permanente entre o bem e o mal, entre o amar e o odiar!
Toda a comunidade, utilizando um padrão comum, buscava alento e diversão nas diferentes festividades populares vivendo-as intensamente, dentro ou fora de casa.
Pelo Natal em muitos lares montavam o presépio utilizando musgo e areias de diversas cores, ao dispor na carreira de tiro, cortiças, casas feitas de papel, lagos e rios de pratas de chocolate, sem gastos, utilizando toda aimaginação possível.
À ceia não faltavam filhoses, fatias douradas arroz doce e, por vezes um copito de vinho do Porto ou um licor caseiro.
Para a criançada o momento alto era o sapatinho à chaminé e a convicção de que era o Menino Jesus que colocava os presentes - umas cuecas, umas meias, uma sombrinha de chocolate... rebuçados!
Os comerciantes, principalmente os da R. Santo António, armavam o presépio nas montras das lojas.
Algumas crianças acreditavam que no último dia do ano se travava no céu, uma luta entre o ano velho e o novo. O ano novo vencia e era preciso deitar fora, para a rua, os ”trastes” que existiam em casa.
No primeiro dia de janeiro desciam à cidade grupos de charolas. Vinham dos arredores de Faro com o seu folclore tradicional.
Em novembro os farenses festejavam o dia de S. Martinho. Grupos de crianças nos diversos bairros da cidade, trabalhando em conjunto, transformavam caixotes de madeira em andores e, com os parcos recursos que tinham, embelezavam-nos com pinturas e colagens.
          No dia do santo os mais velhos transportavam o mais pequenito do grupo aos ombros, dentro do andor. la de bigode e patilhas, pintado com uma rolha de cortiça tisnada e iluminado com velas acesas. Percorriam as ruas da cidade cantando para receberem umas castanhas, uns rebuçados ou moedas de cinco tostões:

- S. Martinho Lapa vamos ao larapa
S. Martinho vinho vamos ao copinho!
Ti Manel ceguinho foi ao camarão
Com uma bota rota, outra sem tacão!

No final da noite dividiam o produto das ofertas, um verdadeiro tesouro que os deixava radiantes!
Fora dos limites da cidade e perto da capela a Santo Antônio do Alto, em 1948, O Liceu Nacional de Faro abre portas e a avenida rasgada até ele rompe com a vida rotineira dos farenses.
O ensino liceal vem proporcionar uma onda de juventude vinda de todo o Algarve e até do Alentejo. O farense aprende a olhar para o futuro com confiança perdendo a vida cinzenta que levava.
          Esta agitação juvenil e explosiva mexe, de maneira positiva, com o desenvolvimento cultural e comercial. Casas alugadas a estudantes vêm ajudar orçamentos familiares e ruas inundadas de gente animam os mais cépticos.
O ano lectivo iniciava-se em Outubro com uma sessão solene no ginásio do Liceu na presença de todas as entidades escolares, pessoas destacadas da sociedade civil, do senhor bispo do Algarve, alunos e encarregados de educação. Essa abertura marcava, incisivamente, o cumprimento de horários e o respeito e obediência aos senhores professores e contínuos. Eram definidos espaços diferentes a utilizar por rapazes e por raparigas, condutas comportamentais e a exigência das alunas usarem bata branca e meias até ao joelho.
O Liceu e a Escola comercial não só instruíam como educavam dando continuidade ao rigor das leis sociais e religiosas. Tudo era pecado, tudo parecia ou fazia mal. Rapazes e raparigas não tinham hipóteses de contacto, viviam separados e espartilhados.
O tempo de Carnaval era uma bênção! O espírito carnavalesco rompia receios, afastava tabus, permitindo que os farenses se entregassem à diversão. Brincavam com “partidas” imaginativas: embrulhos com pedras deixados na rua; carteiras presas com fio de pesca, colocadas na passagem das pessoas e, puxadas lentamente, na altura em que alguém tentava agarrá-las; letreiros colocados nas costas que poderiam dizer “VENDE-SE ESTE BURRO” . . .  uma infinidade de situações!
- “No carnaval nada faz mal!”
Nos dias de mascarilhas a cidade saía à rua. A baixa de Faro era o local de eleição. A rua de Santo António estoirava de gente. Pessoas mascaradas de alto a baixo com voz de falsete desfilavam pelas principais artérias a caminho dos clubes, onde orquestras tocavam, permanentemente, animando os bailes. Um verdadeiro rodopio de gente disfarçada que desfilava e gente que assistia à sua passagem. Aconteciam trocas de palavras entre umas e outras que podiam ser divertidas, comprometedoras ou até agressivas.
O Carnaval acabava na terça-feira à meia-noite e a partir desse momento a Igreja impunha recato, pondo final aos bailes e às brincadeiras. Começava a Quaresma, tempo de meditação, tempo de remissão de pecados.
Neste período eram os contratos de amêndoas celebrados entre amigos que animavam. Estes eram contraídos por iniciativa de duas pessoas que o marcavam com os dedos mindinhos enganchados:
“- Contrato, contrato, contrato faremos, sábado de Aleluia o desmancharemos!”
A partir daí e até ao fim da Quaresma, sempre que se encontravam cada contraente tentava ser o primeiro a ordenar:
 “-Ajoelha e reza!”
            No sábado de Aleluia, o grito era:
 “-Ajoelha e oferece!
            As amêndoas tinham de ser pagas no Domingo de Páscoa!
Durante a Quaresma o sentimento religioso do farense exultava-se pela vida de Jesus. Participavam com fé e humildade em todas as procissões, confessavam-se, comungavam, visitavam as Igrejas, respeitavam a abstinência e não comiam carne às sextas-feiras. Era o temor a Deus elevado à potência máxima! No domingo de Páscoa era costume estrear fatiota nova.
            Pela feira de Outubro, a de Santa Iria, também havia o hábito da roupa nova. Feira implicava agitação, novidade, animação, convívio, distracção, alegria. . . Tudo isto acontecia durante as feiras do Carmo e a de Santa Iria no Largo de S. Francisco com imensa gente vinda de fora e a possibilidade de comprar artigos que só apareciam nesta altura, trazidos pelos feirantes.
Os farenses tinham o hábito, muito antigo, de sair para o campo no dia 1º de Maio, Famílias inteiras com cestas de comida juntavam-se a outras famílias para passarem o dia confraternizando saudavelmente. Normalmente era no Rio Seco.
Pela festa da Ascensão de Jesus ao céu, quinta-feira, pela madrugada, o citadino ia ao campo colher a espiga. A simbologia do ramo era intensa, composto por três espigas de trigo para que não faltasse comida durante todo o ano, oliveira pela paz e luz, videira para captar alegria, papoilas, mal- mequeres e alecrim para darem a graça de poderem contar com dinheiro, saúde, amor e força para viver…

Acreditavam, os farenses, na mágica da espiga.
Mas...
O auge de todas as festividades acontecia pelos Santos Populares homenageados, por toda a
comunidade, com entusiasmo e intensa alegria.
Misturando o profano com o religioso acreditavam que António favorecia os casamentos, João abençoava o amor, a sorte e a fortuna e Pedro protegia as viúvas.
Nas ruas não faltavam arraiais festivos com mastros, com bandeiras e balões de papel colorido, manjericos, bailes, fogueiras, pequenos fogos de artifício —” pedinhos de velha”, “b’cheninas”, “estalïnhos” e bombinhas...
Sentados às portas das casas comendo e bebendo em franco convívio, pela noite fora, conversavam, pulavam fogueiras, “tiravam as sortes”.
Moças casadoiras tendo como único objectivo de vida os casamentos não dispensavam os jogos de adivinhação: três papelinhos bem enrolados contendo três nomes masculinos, passados pelo alecrim da fogueira, tinham três destinos diferentes — o fogo, atrás de uma porta e debaixo do travesseiro (o eleito).
            Outra das “sortes” praticadas consistia no corte da parte florida da alcachofra na esperança do renascimento da flor e com ele a confirmação do casamento desejado.
Na alameda João de Deus, durante muitos anos, aconteceram festas populares e algumas incluíram concursos de “Marchas Populares” e “Vestidos de chita”.
No jardim de S. Pedro e na Praça D. Francisco Comes, perto do coreto, na noite de S. João corajosos exibicionistas divertiam-se e divertiam quem quisesse assistir ao espectáculo do “combate de carretilhas”. Era perigosíssimo, ao menor descuido a carretilha podia explodir pois tratava-se de uma espécie de fogo de artifício preso que rabeava pelo chão.
Perto do coreto o combate transformava-se numa competição aguerrida. Os participantes não se intimidavam e podiam concorrer dois ou três em simultãneo ou individualmente. A competição era dispendiosa, não possível às bolsas pobres e a precisão era a “chave do sucesso”: agarrar firmemente a carretilha, acendê-la nas brasas (colocadas num bidão ao dispor dos valentões), fazê-la rodopiar por cima da cabeça e lançá-la no minuto certo, com arte, pondo-a a dançar como que raivosa, esperneando, bufando faíscas até morrer inerte nas pedras da calçada!
O carácter do farense genuíno formou-se nas vivências de todas estas efemérides. O acumular de experiências vividas criou um padrão - SER FARENSE!


Lina  Vedes

Março de 2016 



Recordações e Casos da Vida Real                                 
     De um costeleta aposentado                                          
                                        
                                                                      Paixão Pudim
   A CRISTINA
 
  Recentemente, desloquei-me ao Centro Comercial Colombo, aqui em Lisboa e, fui agradavelmente surpreendido com um inesperado cumprimento. Na minha frente apareceu-me uma simpática senhora acompanhada pelos giríssimos, dois filhos, e um sorriso amável a transparecer cordialidade e amizade.
   Rapidamente reconheci a Cristina... Embora passados uns 20 anos. Tivemos um caso desportivo. Eu, como dirigente do club do bairro e ela na qualidade de atleta, jogadora de basquetebol.
   Certo dia a minha colega de direção, responsável pelo pelouro do desporto, por motivo de doença de um familiar, solicitou-me ajuda no cumprimento de acompanhar as equipas nas deslocações aos jogos. Nesse longínquo período, tínhamos oito equipas quatro masculinas e quatro femininas. Uma das equipas a de seniores femininos tinha uma deslocação a Torres Vedras para um jogo do campeonato regional e lá fui eu prestar serviço de dirigente responsável. Iniciou-se o jogo e logo fiquei surpreendido com o equipamento de uma jogadora que não vestindo os habituais calções brancos usava uns azuis. - o equipamento normal é camisola verde e calção branco. Chamei a atenção para o sucedido e, pela reação das outras jogadoras, logo tive conhecimento que era normal o procedimento da atleta, Tratava-se da melhor jogadora e gostava de dar nas ”vistas”. - Era a Cristina.
   Logo avisei que na próxima vez, ela não jogava se comparecesse com calções diferentes.
   Aconteceu que no fim-de-semana seguinte fomos á Amadora num jogo importante e decisivo para apurar as equipar para a segunda fase. A nossa Cristina apareceu com uns calções cinzentos e não autorizei que jogasse. Perdemos o jogo e fomos eliminados. O treinador, aluno finalista da Faculdade Desportiva que prestava serviços no club, achou exagero a minha decisão e pediu a demissão. O pai da jovem, sócio antigo da coletividade, também não gostou do meu procedimento e barafustou.  
   A Direção reuniu e pus o meu lugar a disposição.

    Felizmente acabaram por reconhecer a minha razão e, nesta e outras ocasiões, fiz prevalecer sempre os valores que aprendi com o nosso querido e amigo professor Américo. 

sábado, 4 de março de 2017

BASQUETEBOL

TORNEIO DIA DA MULHER
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Exmos. Senhores,

Vimos pelo presente, convidar V. Exªs a assistir ao Torneio “Dia da Mulher” de Basquetebol Sub-14 Femininos que se realiza no próximo dia 5 de março (domingo) no pavilhão do Sporting Clube Farense no âmbito das Comemorações do Dia Internacional da Mulher.
  
Esperando gostosamente contar com a vossa presença, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.

Atentamente,
A Secretária do Presidente da União das Freguesias de Faro (Sé e São Pedro),

Margaret






sexta-feira, 3 de março de 2017

QUANDO A POESIA ACONTECE


De: Elos Clube de Faro - Associação Cultural
    "Em defesa da Língua e Cultura Portuguesas"


Prezados Companheiros e Amigos,

Próxima semana, dia 8 de Março, quarta-feira, pelas 17,30h , na
Biblioteca Municipal - "Quando a poesia acontece" sob o tema:

"Tenho fases, como a Lus;
fases de ser sozinha, fases de ser só sua."

- Cecília Meireles

* Poesia embalada pela voz de Rosinda com música de Luciano
Vargues

Espero por vòs.

Cordiais saudações elistas.




Dina Lapa de Campos
Presidente da Direcção do Elos Clube de Faro

750 ANOS DO ALGARVE PORTUGUÊS



O REINO DO ALGARVE

No passado dia 16 de fevereiro de 2017, o Algarve comemorou 750 anos de existência legal como território português. Até esta data de 1267, os direitos de posse da região eram reivindicados pela Ordem de Santiago, pelo Rei de Portugal D. Afonso III e Afonso X Rei de Leão e Castela (1252-1284). A assinatura do Tratado de Badajoz marcou o fim de uma longa contenda geopolítica.
Vejamos.
Depois da conquista definitiva do Algarve por D. Afonso III, em 1249, a região Algarvia permaneceu marginal durante muito tempo. Separada das comunidades setentrionais por uma serra, prolongada por charnecas e pastagens – umas e outras quase desertas – a via marítima era o caminho mais natural e mais rápido para os contactos com as províncias. Mas…
Em 1252 o Rei de Castela D. Afonso X, estando de boas relações com o Rei Muçulmano de Niebla (Província de Huelva), este reconhece-o como único detentor do poder da região Algarvia que se estendia até Sagres.
Esta situação manteve-se atá 20 de setembro de 1264, D. Afonso X, estando em Sevilha, cede às pressões portuguesas de possuir o usufruto da região Algarvia.
E a 16 de fevereiro de 1267, em Badajoz, D. Afonso III e D. Afonso X estabelecem um acordo definitivo entre as suas fronteiras. E assim, foi fixado como linha divisória dos dois reinos, o rio Guadiana, ficando pertencendo para Castela todas as terras para Oriente, nomeadamente os castelos de Arroche e Aracena, cujas possessões e terras envolventes tinham sido conquistadas pelo monarca português em 1251. Pela parte de Castela D. Afonso X renunciou a todos os direitos que tinha sobre o Algarve, nomeadamente, as terras que ficavam a ocidente do Guadiana.
Passaram-se 750 anos de integração territorial, que até hoje não foi contrariada com manifestações de separatismo.
Convém, também, para terminar esta pequena resenha histórica sobre o Reino do Algarve, salientar que a questão da fronteira definitiva entre Portugal e Castela somente foi conseguida com o Tratado de Alcañices, assinado a 12 de setembro de 1297.

Foi um arranjo

De Roger

CANTINHO DA POESIA

A MATILHA APROXIMA-SE

Manuel Inocêncio